Desperto subitamente, o ar me falta aos pulmões e mesmo que eles necessitem dele, é dolorido buscar por ele.
Olho ao redor, as memórias voltando ao lugar. Pego em meu peito em busca do ferimento, mas não há nada. Franzo o cenho, eu senti que morri.
Olho mais uma vez o lugar, é uma tenda. Várias coisas arrumadas aqui e ali. E em um lugar, vejo um gato preto dormir enrolado. Ele me lembra de Sol.
O gato se levanta e vêm até mim, suas patinhas pisando graciosamente o chão. Quando ela sobre na pequena cama que estou, olho em seus olhos.
— Sol!? — Ela ronrona como se dissesse que demorei a reconhecê-la. — O que faz aqui? — Ela boceja e se enrola novamente dessa vez dormindo em meu colo.
Tenho um sobressalto quando a porta da tenda é aberta.
Uma mulher negra, alta e com os cabelos mais bonitos que já vi passa por ela.Ela me olha com um sorriso e vem em minha direção.
— Está bem! — Não parece uma pergunta. Ainda mais quando ela se aproxima excessivamente e coloca a mão na minha testa.
— Não foi fácil te trazer de volta à vida. — Ela diz olhando para mim como se ainda procurasse algum machucado.
— Me trazer de volta à vida? — A olho confusa.
— Você morreu, Naomi. — Toda minha espinha se arrepia.
— O quê? — Eu sibilo desacreditada.
— Veja por você mesma querida. — Ela aponta para meu coração.
Olho para ela desconfiada e depois para meu peito. Levo a mão até ele e não sinto nada. Nenhum ferimento e nenhum batimento cardíaco. A mulher me olha com um sorriso.
— Aonde estamos?
— Pergunta errada, Naomi. — Ela se levanta subitamente fazendo sua coroa crespa acompanhar o movimento. Essa mulher tem algo que faz você não querer parar de olhar para ela.
— Qual é a certa?
— Você vai saber quando vir Asteria. — E ela saí da tenda antes que eu lhe faça mais perguntas.
O que raios está acontecendo e quem é Asteria?
Sol continua dormindo no meu colo tranquila. Essa é outra pergunta que tenho. O que Sol está fazendo aqui? Eu a deixei na Suécia. Ou será que estamos na Suécia?Com essa possibilidade eu tiro com calma Sol do meu colo e me levanto. Caminho para a porta da tenda e coloco meus dedos na fenda hesitante. Respiro fundo e abro a porta.
Eu esperava encontrar um lugar no meio do nada sem ninguém. Mas tem pessoas andando de um lado para o outro, algumas conversando e rindo e outras apenas pareciam fazer suas tarefas diárias. Mas tem algo em comum, todas são mulheres. Negras, brancas e amarelas. Mas são apenas mulheres.
Caminho para fora da tenda olhando ao redor, tem mais algumas tendas ao redor não muito longe da que eu estava.
Estranhamente esse lugar cheira à flores frescas e terra molhada. Isso faz cócegas em meu nariz. Percebo por quê tem tanta gente sorrindo e rindo por aqui.
— Moça? — Me viro para ver quem me chamou, mas não encontro ninguém, até que sinto algo puxar a saia do meu vestido. É uma criança.
A menininha sorri para mim travessa. Conheço esse tipo.
— Oi! — Me abaixo ficando da sua altura.
— Posso brincar com você?
— Eu e você podemos sim brincar. — Ela sorri alegre.
— Quais feitiços você vai usar? — Ela pergunta animada.
Eu apenas sorrio.
— Qual seu nome querida?
— Drusila.
— Bom, Drusila, eu sou a Naomi. — Me apresento. — E infelizmente no momento nenhum. — A animação da garotinha se esvai.
— Eu sou uma bruxa. — Ela diz. Eu assinto.
— Eu sou uma vampira. — Vejo os olhinhos dela se arregalarem e ela começa a se afastar. Seu rosto transborda puro terror.
Olho para a menina espantada.
— Ei, algum problema, Drusila? — Pergunto tentando me aproximar dela, ela recua mais ainda.
— Drusila, hora de tomar banho. — Ouço uma mulher gritar ao longe enquanto acena para a garotinha.
— Vejo você amanhã, tia Naomi. — E ela saí correndo em direção à mulher.
Minha respiração está entrecortada. Mal tenho tempo de perguntar o que aconteceu e por quê ela ficou assim. Mas acabei descobrindo que isso é uma vila de bruxas!
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O Vampiro que não me ama
VampireQuando a existência dos vampiros foi ameaçada 500 mil anos atrás, os vampiros não viram outra opção a não ser se casarem com humanos e em uma cerimônia especial transformá-los em vampiros e assim continuar a linhagem. E Naomi não escapará à esse des...