𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐎𝐈𝐒.
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Descobrir que Percy Jackson era meu irmão me deixou um tanto quanto assustada, eu fiquei sabendo que ele tinha alguns inimigos, como Luke, um garoto do chalé de Hermes que traiu todos os seus amigos e se juntou a Cronos.
Cara, e se aquele maluco quisesse me fazer de isca para conseguir prender o Percy?
Se passaram algumas horas depois que eu fui reclamada, eu arrumei as minhas coisas e fui para o chalé 3."𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑧" Eu pensei.
— Olá. Ãn, é... – Percy falou. Parecia estar envergonhado, talvez por ter me machucado mais cedo, ou por ter uma irmã que praticamente acabou de chegar no acampamento.
— Olá – falei. Tentando sorrir. Eu ainda estava confusa sobre tudo que havia acontecido.
— Aquela ali é a sua beliche – ele apontou para uma beliche vazia.
— Está bem. Obrigado – finalmente consegui sorrir, não queria parecer grossa com o meu meio-irmão.
Coloquei as coisas na beliche.
Não conseguia me sentir alegre, não conversava com Brady dês de que chegamos no acampamento.
Estava sentindo falta do meu amigo. Eu tinha visto ele algumas vezes com outros campistas, às vezes com Annabeth e às vezes com os irmãos dela.
Será que ele havia sido reclamado? Não sei se ele estava no meio dos campistas quando 𝑒𝑢 fui reclamada.
Decidi ir procurar ele.
Encontrei ele conversando com alguns filhos de Atena.
— Ah, olá Brady – falei. Esperava que ele estivesse contente em me ver, acho que não me enganei.
— E aí Peixonauta! – ele falou. Mas que apelido era aquele? Era bem pior que 𝐶𝑎𝑏𝑒𝑐̧𝑎 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑔𝑎.
Ele pediu licença para seus amigos, para conseguir conversar comigo.
— Então, pelo jeito você já foi reclamado, não é?
— Já, Layla. Filho de Atena. Mas eu posso saber o motivo de vocês nunca mais ter conversado comigo? – Brady falou.
— Ah, eu percebi que você estava maior parte do tempo ocupado com os seus irmãos do chalé 6. Não queria atrapalhar.
— Hum – Brady parecia não se importar muito.
Dei de ombros, me virei e sai andando.
Senti algo atrás de mim.
Brady me virou e fez algo que eu não esperava. Ele me abraçou.
— Me desculpa por não ter conversado com você por esses dias. Fiquei com saudade – ele falou. Senti que ele estava realmente triste por isso.
Dei risada e o abracei de volta.
— Tudo bem! Eu também estava com saudade – falei.
Ficamos conversando. Ele fez eu me sentir em casa novamente, mas me fez repensar sobre ficar aqui no acampamento, e a minha mãe?Já era de noite, eu estava com muito sono, foi um dia cansativo.
Eu me deitei na cama, consegui dormir rapidamente.
Logo ficou um clima pesado, estava muito barulho, eu estava em um estacionamento.
Era o estacionamento da minha antiga escola.
— Não pode ser – falei. Comecei a correr para dentro do ginásio.
Era uma lembrança no sonho?
A lembrança do meu pior trauma, do pior dia da minha vida.
Eu tinha 12 anos. Estava no baile de fim de ano, estava no 5° ano. Por algum motivo ninguém conversava comigo, ninguém olhava para mim. Era como se eu estivesse invisível.
— 𝑃𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑎𝑙 𝑚𝑜𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑖𝑔𝑛𝑜𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜?
Eu tinha falado.
— 𝐸𝑙𝑒𝑠 𝑣𝑒̂𝑒𝑚 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑣𝑒́𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑖𝑚?
Logo eu comecei a chorar, não só a minha eu do passado, mas sim a do presente também.
Saí correndo, mas acabei esbarrando em um garoto.
Era o Brady.
— Layla, o que você está fazendo aqui? – ele me perguntou.
Enxuguei as lágrimas do rosto.
— Esse é o meu sonho, a minha lembrança. Não está vendo? O que 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ faz aqui? – falei.
— Me desculpe, mas por qual motivo eles não.. – eu acabei interrompendo ele, sem perceber eu saí correndo.
Ele veio atrás de mim.
Sentei no chão, encostada na parede.
Ele se sentou do meu lado e me abraçou.
— Desculpe. Eu não deveria ter te perguntado aquilo.
— Eu que tenho que pedir desculpas, eu saí correndo. Se você quiser eu posso te explicar tudo aquilo, eu só não gosto nada dessa lembrança.
— É claro que eu quero, Layla. Quero saber o motivo de aquilo te deixar tão mal – ele parecia realmente preocupado. Teria que explicar para ele de qualquer jeito.
— Eu estava no baile de fim de ano, eu sempre quis participar desse baile, sempre quis ser vista por todos, mostrar que eu poderia ser uma garota legal e ter amigos. Mas eles não conseguiam me ver, ninguém olhava para mim, ninguém me respondia. Por isso, essa memória se tornou o meu maior trauma.
— Eu sinto muito. Eu estou aqui para te ajudar no que você precisar, pode contar comigo para tudo. Ouviu, Peixonauta?
Eu dei risada.
— Ouvi, Cabeça de Coruja.
Nós dois rimos.
Minha visão começou a ficar embaçada,
percebi que estava acordando.
— Layla! – Percy estava me chamando
— Ãn, o que aconteceu? – perguntei, confusa.
— Você estava tendo pesadelos? – ele me perguntou.
— Não sei, era mais uma lembrança.
— Brady estava lá?
— Sim.. Espera, como você sabe disso? – perguntei.
— Eu ouvi você falando o nome dele, com um sorriso no rosto, mas com lágrimas também, você é bem confusa. Mas, mudando de assunto, Tyson quer vir aqui conhecer você!
— Que bom, quero conhecê-lo também.Algumas horas se passaram.
Encontrei Brady no lago de canoagem.
— Está melhor, Peixonauta?
— Estou, Cabeça de Coruja – falei – Obrigada, ãn, é, por ontem de noite.
— Por nada. Sempre que precisar eu estou aqui
Eu sorri.
Ele bagunçou meu cabelo e saiu andando.
Eu me virei e sai andando também, queria encontrar Annabeth, mas não estava achando ela em lugar nenhum.
Decidi ir ao chalé dela.
— Ãn, Annabeth?
Ela me olhou e sorriu. Estava fazendo alguma pesquisa, parecia estar ocupada.
— Você parece ocupada, uma hora ruim para vir te visitar? – perguntei.
— Claro que não, Layla! – ela falou.
— Que bom, queria conversar com você sobre uma coisa.
— Pode falar!
— Então.. – comecei – sendo bem direta. Você e Percy se gostam, não é?
— Ah, é, talvez.. – ela ficou totalmente vermelha – por qual motivo você quer saber isso?
— Ei, está tudo bem! Não vou contar nada ao Percy, só fiquei curiosa.
— Ah, está bem.. Eu até gosto dele – ela confessou.
— Você sabe se ele sente o mesmo? – perguntei.
— Não tenho certeza. Eu acabei.. é.. beijando ele. Ano passado – ela falou. Continuava vermelha.
— COMO? – gritei. Estava muito feliz, eles formavam um casal maravilhoso.
— Mais baixo, Layla! – ela falou – e sim, eu.. beijei ele.
— Nossa, vocês deveriam casar logo.
— Nós nem namoramos ainda – ela falou com ar de riso – mas, eu posso te perguntar uma coisa?
— Claro, Annabeth!
— Você e o Brady, se gostam? – ela me perguntou. Fiquei totalmente sem reação. Provavelmente eu fiquei mais vermelha que ela.
— Ah, eu e Brady? Não, claro que não! – falei – somos só amigos! Grandes amigos.
— Ah, está bem. Me desculpe a pergunta – ela falou. O ar de riso em sua voz voltou.
— Vou para o meu chalé, está bem?
— Está bem, Layla. Tchau!
— Tchau, Annie!
Voltei para o meu chalé.
Percy não estava mais lá. Eu abri minha mochila, estava com as minhas coisas da escola.
Decidi abrir ela. Vi uma foto da minha mãe lá, estava sentindo muita falta dela.
Será que ela sabia que eu ainda estava no acampamento? Que eu estou bem. Será que 𝑒𝑙𝑎 está bem?
Logo, 10 dias depois, Annabeth me chamou no quarto dela, ela me contou que havia planejado uma missão, ela e Percy iriam procurar Luke, iriam enfrentar ele, sozinhos. Pensei que isso poderia ser perigoso, por conta de tudo que eles haviam me contado, eu estava realmente preocupada, não conheço Percy há tanto tempo, mas convivo com ele tempo suficiente pra saber como ele é, digamos que Percy seja impulsivo. Percy é incrível, ele é leal e gentil com todos, ou com a maioria. Tenho orgulho de ter um irmão como ele, mas o seu problema é exatamente esse, lealdade.
Em seu primeiro ano no acampamento, Percy ajudou Luke em muitas coisas, mas no final, ele foi nomeado como "O Ladrão de Raios" pelos deuses e alguns campistas, para depois de tudo que ele fez a Luke, descobrir que quem havia traído o acampamento, era o próprio.
Confio em Annabeth, sei que ela não faria nada imprudente, também que ela cuida muito bem de Percy, sempre, mas mesmo assim, eu tenho medo. Quíron me contou, Cronos é muito mais forte do que todos pensam, não podemos enfrentar ele sozinhos, só nós campistas não iríamos dar conta, imagina apenas Percy e Annabeth. Annabeth me contou que eles iriam sair logo cinco dias depois.
Passaram dez dias desde que eles foram para essa missão, eles estão há três dias sem dar nenhuma notícia, estávamos preocupados. Depois de uma semana, Quíron me chamou pra um canto, junto com Brady, ele nos falou que iria precisar da nossa ajuda. Percy e Annabeth haviam se perdido em uma ilha, e nós seríamos a salvação de tudo.
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Percy Jackson e os Olimpianos - A Irmã Perdida
FantasiaNessa história narrada pela meia irmã mais nova de Percy Jackson, Layla Reynolds, ela e seus amigos vão em uma missão para resgatar Percy e Annabeth, onde os dois ficam presos em uma ilha desconhecida. Layla e seu amigo Brady, filho de Atena, passam...