Estávamos todos na direção da escola, eu, Julia, Gabriel, Matheus e o menino que eu também me defendera e eu acabava de saber seu nome, Bruno. Os meninos que também me atacaram também estava, Eduardo e sua gangue. Eu apenas observava a vice-diretora da escola falando com os garotos sobre o que eles fizeram comigo e perguntando o motivo de tal ato de violência contra mim.
- Vice-diretora, ele é ridículo, ele não fala com ninguém, quer se passar por cima de todos e sempre se acha melhor do que os outros - Eduardo fez uma pequena pausa. - Ele merecia uma pequena lição.
A vice-diretora ficou olhando para mim.
- Cara, eu acho que eu faço o que eu quiser da minha vida, essa escola só esta em pé e não faliu até hoje, por causa da minha mãe que sempre ajudou. Eu sou esnobe mesmo e se reclamar vou ser ainda muito pior. - respondi.
- Víctor, não é por causa que sua mãe paga para essa escola ficar em pé que você deve ser esnobe. - ela parou de falar comigo e virou-se para Eduardo prosseguindo. - E você, não é por causa que ele é esnobe que você deve bater nele, meu querido aluno.
- Claro vice-diretora, a escola está um lixo, tudo está um lixo, vocês não tem mais dinheiro nem para pagar a faxineira, se eu fizer a cabeça da minha mãe para cortar a verba escolar, não dou três meses para essa linda escola falir.
A vice-diretora mandou todos saírem da sala dela e nós fomos. Do lado de fora cada um fora para um lado. Minha raiva estava tão grande que eu estava com vontade de morder o pescoço de Eduardo e arrancar cada gosta de sangue do seu corpo. Mas felizmente meus dois amigos me consolaram.
- Antes que eu esqueça, o Bruno agora é meu amigo - falou Gabriel.
- Ele me ajudou lá, então é meu amigo também.
Em um dia eu tinha conseguido dois novos amigos e um bando de inimigos, minha vida não estava em uma das melhores.
Estava cansado, então Julia achou melhor me levar para minha casa do que ficar na escola, nem ficamos para os últimos tempos, juntaram os meus quatro amigos e fomos para minha casa comer algo e assistir um filme.
Chegamos em minha casa, já eram 16:00 da tarde. Entramos e assistimos um filme bom, A Culpa é das Estrelas. Depois que o filme acabou, todos foram para sua casa, eu já estava mais calmo, mas a raiva ainda era grande.
QUATRO DIAS DEPOIS...
Estava tudo calmo na escola, Eduardo não estava mais mexendo comigo, mas eu ainda estava com uma raiva gigantesca e planejando minha vingança contra ele, eu só queria uma coisa, fazer ele pagar pelo soco e os socos que dei nele na briga que tivemos não foi o suficiente, já tinha falado para minha mãe diminuir a verba da escola e ela meio que ficou com um pouco de dúvidas sobre isso, mas nada falou.
As três primeiras aulas estavam totalmente calmas, já era horário do intervalo e eu estava com Julia, Gabriel, e meus dois novos amigos. Matheus e Bruno. Matheus era do tipo magrinho, cabelos negros, boné vermelho mas bem bonito, e Bruno era moreno dos olhos verdes.
Sentamos na mesa dos populares e ficamos lá, nossa mesa era a do meio, eram três mesas e nós utilizávamos a do meio, cinco bancos de cada lado da mesa e só quatro pessoas sentadas, ninguém mais sentava. Ficamos conversando e jogando conversa fora quando Eduardo chega perto de mim sozinho, sem sua gangue, eu olho para ele e fico apenas observando.
- Podemos conversar? - diz ele.
- Depende da conversa, pode falar aqui mesmo - respondi.
- É algo meio particular.
- Tudo bem, mas sem gracinhas se não eu acabo contigo - falei tentando passar um ar de segurança, mesmo estando com um pouco de medo.
Me levantei da mesa e fui andando com ele pelo meio do pátio, dei uma olhada em volta e percebi que os amigos dele estavam tudo longe, e nada parecia intimidador. Chegamos no gramado da escola perto do ginásio e sentamos em uma bancada, fiquei quieto esperando ele falar e assim, Eduardo começou:
- Desculpa por ter chegado o soco em você aquele dia, às vezes eu faço as coisas sem pensar e só queria provar que você não é o dono da escola, sua mãe pode até sustentar essa escola, mas você faz todos de escravos e de capacho e isso é errado...
- Olha, se você veio aqui me dar lição de moral, eu não quero saber, eu não curto saber, eu só quero paz em minha vida, e, tenha certeza. Eu estou totalmente irritado contig... - não consegui terminar a fala, meus lábios estavam sendo invadidos pelos lábios de Eduardo.
Dei um empurrão nele sem pensar duas vezes.
- Filha da puta, não é por que eu sou gay que você vai fazer isso - respondi e avancei pra cima dele com os punhos serrados, mas fui impedido por Gabriel que me segurou. - Me solta.
Eduardo levantou, encheu os olhos de lágrimas e saiu sem olhar para trás.
Gabriel passou uma das mãos em meu rosto, por mais que ele era hétero, ele sempre esteve comigo e sempre foi atencioso e romântico, nunca o tinha visto como nada além de amigo e ele nunca me vira como nada além de um amigo também.
- Calma meu bebê, calma, passou - ele começou a tentar me acalmar, me abraçou no meio da arquibancada.
- Ele zoou com minha cara, Gabriel - eu já estava chorando. - Ele sabia que eu era gay e zoou comigo, agora a escola toda vai saber que eu sou gay.
- Calma meu lindo, não tem motivos para isso, ninguém viu isso só eu.
- O que eu faço?
- Você vai lavar esse rosto, subir no seu salto quinze e fingir que isso não aconteceu, você não gosta dele, desde o ano passado vocês se odeiam, então não tem motivos para você ficar assim, se ele falar algo ele tem que provar e ele não tem provas para isso.
Ele me deu um beijinho no rosto e limpou minhas lágrimas, segurou em minha mão direita e me ajudou a levantar dizendo:
- Um príncipe nunca desce uma escada sozinho, nesse caso uma arquibancada - e riu.
Descemos a arquibancada e eu fui para o banheiro, lavei meu rosto e voltei para a sala de aula, todos me olhavam pois eu estava com uma cara de acabado. Ninguém disse nada.
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Pessoal, nada de uma grande emoção acontece nesse capítulo, mas o guardem bem, no futuro ele será de extrema importância para a obra.
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O Peso da Culpa (Romance Gay)
RomanceVíctor é um garoto de dezesseis anos que não tem muitos amigos, mas em uma semana dois novos amigos chegaram para ficar. O menino anti-social percebe que em um acidente de carro toda a sua vida irá mudar e ele poderá ter novas experiências, alegrias...