TOTALMENTE SUA CAPÍTULO 2

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CAPÍTULO 2

Algum tempo depois, me encontro sozinha na pista de dança, entregue ao ritmo frenético da música eletrônica. Meu corpo se move livremente, os braços erguidos para o céu, o suor escorrendo pela minha pele. A música me invade, me transporta para outro mundo.
Quando a música termina e outra começa, abro os olhos e me deparo com um homem na minha frente. Ele é alto, com cabelos negros como a noite e olhos azuis penetrantes. Por um breve instante, nossos olhares se cruzam, e sinto um calafrio percorrer meu corpo. Ele se vira e se afasta, como se eu não existisse.
Gostoso arrogante! Bufo baixinho, irritada com sua indiferença.
Saio da pista em busca de uma bebida para hidratar meu corpo suado. A garganta seca ansiava por um gole refrescante. Ao chegar ao bar, deparo-me com um homem que, de costas, me parece um deus grego. Espero, balançando o corpo ao ritmo da música, imersa em meu próprio mundo. Ao se virar, quase perco o fôlego.
Que porra de homem é esse? Penso abismada com sua beleza estonteante.
Ele me ignora completamente, como se eu não existisse.
Assim que chega a minha vez, peço uma água e um drink ao barman. Pego minhas bebidas e vou para a área VIP.
Na área VIP, encontro Maya aos beijos com um cara. Eles se engolfam em uma paixão avassaladora, alheios à minha presença. Sento-me no sofá confortável e bebo a água com avidez, observando as pessoas ao meu redor. Paqueras, conversas animadas, risos… a vida acontecendo em cada canto da casa.
Enquanto observo as pessoas, meus pensamentos voltam para o homem misterioso de olhos azuis como a noite da pista de dança.
E, você aqui chupando o dedo —, é a vez da minha deusa interior intrometida se manifesta, ignoro-a.
O que me espera nesta noite? Será que o destino me reservará alguma surpresa?
Meus olhos vagavam pela boate, sem destino certo, quando se depararam com um rosto familiar. Era o mesmo homem do bar, minutos atrás. Fui tomada por uma onda de calor, constrangida por ser pega no flagra. Virei o rosto para o outro lado, tomando um gole do drink disfarçando meu nervosismo.
Ele, o filho da mãe sabia do poder que exercia sobre as mulheres. Os olhares famintos que o seguiam eram prova disso. Um deus grego, alto, com cabelos escuros, pele bronzeada e um corpo esculpido em mármore. Mesmo assim, meus olhos teimosos voltaram para ele. E mais uma vez, fui pega em flagrante, admirando-o. Ele ergueu uma sobrancelha, como se me questionasse.
Envergonhada, senti minhas bochechas corarem. Levantei minha bebida em um gesto de saudação. Um sorriso de lado escapou de seus lábios, revelando uma covinha que o deixou ainda mais atraente.
O cretino sabia que era bonito! Amaldiçoei, desejando poder desviar meu olhar, mas incapaz de resistir à sua beleza estonteante.
Decido voltar para a pista de dança, fechando os olhos e me entregando à música. Meu corpo se movia em ritmo frenético, a melodia pulsando em minhas veias.
De repente, sinto mãos fortes e grandes envolvendo minha cintura, sou puxada para junto de um corpo enorme, que se movia em perfeita sincronia com o meu. Viro-me rapidamente e dou de cara com o Deus Grego arrogante. Seus olhos azuis penetrantes e hipnotizantes me prendem em um feitiço irresistível.
— Uma mulher bela dançando sozinha neste vestido sexy, para os lobos famintos soltos. —, ele sussurra no meu ouvido, sua voz grossa e rouca. — Uma tentação irresistível —, deixa meu corpo todo arrepiado.
— Talvez, eu esteja procurando um lobo faminto... —, provoco-o. — Para me devorar —, um sorriso sedutor surge em seus lábios.
— Então, considere achado, o seu lobo faminto —, ele me puxa para mais perto do seu corpo pecaminoso, a eletricidade do momento crescendo.  
Ainda absorvendo o que acabei de ouvir, sou inesperadamente beijada. Sua língua invade minha boca, e as nossas se encontram em um duelo delicioso. Uma explosão de sentimentos toma conta do meu corpo e mente.
Incapaz de pensar ou agir, eu apenas me entrego ao beijo, saboreando cada momento. Suas mãos percorrem meu corpo, e as minhas exploram o seu. Braços fortes, um peitoral definido, tudo sob a textura macia da camisa preta. Subo minhas mãos em seus cabelos cheios e sedosos, puxando-o para intensificar o beijo.
Depois de alguns instantes, o beijo se acalma. Ainda atordoada pelo beijo inesperado. Uma de suas mãos acaricia meu rosto, enquanto a outra segurava firme minha cintura. Abri os olhos e, ficamos ali, por alguns segundos, nos encarando. Um sorriso com covinhas aparece em seu rosto másculo, queixo quadrado, olhos azuis excitados.
— Eu precisava provar esses lábios —, ele murmura, sua voz rouca e sensual me arrepiando dos pés à cabeça. — Tenho certeza que eles estavam implorando para serem beijados.
Estou ferrada! —, penso atordoada pela intensidade do momento.
— Você costuma fazer isso com todas que encontra nas baladas? — questiono-o, ainda lutando para recuperar o fôlego.
Ele me encara por um momento, seus olhos me fitam por um momento, carregado de um desejo que faz meu coração palpitar.
— Apenas com as que me atraem tanto quanto você. — ele murmura, sua voz rouca e sensual me arrepiando dos pés à cabeça.
As palavras dele me deixam sem ar. Minhas pernas bambas mal me sustentam.
Que safado!
— Lena —, estendo minha mão direita, me apresentando.
— Ben, o prazer é todo meu! — ele pega minha mão e deposita um beijo molhado, que me faz arrepiar.
Falamos apenas nossos apelidos, deixando um ar de mistério entre nós.
— Vamos sair daqui. — ele diz, me puxando para fora da pista de dança.
— Para onde? — perguntei curiosa.
Ben me puxa para fora da pista de dança, me levando para um lugar mais calmo, com menos pessoas para não esbarrar. Ele me prensa na parede mais próxima e continuamos de onde paramos: Seus lábios eram como veludo macio, acariciando os meus com uma ternura que me fez derreter. O sabor da sua boca era doce e intoxicante, como um vinho tinto encorpado. Seu toque era firme e possessivo, mas ao mesmo tempo gentil e cuidadoso.
Senti meu corpo se arrepiar de desejo, e minhas pernas bambas mal me sustentavam. O calor da sua paixão me envolvia como um cobertor, e me senti segura e desejada.
A música pulsava no ar, criando uma atmosfera sensual e inebriante. As luzes baixas da boate lançavam sombras misteriosas sobre os nossos rostos, intensificando a intimidade do momento.
Neste momento, o mundo ao meu redor desapareceu. Só existia eu, ele e a paixão que nos consumia.
Éramos como dois adolescentes, perdidos na paixão e curtindo o momento.

