[EM ANDAMENTO]
Aos oito anos, Lee Minho fez uma descoberta inesperada e profunda: ele estava apaixonado por seu melhor amigo, Han Jisung. Naquela idade, a compreensão sobre o que significava esse sentimento era limitada e confusa. Minho era apenas...
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Chapter Two
[Narração por Minho]
A chuva lá fora continuava a bater contra as janelas com uma persistência inquietante, e eu me via envolvido em uma profunda melancolia. O que eu mais desejava naquele momento era estar deitado, abraçado com Jisung, sentindo a segurança e o calor que sua presença me proporcionava. Contudo, sabia que não poderia fazer isso sem arriscar deixá-lo desconfortável, e isso me causava um certo desconforto também.
Hana estava na banheira, envolvida em uma espuma quente e acolhedora que contrastava com o clima tempestuoso do lado de fora. Eu me encontrava na cozinha, preparando algo simples para comer, tentando encontrar alguma normalidade no meio da tempestade que parecia não se limitar apenas ao clima, mas também à minha vida.
A ausência de notícias da minha mãe pesava sobre mim, como uma sombra que não se desvia. Eu sabia, ao menos, onde ela estava, mas o pensamento de sua distância era um tormento constante. Às vezes, me pergunto se ela realmente se importa comigo ou se, de alguma forma, me odeia. É uma dúvida que se insinua em minha mente, insidiosa e dolorosa. A sensação predominante é de que, talvez, eu seja o alvo de seu desprezo.
Eu gostaria de acreditar que o motivo para essa distância não era uma questão de animosidade, mas a lembrança de um erro que não consigo identificar me assola. O desejo de que ela gostasse de mim e se importasse era um sentimento que parecia inatingível e dolorosamente distante.
Hana interrompeu meus pensamentos com sua voz manhosa, chamando meu nome. Virei-me e o vi, envolta em um roupão de banho de seda que escorregava suavemente de seus ombros, revelando a sua pele clara e delicada. O contraste entre a suavidade do tecido e a intensidade de sua pele branca era estonteante.
Engoli em seco, sentindo meu coração acelerar ao vê-lo.
— Eu separei umas roupas minhas pra você. Estão em cima da cama, pode ir se vestir — eu disse, desviando o olhar para a panela no fogão. Manter meu foco na tarefa era crucial para não perder a compostura.
— 'Tá tudo bem? — perguntou com uma preocupação genuína na voz. Assenti com a cabeça, tentando manter a calma.
— Sim!
Hana pareceu ainda um pouco desconfiado, mas aceitou a resposta e se retirou. Uma vez sozinho, respirei aliviado, colocando a mão no peito e tentando acalmar a agitação que sentia.
— Foco, Minho! — ordenei a mim mesmo em um murmúrio silencioso. Era hora de parar de pensar em besteiras e manter a mente no presente, enquanto a chuva continuava a cair lá fora, como uma sinfonia triste e constante à qual eu parecia estar eternamente sintonizado.
