capítulo 2

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capítulo 2O sol invade o quarto como um interrogador implacável, forçando-me a despertar de um sono entorpecido

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capítulo 2
O sol invade o quarto como um interrogador implacável, forçando-me a despertar de um sono entorpecido. A dor de cabeça é como uma faca afiada cravada em minha mente, uma lembrança cruel dos excessos da noite anterior. Ergo-me da cama com dificuldade, cada movimento uma batalha contra a ressaca que me consome.

Meus olhos se fixam na figura adormecida ao meu lado, seu rosto sereno contrastando com a tempestade que se agita dentro de mim. Uma mistura de arrependimento e resignação enche meu peito enquanto me aproximo do banheiro com passos trôpesos.

Agora diante do vaso sanitário, não há espaço para ilusões ou negação. A realidade crua me encara no reflexo turvo do espelho enquanto me curvo sobre o vaso, meu estômago revoltado se esvaziando em uma dança grotesca de náusea e remorso.

Vestir minhas roupas é como vestir o peso dos meus próprios pecados, cada peça uma lembrança dolorosa da noite que se desvanece lentamente em minha memória embaçada. Ao olhar para trás, encontro a garota ainda adormecida, um vislumbre fugaz de vulnerabilidade em seu rosto.

Deixo um punhado de dinheiro sobre a mesa de cabeceira, uma oferta muda de gratidão e desculpas por uma noite que agora parece uma miragem distante. E com um último olhar para trás, saio do quarto e da vida dela, mergulhando na solidão implacável da manhã seguinte, onde os pecados da noite anterior se dissolvem no vazio inclemente do dia.

Dirijo pelo labirinto de ruas urbanas, as luzes da cidade piscando como acusadores silenciosos enquanto o eco dos eventos da noite anterior reverbera em minha mente atormentada. Cada curva, cada semáforo vermelho é uma pausa forçada para enfrentar a verdade incômoda que se enraizou em meu âmago.

O peso da culpa se acumula em meus ombros enquanto avanço pela estrada escura, uma névoa de arrependimento envolvendo meu ser. O nome dela? Não passa de uma sombra fugaz em minha memória nebulosa, uma testemunha silenciosa do vazio que se instalou em meu coração.

Agora, sozinho no meu carro, sou confrontado com a realidade crua de minhas ações impensadas. O que começou como uma busca por distração e escape acabou se transformando em uma dança perigosa com o destino, deixando para trás uma trilha de arrependimento e desolação.

Enquanto as luzes da cidade se fundem em um borrão indistinto, o peso da minha própria falha se torna insuportável. E na escuridão implacável da noite, sou deixado apenas com minha própria consciência atormentada, uma testemunha silenciosa de uma noite que preferiria esquecer, mas que nunca poderei apagar completamente.

Adentrei meu modesto apartamento, um cubículo no emaranhado urbano, onde a ordem se misturava com o caos em uma dança constante. O ar impregnado de solidão e esperança estava ali, como sempre, aguardando-me ao final de um dia exaustivo.

Afundei-me no sofá desgastado, cujas memórias eram mais antigas do que as minhas próprias. Aconcheguei-me em seus braços de tecido gasto, buscando refúgio em sua familiaridade. Minhas mãos buscaram o conforto do meu notebook, fiel companheiro de todas as horas.

Esther das cores da letra vermelha Onde histórias criam vida. Descubra agora