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— Mas o que significa isso? — [nome] perguntou surpresa com a ousadia do homem ao entrar na sua casa sem ao menos pedir permissão — Takashi?

— Precisamos conversar [nome] — disse em tom de ordem, deixando-a chocada com tamanha cara de pau.

[Nome] viu seu ex namorado se sentar no seu sofá de maneira relaxada, como se estivesse na sua própria casa. A tranquilidade de sua vida, que Kaoru Hanayama deixou, se foi assim que aquele homem adentrou por aquela porta.

— Não temos mais nada para conversar Takashi — [nome] permaneceu séria ao lado da porta, mantendo-na aberta por precaução, ela conhecia aquele homem e sabia que a qualquer momento ele iria se perder em seu argumentos contra ela e iria acabar apelando para uma abordagem com contato físico. — Agora, me faça o favor de desaparecer da minha vida!

— [nome] — ela ouviu Takashi usar aquele velho tom de voz baixo, o típico tom que ele só usava quando não conseguia persuadi-la com sexo.

Não funcionou, ao invés disso recebeu uma careta de desgosto por parte dela. [Nome] finalmente estava conseguindo enxergar o outro lado dele, um lado manipulador, que não se importava com mais nada, além dos interesses dele.

— Veio aqui por causa do Kaoru Hanayama, não foi? Você é tão patético — [nome] soltou desdenhando de Takashi. Sentiu um peso enorme sair de seus ombros á cada palavra que saia de seus lábios.— Como eu pude me apaixonar por um homem imaturo e inseguro feito você? — [Nome] sentiu vergonha de si mesma.

— Do que está falando? Sem mim, você não seria nada nesse país! — o pavio curto de Takashi se encerrou, revelando sua verdadeira face para [nome]. — Sua ingrata.

E lá estava ele, jogando tudo que fez por [nome] no rosto dela, cuspindo seu veneno da mesma maneira como Mila fez quando as duas se encontraram. [Nome] se arrependeu amargamente de não ter dado ouvidos a aquela mulher.

— Vocês nunca irão dar certo [nome], sabe por que? Porque só eu conheço o Takashi, só eu sei e entendo o quanto ele batalhou para estar onde está! — as palavras de Mila ecoaram pela mente dela enquanto Takashi continua a despejar suas inseguranças nela.

— Já acabou bom samaritano? — [nome] disse assim que Takashi parou de reclamar. — Tudo bem, você pode até ter me ajudado em alguma coisa, mas não foi nada de tão exorbitante ao ponto de eu ficar devendo minha vida para você. — [nome] revirou os olhos enquanto se lembrava do seu passado — Pode ter me dado um teto para morar, mas você aparentemente se esqueceu de que eu já me sustentava sozinha desde o momento em que pisei os pés no Japão.

— Eu te amei [nome].

— Jura? — questionou sarcasticamente fingindo estar surpresa — Então como você me explica as vezes em que você deixou que a Mila fizesse parte da nossa vida? Me responda!

— Os meus homens têm respeito por ela, afinal ela também esteve ao meu lado por bastante tempo e...— Takashi tentava argumentar com dificuldade graças a influência dos olhos penetrantes dela sobre ele. [Nome] o interrompeu, o pegando desprevenido com sua postura rígida.

A paciência dela havia se esgotado, Takashi realmente estava planejando jogar a culpa das suas decisões em outraa pessoas. Outra vez. [Nome] não iria tolerar esse comportamento, não sob seu teto.

— Já chega! Não coloque a culpa das suas ações nos outros. Mila estava lá porque você não era homem o suficiente para dar um fim nas expectativas dela! Você estava nutrindo as esperanças dela e inflando o seu ego de merda.— [nome] continuou contra argumentando, mantendo sua postura defensiva a cada movimento que ele fazia — Você era e ainda é indeciso feito um moleque. Agora se me der licença, eu preciso dormir!

Takashi foi sem reação, jamais imaginaria que [nome] teria esse tipo de reação, ele estava tão acostumado em tê-la na sua mão, era isso que mais a atraía nele, sua personalidade passiva. Vê-la tão séria, lançando todas as suas frustrações nele sem um pingo de remorso, foi um choque de realidade e tanto. Ele quis revidar, contra argumentar, até mesmo ousou tentar tocar em seu rosto, mas assim que seus dedos chegaram numa proximidade perigosa, [nome] o agarrou pelo pulso e o torceu.

— Não me faça ter que chamar o meu vizinho! — [nome] ameaçou, observando o corpo dele se curvar em 90° graus contra o pulso torcido. — Ele é lutador de sumô e odeia pessoas da sua laia.

[Nome] sorriu minimamente quando viu o corpo dele travar por alguns instantes, ela estava ansiosa para ver o que iria fazer, se ele realmente continuaria insistindo naquela situação. Um sorriso perverso surgiu quando ela passou pela porta, deixando a entender que realmente estava planejando chamar o vizinho, Takashi assistiu todo seu movimento até que [nome] estivesse parada a um passo de bater na porta do apartamento ao lado, com os olhos fixos no rosto dele.

— Mas que merda mulher! Eu só queria conversar.— Takashi resmungou baixinho segurando o pulso torcido com a outra mão.

— E eu neguei, mas você foi ousado demais quando avançou contra mim. Agora vá embora. — [nome] disse, ameaçando bater na porta.

— Tudo bem, eu vou — Takashi disse antes de sair daquele apartamento derrotado. Ele fez questão de passar lentamente por [nome], com uma expressão engraçada - na visão dela - de que estava sofrendo, a qual [nome] acabou correspondendo com uma expressão de desgosto.

— Rápido, minha mão está começando a pesar — [nome] deixou sua mão descer até ficar a poucos centímetros da porta.

— Já entendi — esbravejou alto, saiu pisando forte.

Graças ao alarde de Takashi, o vizinho realmente acabou sendo incomodado, pois assim que ele se foi, o homem abriu a porta de sua casa com o rosto amassado.

— Algum problema, [nome]? — o homem perguntou sonolento assim que se deparou com a figura da mulher parada em sua porta. A confusão era evidente em seu rosto.

— Não mais, Jun. — [nome] afastou o pulso do rosto do rapaz, se sentindo culpada por ter atrapalhado o sono daquele homem.

Jun é um homem grande que põe medo em qualquer ser humano por causa da sua aparência, ele tem o equivalente a 2 metros de altura e é quase tão largo quanto uma geladeira, de maneira que [nome] precisava fazer um verdadeiro contorno para passar por ele no elevador. Seus cabelos pretos estão cortados em um corte militar, seu corpo é esteticamente perfeito para o esporte que pratica. Na visão de [nome], Jun se assemelhava a um daqueles ursos enormes de pelúcia que via nas vitrines das lojas de brinquedos. Apesar de aparentar estar preparado para arrancar a cabeça de alguém, Jun é um homem doce, dono de uma paciência de dar inveja em [nome].

— Aconteceu alguma coisa? — Jun questionou preocupado. Ele havia dito para [nome] que poderia ficar à vontade para bater em sua porta se necessário — eu ouvi a voz da velha dos gatos também. — comentou atraindo a atenção de [nome] para a porta do apartamento 302, de onde a senhora saiu furiosa gritando com Takashi.

— Não Jun, era só um desocupado — [nome] disse sem jeito — A senhora do 302 deve estar com a pressão nas alturas.

A sombra de um YakuzaOnde histórias criam vida. Descubra agora