– O que vamos fazer com isso? – Olive gritou para Derek, que estava em algum lugar entre o banheiro ou seu quarto raspando o cabelo. A caixa depositada em sua bancada a encarava de volta desafiadoramente. Era mais como um elefante no meio de sua cozinha.
– Sei lá, Olive – gritou de volta, o som da máquina de cortar cabelo zunindo pelo corredor – Talvez encher a cara?
Encher a cara? De algo vindo de um psicopata. Afinal como ele havia achado seu endereço? Pensou.
– Como ele deve ter achado meu endereço? – Ela andava de um lado para o outro no pequeno cômodo mordendo a unha do dedão, volta e meia olhava em direção a caixa com cinco garrafas intocadas.
– Não sei, mas ele é um serial killer, então deve ter te seguido até aqui.
– Me seguido até aqui – murmurou para si mesma nervosa – Aquele canalha está tentando me intimidar – Ela gritou para Derek – Eu juro que vou arrancar o pau dele se invadir a minha casa.
A máquina havia sido desligada e ele apareceu na cozinha com seu cabelo totalmente raspado. Não estava sem cabelos, estava mais para um corte militar.
– Gostei, ficou até mais gato assim. Passa um ar de "Não mexe comigo se não eu te mato".
Derek riu, passando a mão na cabeça.
– É meio estranho, mas talvez dê para se acostumar – caminhou até a bancada e se sentou ali – Então arranca paus, vamos beber ou você vai ficar fulminando a caixa até o vinho azedar de vez?
– Primeiro – levantou um dedo no ar – Impossível isso acontecer com o vinho sem ter sido aberto. E segundo, não, definitivamente não vamos beber isso.
Derek abriu a boca para contestar, mas a campainha do apartamento tocou, a fazendo dar um pulo de susto.
– Meu Deus, quem será que deve ser? – Sussurrou apavorada – Será que ele decidiu fazer uma visita? E se ele esquartejar a gente Derek?
– Ele não vai esquartejar a gente, Oli – sussurrou de volta, mas seus olhos brilhavam de medo.
A campainha retornou a tocar, seguida por batidas pesadas à porta.
– Vai lá dar uma olhada – Olive pediu para ele.
– Ah, mas não mesmo. Eu acabei de abrir uma caixa que poderia ser a droga de uma bomba! – Sussurrou furiosamente – Dessa vez é você que vai lidar com seus problemas.
Ela grunhiu em resposta. Deu a volta na bancada e abriu a gaveta de facas escolhendo a maior e mais afiada.
– Que porra você está fazendo? – Derek sussurrou.
– É precaução.
– Sim, você vai esfaquear uma pessoa!
– Ele pode matar a gente Derek! – Outra batida na porta fez Olive dar um pulo de susto, a faca em suas mão balançou em direção a Derek quase o acertando.
– Você pode me matar se não conseguir segurar isso – franziu o cenho em reprovação.
– Vai dar tudo certo.
– A gente vai morrer de certeza – ele murmurou para si mesmo.
Olive caminhou cuidadosamente até a porta sem fazer barulho. Só precisaria espiar pelo olho mágico e decidir se valeria a pena abrir ou ligar para a polícia.
Eles deveriam ter chamado logo que a caixa foi aberta. Ou melhor, logo no primeiro cartão que encontrou no pier. Mas não o fizeram. E agora ela estava caminhando para sua morte certa, usando apenas um pijama de gatinho e uma faca na mão.
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Um Lugar para Chamar de Meu
RomansaOlive está desesperada, seu namorado acaba de terminar um relacionamento de dois anos. Em menos de três meses será deportada do país que escolheu criar raízes. Seu mundo sai completamente dos trilhos quando se encontra envolvida com um mafioso que d...