𝐈𝐕: 𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎 𝐅𝐎𝐈 𝐔𝐌 𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐍𝐓𝐄 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎

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"Mas eu consigo nos ver perdidos nas memórias

Agosto se transformou em um instante no tempo

Porque nunca foi meu."

"August" por Taylor Swift

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Taehyung pensou que, depois de ouvir tal confissão naquele dia, haveria um momento em que Yoongi simplesmente o convidaria para aquele segundo encontro que ficou somente na teoria.

O roteiro de seu próprio romance já estava pronto; eles sairiam para um parque de diversões no final de semana, onde, entre muitas risadas, segredos e momentos fofos compartilhados entre eles, o rapaz perceberia que ele era a pessoa certa para si. Assim, confessaria logo seus sentimentos, pediria-o em namoro e acabariam aquela história juntos, em seus felizes para sempre. No entanto, não foi exatamente o que aconteceu.

Na semana seguinte, Yoongi mandou uma mensagem dizendo que tinha muita coisa acontecendo em sua vida e que precisava de um tempo longe das redes sociais, para pensar melhor sobre ela. Taehyung logo deduziu que fosse seus problemas com a ex, que talvez ela fosse uma maluca que não largava de seu pé, como viu acontecer noutro dia, então disse que estava tudo bem e que quando precisasse de alguém para conversar, estaria ali por e para ele.

Sabia que estava sendo flexível e empático demais com o rapaz, que tudo o que ele falava ou fazia para si não parecia ter tanta importância quanto de fato tinha; porém, só Taehyung sabia o quão angustiante era ficar preso naquele quarto escuro que eram os sentimentos do Min.

E, mais uma vez, o tratamento de silêncio do outro estava influenciando o seu bem-estar, de maneira que causasse em si um oceano de confusões sem fim! Desde o seu acordar ao adormecer, não conseguia parar de drenar seus pensamentos em direção aos seus mistérios. O que de tão importante estava acontecendo em sua vida que não podia compartilhar consigo? Ou será que ele não queria? E se não queria, por que não queria que ficasse sabendo, sendo que disse que conversar consigo deixava-o bem?

Min Yoongi estava deixando-o maluco!

No começo, era até instigante esse joguinho de esconde-esconde de sentimentos, tudo nas entrelinhas, nas meias palavras, nas sugestões; agora, estava ficando de saco cheio!

A sua vontade mesmo era de jogar umas verdades na cara do outro a respeito de sua falta de responsabilidade afetiva para com ele, mas como tocaria neste ponto sendo que o rapaz não lhe devia nada, nenhuma satisfação? Era deveras complicado a posição que se encontrava.

Balançou a cabeça, para desviar aqueles pensamentos ansiogênicos, que, por muitas vezes, consumia-o por horas, e piscou rapidamente os olhos, voltando a se concentrar em George Orwell e nos mistérios do grande irmão. Aquele livro era a cara de Yoongi, uma vez que também precisava parar de prestar atenção em todo o resto apenas para que conseguisse entendê-lo em um por cento.

Estava sentado no banco de couro da biblioteca, depois do encerramento das aulas daquele dia, enquanto esperava o horário de seu trabalho se aproximar no relógio. Podia sentir a cabeça de Jeongguk sobre os músculos de suas coxas, este que, de braços cruzados, bem unidos ao peito, cochilava tranquilamente.

Até que, de repente, ele comentou, pegando-o de surpresa em meio a um silêncio confortável:

— Nunca te vi tão quieto.

— É porque estou concentrado.

— Digo, nos últimos dias.

— Culpe o Orwell. Estou bastante envolvido com essa leitura.

— Não, culpo o Yoongi, por ter te indicado. O livro se tornou tão chato depois que ele te recomendou.

Franziu as sobrancelhas.

𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora