Capítulo 37: "E agora?"

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Duas semanas se passaram, e a cada dia, tudo parecia fluir bem entre mim e Kara, mas um recente mal estar rotineiro, passou a tirar minha paz e me proporcionar estresse

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Duas semanas se passaram, e a cada dia, tudo parecia fluir bem entre mim e Kara, mas um recente mal estar rotineiro, passou a tirar minha paz e me proporcionar estresse. Hoje, nem tomei meu café da manhã, pois temia por tudo pra fora...

— Bom dia, Lena!

Ouço a porta se abrir e vejo uma Samantha extremamente alegre e sorridente vindo em minha direção, mas estou tão enjoada, que nem me importo em perguntar o motivo de seu sorriso bobo, porque outra coisa me incomodava bem mais nesse momento.

— Ahh... — Faço uma careta.
— Que cheiro é esse? — Levo minha mão ao meu nariz.

Samantha me olha com uma expressão confusa.

— Que cheiro?

— Esse perfume! — Respondo, ainda sentindo enjôo.

— Você tá de sacanagem, né?

Sam, senta de frente para mim.

— Eu sempre uso esse perfume, Lena!

— Pois então, não use mais, ou ao menos não entre aqui com isso.
Corro até o pequeno lavatório embutido em meu escritório.
— Esse perfume é doce demais!

Tento vomitar, mas não consigo. Quando levanto minha cabeça para encarar Samantha, vejo que ela me olha com os olhos semicerrados.

— Você tomou café da manhã, Lena?

Ela me pergunta, ainda estreitando os olhos.

— Não.
Estou sem fome!

— E o que está sentindo exatamente?

— Tem alguns dias que eu me sinto enjoada!
Digo, sem dá muita importância aos olhares acusatórios de Sam.

— Quando foi a sua última menstruação?

"Eu já deveria saber que ela me perguntaria isso"
Giro os olhos mentalmente.

— Está atrasada, há dez dias.
Resolvo dizer a verdade e vejo Samantha abrir um sorriso irritante.
— Não me olhe assim, Sam!
Advirto.

— Lena...
Você está grávida!!!

Ela esfrega as mãos em animação, me fazendo sorrir.

— Eu não estou grávida, pode ter sido só uma mudança no meu ciclo menstrual!
Dou de ombros.

— Vamos agora mesmo fazer um exame!

Ela me puxa, me arrastando pra fora da sala.

— O que está fazendo, sua louca. Preciso trabalhar.

— O trabalho pode esperar um pouco, você é sua própria chefe, Lena!

Sabendo que eu não teria chance em argumentar com ela, resolvo baixar a guarda, e assim nós seguimos até a farmácia mais próxima, compramos um teste digital para um resultado mais preciso.

— E aí? — Sam me perguntava pela milésima vez, enquanto eu urinava no copinho, no banheiro da L-Corp.

— É eu que posso estar grávida e é você que fica nervosa, Sam?

Implico com minha amiga, porque por dentro, eu estava surtando com essa possibilidade.

— Droga, Lena. Fala logo!

Saio da cabine e fico ao lado de Sam, esperando o tempo determinado na embalagem, que diz: de 1 à 3 minutos.
Confesso que aqueles minutos foram os momentos mais longos da minha vida, e Samantha estava tão ansiosa quanto eu, pois a mesma não parava de esfregar as mãos suadas uma na outra, quando finalmente algo vai aprendendo no pequeno visor do teste.

Dois = tracinhos surgem na telinha, e eu pensei estar sonhando ou precisando de óculos, pois não acreditava no que estava vendo.
Nem os gritos de Sam me trouxeram de volta para a realidade.

—— Você está grávida!!! ——

Eu ainda não tinha reação...

"Isso não pode estar acontecendo"
"É algum tipo de brincadeira do universo?"

— Lena?

Samantha acenava na frente dos meus olhos...

—— Lena??? ——

Saio do meu transe e caio no choque de realidade, quando ela eleva a voz para chamar minha atenção.

— Esse teste deve estar com defeito, Sam. Isso não é possível!
Entro em fase de negação.

— Vocês usaram preservativo?

"Espera...
Ela sabe que a Kara é Intersexual?"

— V-Voc... — Tento falar, mas sou cortada por Sam.

— Sim.
Eu sabia!

Ela responde, vendo a dúvida dançando em meu rosto.

— Por quê eu sempre sou a última à saber?

— Rochelle 2?

Sam brinca e eu finalmente consigo sorrir um pouco, mesmo com o medo nublando a minha mente.

— Idiota!!! — Reviro os olhos para ela, que não se importa nem um pouco.
— Mas, respondendo a sua pergunta.
Guardo o teste de gravidez dentro da caixinha e levo minha mão.
— Não, nós não usamos, mas eu tomei a pílula do dia seguinte!

— Você tomou logo depois da relação sexual?

— Tomei 24 horas depois!

— Você sabe que a pílula perde a eficácia se for tomada depois das primeiras 24 horas, certo?

— Pensei que fossem 3 dias de eficácia!
Meu coração disparava com nervosismo, medo e ansiedade. Tudo misturado.

— Depois das 24 horas, a eficácia cai para 95%.

Sam responde de braços cruzados.

— Mas, ainda assim é uma boa probabilidade!

— Sim. Mas, existe 5% de chance de você engravidar, e foi isso que aconteceu!

"Eu estou surtando horrores agora"

— Você precisa contar pra Kara!

— Não.
E-Eu não posso!
Volto para o meu escritório, e Sam me segue.

— Como não pode?
Ela tem o direito de saber, Lena!

Sua voz estava carregada de preocupação.

— Eu preciso pensar, Sam. Ainda não caiu a fixa. Estou completamente confusa e perdida!

— Eu vou estar aqui pra te ajudar, se precisar. Mas, você tem que contar pra ela!

— Eu prometo que vou contar, mas antes, preciso aceitar essa nova realidade.
Digo, e isso parece tranquilizá-la.

"E agora?"
"O que eu vou fazer?"
"Não quero isso"
"Eu sei que vou ser uma péssima mãe"

"E agora?""O que eu vou fazer?""Não quero isso""Eu sei que vou ser uma péssima mãe"

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