[EM ANDAMENTO]
Aos oito anos, Lee Minho fez uma descoberta inesperada e profunda: ele estava apaixonado por seu melhor amigo, Han Jisung. Naquela idade, a compreensão sobre o que significava esse sentimento era limitada e confusa. Minho era apenas...
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Chapter six
[Narração por Minho]
Assim que cruzamos a soleira da porta de casa, uma cena que se tornara quase comum para nós se apresentou: minha mãe estava estirada no sofá, uma garrafa de soju firmemente segurada em sua mão esquerda. O álcool havia tomado conta dela, transformando seu comportamento em algo que beirava o grotesco. Ela ria descontroladamente enquanto assistia a um drama na televisão, um dos seus passatempos preferidos. Minha mãe sempre fora apaixonada por doramas, uma paixão que agora parecia ser um dos poucos traços remanescentes de sua antiga vida.
Jisung, com um olhar preocupado e cheio de compaixão, me puxou para dentro do quarto e trancou a porta atrás de nós. Fiquei ali, com a cabeça baixa, mergulhada em pensamentos amargos sobre a mulher que, até pouco tempo, chamava de mãe.
O que ela se tornou? A lembrança da mulher que eu conhecia, tão linda, carinhosa e respeitada por todos ao nosso redor, agora parecia um eco distante. Antes, ela era uma figura admirada pelos vizinhos e conhecida pela sua gentileza e dignidade. Agora, no entanto, era alvo de desprezo, chamada de prostituta, vadia e alcoólatra. O contraste entre o passado e o presente era doloroso e cruel.
─ Minho. ─ A voz de Hana interrompeu meus pensamentos, e senti sua mão delicada pousar sobre meu ombro. ─ Eu sinto muito, vai ficar tudo bem... ─ Ele me puxou gentilmente para ficar frente a frente com ele, oferecendo um sorriso que tentava transmitir um pouco de conforto.
Sem conseguir conter o turbilhão de emoções, me joguei em seus braços, chorando com uma intensidade quase desesperada. Minhas lágrimas fluíam sem parar, como se a dor e a tristeza fossem capazes de transbordar a qualquer momento. A sensação de estar desmoronando era avassaladora, e eu me afundava em seu abraço, buscando algum alívio para a dor que sentia.
─ E-eu só quero a minha mãe de volta. ─ As palavras saíram entre soluços, enquanto Hana acariciava meus cabelos escuros com uma ternura que parecia fazer uma pequena diferença na imensidão da dor.
─ Shii, vai ficar tudo bem. ─ Hana murmurou suavemente, continuando a me abraçar com calor e compaixão, como se suas palavras pudessem, de alguma forma, transformar a dor em esperança.
🎀 A
lguns dias se passaram, e com a aproximação das provas, uma mistura de medo e ansiedade tomou conta de mim. Quando o período de exames se aproxima, intensifico meus estudos diários, e, como resultado, sempre consigo obter as melhores notas. Não é por acaso que sou considerado o aluno mais inteligente da sala.
Hana é brilhante, mas, apesar de seu esforço, nem sempre consegue alcançar notas que satisfaçam os pais. No entanto, ela nunca fica de recuperação e sempre passa nas avaliações, o que é um alívio. Às vezes, me pego refletindo sobre o comportamento de nossos pais. Não entendo por que eles agem da maneira que agem.
