Capítulo 05

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Emily acordou cedo para preparar um banho quente para Aaron. Não queria incomodar a única que criada que tinham com algo que ela mesmo podia fazer. E foi ela mesma quem dispensou quando ele sugeriu que trouxessem uma.

O acordou sem cerimônia ao abrir as cortinas, o fazendo resmungar e cobrir os olhos.

— Levante, tem um banho quente lhe esperando.

Não sabe o que disse de errado para fazê-lo abrir os olhos e encará-la com os olhos brilhando de malícia.

— Vai se juntar a mim? — Ele estava brincando, obviamente, mas o brilho em seus olhos indicava que o convite era verdadeiro.

Penélope tinha razão, Aaron era a encarnação do pecado sem a camisa. Imagine como suas coxas...

Por Deus, Emily, que pensamentos são esses?

— Vá logo, seu beberrão. Agradeço o convite, mas já tomei banho e foi melhor do que seria em sua companhia.

De novo aquele sorrisinho maldito.

— Duvido — afirmou tão cheio de si.

Homens tem uma capacidade incrível de achar que são uma divindade.

A confiança dela foi abalada mais uma vez quando a realidade da situação a atingiu. Aaron tomaria banho no cômodo ao lado. É um novo nível de intimidade, um que talvez nunca acontecesse se permanecessem sempre em casa.

Na casa dele.

— Lembra algo do que conversamos quando você chegou? — perguntou assim que ele entrou no outro cômodo. — Samuel não lembrava de nada quando tomava o conhaque às escondidas.

A imagem de como ele seria completamente nu decidiu invadir sua mente. Estava amaldiçoada, só poderia ser isso. Sua mãe tinha razão, pensar sobre isso, se render aos prazer antes do devido tempo deixava as pessoas abrasivas.

— Lembro. Isso de esquecer com a bebida aconteceu comigo poucas vezes, e foi apenas com breves momentos. — Pensou que seria tudo quando ele acrescentou: — Lembro, principalmente, de você não querer morder meu pescoço.

Apesar do rubor, ela não pôde evitar que uma risada lhe escapasse. Emily foi até a penteadeira com intenção de arrumar o cabelo.

— Você é irremediável. Por que tem sempre que tecer comentários indecentes? — Começou a repartir seu cabelo. Agora que estava casada, o penteado era apenas para praticidade, ninguém esperaria que estivesse ficando apresentável para algum pretendente.

— Ora, somos casados, podemos falar tais coisas com a consciência limpa. — Quando ele fala dessa maneira, não consegue levá-lo a sério.

— Mas não me sinto confortável com essas conversas obscenas. E você sabe disso e ainda assim continua.

— Estou tentando quebrar esse estigma. É inacreditável que você viva nessa bolha. Não sabe mesmo nada sobre o assunto? Mesmo as moças mais protegidas da aristocracia não são tão inocentes.

— E como você sabe da castidade dessas moças? — perguntou, imediatamente se arrependendo quando a hesitação veio em forma de silêncio.

Como ele saberia? Sério, Emily? Você perguntou isso?

— Eu...

— Não precisa responder. Você provavelmente foi responsável por tirar a virtude de muitas moças. — Não sabe porque sua voz saiu tão amarga.

— Elas entregaram a mim, voluntariamente — enfatizou — Posso ser um cafajeste, mas não obrigo ninguém a entregar sua castidade para mim. Eu a obriguei?

Como não planejei te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora