10. Brigas

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Christopher estava parado em minha frente, sua cara estava vermelha por causa da bofetada. Ele semi-serrou os olhos para mim e eu achei que ele ia avançar em mim, mas quem avançou foi eu.

- Filho da puta! - ao falar isso corri o mais rápido que podia mesmo sentindo dores e pulei nele que estava agora a três metros de mim. Ele abriu os braços e me segurou, me dando o melhor beijo de todos, eu ainda sangrava.

- EU TE AMO!

- Eu te amo mais, meu lindo - ao falar isso comecei a passar mal por causa do sangue que estava caindo da ferida, então ele me levou para dentro de casa às pressas e fez o sangue parar.

Agora eu olhava para ele que cuidava de mim com toda a delicadeza do mundo.

- Pronto - falou.

- Chris, eu gosto de você, mas eu tenho medo que o que seu filho falou seja verdade - agora eu estava com medo e muito medo mesmo.

- Ele não é eu, para saber se meus sentimentos por você são verdadeiros, ou são falsos - ele fez uma pausa e abriu os olhos o mais aberto para eu ver o azul deles. - E mais, desde que você estava em meus braços, acho que foi amor à primeira

Eu o beijei, foi um beijo quente, cheio de amor. Foi o melhor beijo que eu ganhei em minha vida. Eu arranhei seu pescoço e ele veio para cima de mim, mas logo lembrou que eu ainda estava impossibilitado e então parou e se deitou do meu lado em minha cama que era bem espaçosa.

- Tenho uma notícia para você - Christopher me olhou. - Amanhã você já poderá voltar para a escola e isso será bom, afinal, você não vai perder tanto tempo em casa e poderá sair um pouco, por mais que o único lugar será a escola. E pelo amor, não mate aula e nem se jogue em frente de outro carro.

- Não acredito que vou poder voltar, vou ligar para a Julia agora - falei enquanto pegava meu celular do lado do criado mudo mas logo Chris tirou o celular da minha mão. - Ei!

- Eu disse que você vai para a escola, mas eu vou te levar e vou te buscar, sua mãe não está em casa.

- Mas eu quero ir com o ônibus da escola!

- Sem mas.

- Eu pago meu motorista então!

- Eu irei te levar e irei te trazer.

- Puta que pariu Chris, para de graça.

- Para você.

- Runf.

Ele me beijou, se levantou da cama e logo em seguida me levantou também, eu não estava entendendo nada, então ele ajoelhou e logo falou:

- Quer namorar comigo?

- Deixa eu pensar... - fiz uma pausa, ele serrou os olhos e já estava desistindo do pedido. - Eu quero namorar com você, eu quero você.

Chris se levantou e me deu um beijo quente, e logo em seguida disse:

- Amanhã mesmo eu vou comprar as alianças.

- Não precisa. Nem sabemos se isso vai dar certo.

- Lógico que vai dar certo, e só vai dar certo se nós tentarmos, sem medo de sermos felizes.

Christopher me abraçou e então eu disse:

- Agora vou tomar um banho, e você, vá lá para fora, quando eu sair te chamo para fazer um curativo.

- Nem, não acredito que meu namorado não vai deixar eu tomar banho com ele - agora ele fazia uma cara de cachorro abandonado que caiu de uma mudança.

- Você é meu namorado a dois minutos e além de tudo isso, você não tem nenhuma roupa aqui para vestir depois.

- Tudo bem, tudo bem, eu espero lá fora - sua voz era grave e ele não estava com um dos melhores humores que eu tinha visto em minha vida.

TRINTA MINUTOS DEPOIS...

Saí do banheiro, Christopher já tinha feito o curativo, e eu estava deitado em seus braços quase dormindo, então ele se arrumou na cama e agora eu estava deitado em seu colo, enquanto ele fazia cafuné em mim eu dormi.

Acordei com o celular tocando, olhei para o lado, Christopher já não estava mais lá. olhei para o celular, era um número desconhecido, atendi.

- Bom dia namorado mais lindo do mundo, caso não tenha acabei de trocar de número, agora por favor, se levante, se arrume que hoje o senhor tem aula e não vai querer perder um dia de aula.

- Tá.

- Acorda com mal-humor, amor?

- Sempre.

- Tudo bem, se arrume aí - Chris finalizou a chamada.

Me arrumei rapidamente e sai do quarto, desci as escadas em uma grande lentidão e então saí de casa, a empregada estava passando aspirador de pó pela casa e me deu bom dia, mas nem respondi, pois para mim ela era apenas um ser insignificante.

Estava do lado de fora, e no portão estava um carro perfeito, eu não sabia o nome do mesmo, mas ele era importado.

- Bom dia - Christopher falava enquanto chegava perto de mim, e me agarrava dando um beijo que nunca tinha recebido em minha vida.

Não respondi nada, estava estressado por ter que acordar cedo.

- Cuidado, estresse mata.

Entrei no carro e bati a porta com força, ele apenas olhou e logo foi para o outro lado e entrou no carro também. Ligou o motor e começou a dirigir até à escola. No meio do trajeto eu não falava nada, apenas ficava calado, eu estava com medo da volta para a escola, de como Eduardo iria reagir e também agora eu estava fraco e não poderia brigar com ele, e tinha certeza de que algo de ruim aconteceria na escola.

O carro parou em frente da escola e todos que chegavam ficavam me olhando, dei um beijo na boca dele, agora não estava mais estressado e desci com a mochila nas costas, eu não esperava que Chris iria descer também e assim ele fez.

- O que está fazendo? - falei baixinho quando ele chegava perto de mim.

- Estou te acompanhando até a escola para entregar esse atestado na direção.

- Eu mesmo entrego.

- Cala a boca, eu entrego.

- Idiota.

Entramos na escola e Christopher fora para a direção. Enquanto eu sentava em um banco para esperar, Eduardo apareceu.

- E aí Víctor, desculpas daquele dia, mas você magoou meus sentimentos - após falar isso, Eduardo deu um soco em minha cara e eu caí no chão. Tentei me levantar mas não consegui, pois estava doendo muito, a ferida não abriu novamente, então fiquei olhando e ele deu outro soco. Não marcou nada em meu rosto mas doeu muito. - Viadinho.

Gabriel viu a cena de longe e começou a correr junto com Matheus e Bruno. Eduardo fez um gesto para dar outro golpe e eu fechei os olhos, mas não senti o golpe e todos começaram a gritar. Quando abri os olhos Christopher estava segurando Eduardo no ar.

O Peso da Culpa (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora