Capítulo 4

68 9 6
                                    

Olive andava de um lado para o outro dentro de sua cela. Por sorte não haviam a colocado com mais nenhum condenado igual a ela.

Como iria sair daquele lugar? Não fazia a menor ideia.

Um guarda passava por ali de tempos em tempos a observando, ela decidiu chamá-lo.

– Seu policial – gritou mais alto do que deveria chamando atenção de outras pessoas em suas celas. Rubor tingiu suas bochechas de vergonha, ele parou em frente às grades, seu rosto retorcido de raiva. Ai Deus, ela iria apanhar na cadeia – Desculpa por ter gritado – deu um sorriso amarelo suavizando a voz – Mas o senhor poderia me falar como que eu faço para sair daqui?

Ele bufou em resposta e deu as costas para Olive ignorando sua pergunta.

Se sentou frustrada no piso frio o mais distante possível das grades, e abraçou seus joelhos. A cabeça descansando entre as pernas.

O entregador decidiu prestar queixa sem pensar duas vezes. Por mais que tenha implorado para ele não o fazer, não teve jeito. Levaram ele dentro da ambulância aos berros e Olive foi jogada dentro da viatura. No fim, o corte nem tinha sido tão fundo assim. Provavelmente iria precisar só de alguns pontos, mas nada muito grave em questão de vida ou morte.

Quando os policiais a interrogaram, nenhum deles acreditou em sua versão de estar sendo perseguida e ganhando garrafas de vinho caríssimas. Sério, nem ela acreditaria nessa versão se alguém falasse. Derek ainda tentou ajudá-la mas sem sucesso, só um milagre iria salvar sua bunda.

– Senhorita Price, pagaram sua fiança.

Olive levantou a cabeça e o policial carrancudo estava com a porta da cela aberta. Ela o olhou incrédula.

– Sério? – Ele assentiu em resposta. Se levantou em um pulo. Ai meu milagre, chegou mais rápido do que imaginava. Pensou – Sabe me dizer quem foi?

– Ele não quis se identificar.

E com apenas uma frase, sua alegria foi arrancada de seu peito. Óbvio que seria seu Tarado particular.

– Ah não, diz que prefiro ficar aqui. Podem me deportar eu aceito – ela fez que iria se sentar de novo na cela.

– Senhorita Price. Colabore por favor, caso contrário em sua ficha será acrescentada desacato – ele deu um passo para o lado e Olive passou bufando.

– Saiba que se um dia meu corpo aparecer nos noticiários – disse dramaticamente – foi essa pessoa que me tirou daqui e vocês estão me entregando de bandeja para ele nesse exato momento.

O policial a ignorou, e a escoltou até as portas de vidro na saída.

Ela não precisou retirar nada, pois chegou apenas com o pijama de gatinho em seu corpo.

Ao lado de fora as ruas estavam completamente vazias. Apenas três carros estacionados à frente da delegacia. Uma brisa gelada da noite arrepiou seu corpo a fazendo se abraçar em busca de se aquecer.

Olive olhou para os dois lados apreensiva, não saberia como voltar para a casa e muito menos tinha um celular consigo, e mesmo se voltasse para dentro não saberia o número de cabeça de Derek. Mas ela sabia o número de Alex.

– Não, nem pensar. Prefiro morrer congelada – murmurou para si mesma.

Deu alguns passos pelo estacionamento e sentiu um arrepio estranho subir pela sua coluna. Se virou olhando para todos os lados até acha-lo.

Ali, em uma parte mais distante do estacionamento, árvores enormes às suas costas o camuflavam. Ele estava encostado em uma moto que parecia ser cara, mas Olive não entendia nada de automóveis, sabia que precisavam ter rodas e um motor, de resto, para ela quanto maior mais cara. Essa era sua lógica.

Um Lugar para Chamar de MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora