"Amor, como se tivéssemos alguma chance
Dois aviões de papel voando, voando, voando
E eu me lembro de pensar:
Já estamos fora de perigo?"
"Out of the woods" por Taylor Swift
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De um "Oi, tudo bem?" despretensioso para um "Então você é aquele rapaz que deixa o meu meio irmão melhor?" repleto de segundas intenções, a conversa com Yoongi tornou-se a sua pílula de serotonina diária. Em uma semana que se conversavam por mensagens de texto, Taehyung já se sentia ansioso para desvendar todos os mistérios daquele ser que parecia tão excêntrico a todos os outros.
Mas o que era? O que é que o Min tinha em sua personalidade que sempre deixava em si um gostinho de quero mais?
Taehyung até podia apostar em seu intelecto fascinante, que transbordava em conhecimentos aleatórios ao longo daquela conversa, mas isto seria muito fácil, uma vez que sabia que só se interessava por pessoas intelectualmente estimulantes. Estava óbvio demais; e não era tão simples assim, afinal de contas, se fosse simples, não seria ele.
Ou, então, podia apostar na falta de certezas que Yoongi dava em suas respostas; nunca sim ou não, branco ou preto, mas um cinza camuflado de um talvez instigante. Desvendar as frases de múltiplos sentidos do Min era desafiar a sua capacidade de interpretação e imaginação para com um texto de um autor que gosta de brincar com as palavras, e isso estava deixando-o maluco, maluco por ele.
Além de todo aquele esconde-esconde e pega-pega, também havia um fator cruciante: o fato de Yoongi demorar tanto para respondê-lo. Na mente de Taehyung, receber as mensagens do rapaz era como o efeito do antibiótico, de oito em oito horas para amenizar a sua agonia.
Não queria ter de admitir a si mesmo, mas estava ficando viciado naquela descarga de adrenalina tão gostosa. Yoongi sabia muito bem como brincar com seus sentimentos e, o pior de tudo, é que ele parecia ter consciência disso, pois uma hora dizia que queria sair consigo, e na outra inventava um compromisso que o impedia a semana inteira.
Qual era a daquele cara, afinal?
Com essa pergunta brincando de amarelinha em sua mente, Taehyung bloqueou o celular e suspirou, angustiado, abandonando-o ao lado da bandeja verde limão com a comida que sequer havia tocado desde que o pedido ficou pronto na cantina. Era a hora do almoço. Tinha combinado com Jeongguk que lhe faria companhia naquele dia, antes de irem para seus respectivos trabalhos; porém, a sua vontade mesmo era de ir embora dali e tirar um cochilo para esquecer-se de todo aquele desconforto emocional que sentia preso em sua garganta, como um choro indigesto.
Jeongguk, por sua vez, a cada colherada que dava em sua comida, levantava o olhar para si, numa tentativa de apurar o que se passava por sua mente.
— Você está bem, Tae?
Ao ser arrancado abruptamente de seus devaneios, encarou o amigo de volta e concordou, mais cabisbaixo do que gostaria.
— Oh, estou, por quê?
— É que não parece. Você não tocou na comida até agora e também não pára de verificar esse celular a cada cinco minutos. Aconteceu alguma coisa?
— Não, é que... — hesitou.
No momento em que seus olhos encontraram com as írises escuras novamente, analisando-o com toda atenção, Taehyung perdeu a coragem de lhe contar o que estava acontecendo. Entre o medo de suas atitudes serem julgadas pelo outro ou do famoso "Eu te avisei" surgir à tona na mesa, de repente sentiu-se ainda mais patético por estar naquela posição, ansiando por um nada.
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𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎 (𝐓𝐀𝐄𝐊𝐎𝐎𝐊)
Short Story[CONCLUÍDA] A primeira vez que Kim Taehyung viu Min Yoongi foi pela lente de sua câmera Fujifilm Instax. O rapaz parecia tão à parte de todo aquele cenário arbóreo do campus de sua faculdade, tão naturalmente misterioso que seu interesse por ele fic...