Capítulo 7

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Duas semanas se passaram com Kara tentando quebrar o gelo com Lena, mas seu charme habitual não estava funcionando tão rápido quanto ela esperava. Era sexta-feira e ela não podia mais adiar o conserto do carro, principalmente porque Lena disse que realmente precisava do carro para fazer compras nos próximos dias.

Kara caminhou relutantemente até a porta da cozinha e bateu. Sabendo que seria seu último dia, ela comprou algumas coisas que esperava que ajudassem Lena e mostrassem que ela se importava. Kara segurou a sacola e ergueu a mão para bater na porta, mas ela ouviu Lena gritar: "Ah, apenas funcione! Por favor?"

Fosse o que fosse, estava deixando Lena com raiva. Kara bateu na porta e entrou. Ela encontrou Lena parecendo corada, quente e incomodada. "Está tudo bem?"

"Sim, está tudo bem. Posso pegar algo para você?"

"Não, eu só queria que você soubesse que o carro está pronto e você não terá mais problemas."

"Ok, obrigada. Eu agradeço." Lena pegou sua bolsa e rapidamente tirou sua bolsa. "Eu quero que você pegue isso. Sei que vinte libras não são suficientes para o trabalho, mas quero pagar-lhe alguma coisa."

Kara afastou a mão dela. "Eu não quero seu dinheiro, Lena. Isto foi para ajudar você. Nós concordamos: eu estava ajudando você."

Ela podia ver o estresse de Lena aumentando. Enquanto Lena esmagava o dinheiro com força em sua mão, lágrimas vieram aos seus olhos, o que realmente surpreendeu Kara.

"Não gosto de ficar em dívida com ninguém", disse Lena.

"Olha, por favor, o estresse não é bom para você. Está tudo bem e você não está em dívida comigo. Vinte libras significam muito para você e Liam."

"Não costumava", disse Lena, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Kara não conseguia acreditar. A até então gelada e teimosa Lena Luthor estava começando a chorar.

"Ei, está tudo bem. Não fique chateada", disse Kara. Ela teve uma vontade enorme de puxá-la para um abraço, mas resistiu e, em vez disso, a acompanhou até a mesa da cozinha e pegou uma caixa de lenços de papel na bancada.

Lena chorou em um lenço de papel e disse: "Sinto muito, eu não faço isso. Não choro na frente das pessoas, mas a máquina de lavar louça que não funciona é apenas a gota d'água."

Kara aproveitou a oportunidade e pegou a mão dela. "Eu não sou ignorante. Podemos nos conhecer há apenas algumas semanas, mas, bem, compartilhamos... coisas."

Lena enxugou as lágrimas. "Coisa?"

Kara procurou algum termo apropriado que não ofendesse Lena. "Você sabe? Coisas do tipo ovulos."

Do nada, Lena começou a rir e disse com seu sotaque de classe média alta: "Coisas do tipo ovulos?"

Kara estava tão insegura sobre como reagir às risadas quanto às lágrimas dela. "Eu conto algumas piadas brilhantes durante toda a semana e é isso que faz você rir?"

Lena assentiu. "A propósito, suas piadas são terríveis, mas eu sorria quando as lia todas as manhãs, especialmente aquela sobre o pônei."

"Você fez?" Kara sentiu como se tivesse conquistado outra pequena vitória. Ela fez a bela e remota Lena rir e sorrir. Isso não foi tarefa fácil.

Lena assentiu e sorriu, enxugando as lágrimas.

Kara sentiu que precisava se explicar melhor. "Eu quis dizer que você tem parte de mim. Você sabe?"

Lena enxugou rapidamente as lágrimas e assoou o nariz. Ela sabia o que Kara queria dizer. Havia algo nela — talvez fosse ter a filha de Kara dentro dela — que fazia Lena se sentir conectada a Kara. Então ela percebeu o preço que seu colapso emocional poderia lhe custar. "Eu entendo. Lamento que você tenha visto isso."

KARLENA - InesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora