Capítulo 3

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 – O que vamos fazer com isso? – Olive gritou para Derek, que estava em algum lugar entre o banheiro ou seu quarto raspando o cabelo. A caixa depositada em sua bancada a encarava de volta desafiadoramente. Era mais como um elefante no meio de sua cozinha.

– Sei lá, Olive – gritou de volta, o som da máquina de cortar cabelo zunindo pelo corredor – Talvez encher a cara?

Encher a cara? De algo vindo de um psicopata. Afinal como ele havia achado seu endereço? Pensou.

– Como ele deve ter achado meu endereço? – Ela andava de um lado para o outro no pequeno cômodo mordendo a unha do dedão, volta e meia olhava em direção a caixa com cinco garrafas intocadas.

– Não sei, mas ele é um serial killer, então deve ter te seguido até aqui.

– Me seguido até aqui – murmurou para si mesma nervosa – Aquele canalha está tentando me intimidar – Ela gritou para Derek – Eu juro que vou arrancar o pau dele se invadir a minha casa.

A máquina havia sido desligada e ele apareceu na cozinha com seu cabelo totalmente raspado. Não estava sem cabelos, estava mais para um corte militar.

– Gostei, ficou até mais gato assim. Passa um ar de "Não mexe comigo se não eu te mato".

Derek riu, passando a mão na cabeça.

– É meio estranho, mas talvez dê para se acostumar – caminhou até a bancada e se sentou ali – Então arranca paus, vamos beber ou você vai ficar fulminando a caixa até o vinho azedar de vez?

– Primeiro – levantou um dedo no ar – Impossível isso acontecer com o vinho sem ter sido aberto. E segundo, não, definitivamente não vamos beber isso.

Derek abriu a boca para contestar, mas a campainha do apartamento tocou, a fazendo dar um pulo de susto.

– Meu Deus, quem será que deve ser? – Sussurrou apavorada – Será que ele decidiu fazer uma visita? E se ele esquartejar a gente Derek?

– Ele não vai esquartejar a gente, Oli – sussurrou de volta, mas seus olhos brilhavam de medo.

A campainha retornou a tocar, seguida por batidas pesadas à porta.

– Vai lá dar uma olhada – Olive pediu para ele.

– Ah, mas não mesmo. Eu acabei de abrir uma caixa que poderia ser a droga de uma bomba! – Sussurrou furiosamente – Dessa vez é você que vai lidar com seus problemas.

Ela grunhiu em resposta. Deu a volta na bancada e abriu a gaveta de facas escolhendo a maior e mais afiada.

– Que porra você está fazendo? – Derek sussurrou.

– É precaução.

– Sim, você vai esfaquear uma pessoa!

– Ele pode matar a gente Derek! – Outra batida na porta fez Olive dar um pulo de susto, a faca em suas mão balançou em direção a Derek quase o acertando.

– Você pode me matar se não conseguir segurar isso – franziu o cenho em reprovação.

– Vai dar tudo certo.

– A gente vai morrer de certeza – ele murmurou para si mesmo.

Olive caminhou cuidadosamente até a porta sem fazer barulho. Só precisaria espiar pelo olho mágico e decidir se valeria a pena abrir ou ligar para a polícia.

Eles deveriam ter chamado logo que a caixa foi aberta. Ou melhor, logo no primeiro cartão que encontrou no pier. Mas não o fizeram. E agora ela estava caminhando para sua morte certa, usando apenas um pijama de gatinho e uma faca na mão.

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