***

A luz do sol entrava pelas frestas das cortinas, banhando o quarto em uma luz dourada. Despertando-me, meus olhos se depararam com um Adonis adormecido serenamente, um braço envolto da minha barriga e, seus músculos definidos sob os lençóis de seda. A lembrança da noite anterior invadiu minha mente como um turbilhão, inundando meu corpo com uma onda de calor.
A textura macia de sua pele ainda fresca em minhas memórias, o aroma masculino e inebriante que emanava de seu corpo, o som de sua respiração suave, tudo se misturava em uma sinfonia de desejo.
Levantei-me da cama, meus pés descalços tocando o piso frio, senti minha intimidade levemente dolorida e satisfeita. A tontura me acompanhou enquanto eu procurava minhas roupas, espalhadas pelo quarto como um rastro de nossa paixão. A calcinha, inutilmente perdida, era um símbolo da entrega que eu havia feito na noite anterior.
Vesti-me rapidamente, a renda do vestido roçando contra minha pele nua, intensificando a sensação de vulnerabilidade e desejo. O perfume masculino impregnado no meu corpo me causou um arrepio, me fez lembrar a noite anterior. Sem a calcinha por baixo, intensificando onda de excitação que percorria meu corpo.
Dei uma última olhada por cima do ombro para o Adonis em toda sua glória. O coração batendo forte no peito, a adrenalina bombeava em minhas veias enquanto eu corria para fora do quarto.
Será que algum dia eu vou reencontrá-lo? Ecoando em meus pensamentos.
Rapidamente, reparei na mobília austera e na decoração moderna e minimalista em tons de branco, cinza e preto da imensa sala, muito masculina, criavam uma atmosfera de sofisticação, elegância e poder. Porém, nada significa para mim, naquele momento.
Saí do apartamento enorme como um foguete, indo embora como uma fugitiva.
Fechei a porta atrás de mim, entrei no elevador todo espelhado com as sandálias na mão.
O elevador se abriu como que por mágica, convidando-me a entrar em seu luxuoso interior. Encarei meu reflexo no espelho, meu rosto rosado, os lábios inchados, os olhos brilhantes e o cabelo emaranhado. Apressei-me, elaborando um coque desajeitado no alto da cabeça, ajeitando o vestido, agora amassado e desgrenhado ajeitando-o como pude.
Observei a marca de seus lábios em meu pescoço, um lembrete da noite tórrida que havíamos passado juntos. Meus dedos tremiam enquanto eu prendia meus cabelos em um coque desajeitado, tentando esconder a bagunça da noite anterior. Apressei-me, elaborando um coque desajeitado no alto da cabeça, ajeitando o vestido como pude.
Apertei o botão do térreo, ansiosa para voltar para casa. O elevador apitou avisando sua chegada ao térreo e as portas se abriram, revelando o hall do prédio banhado pela luz dourada do sol da manhã.
O porteiro, um senhor de meia idade impecável em seu uniforme azul marinho, me observou com um sorriso discreto e compreensivo.
— Bom dia! —, saudei envergonhada abaixando a cabeça e, meus olhos desviando dos dele.
— Bom dia, senhorita! —, retribuiu educadamente.
Desloquei-me até a saída, sem olhar para trás, a luz do sol da manhã banhando meu rosto.
E, então, fiz a caminhada da vergonha.
Meu Deus, Helena! Sussurrei repreendendo-me mentalmente.
E, pela primeira vez em muito tempo, senti que estava realmente viva.

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