KARLENA - Inesperada

Capítulo 8

Como o carro estava consertado, Lena pensou em buscar Liam quando as aulas terminassem e depois comprar algumas coisas para o jantar. Então ela ligou com antecedência e pediu à escola que não colocasse Liam no ônibus. Enquanto dirigia pelas estradas rurais, ela pensou como era maravilhoso ter seu carro de volta em pleno funcionamento. Na sua condição atual, significava independência e liberdade.

Sem o carro, Lena dependia demais de Gracie e, por mais disposta que Gracie fosse, Lena não gostava de colocar tantas coisas sobre os ombros da senhora idosa. Agora ela não precisava ser um fardo para ninguém, e tudo isso graças a Kara Zor-El.

Kara entrou na vida dela sem avisar, com suas piadas de mau gosto e seus grandes sorrisos, e apesar da recepção fria que ela lhe deu, ela continuou sorrindo e tentando.

Lena passou pelos portões e estacionou na área dos pais e visitantes. O prédio da Escola Westview era lindo, uma antiga mansão do século XVIII que servia ao outrora movimentado vilarejo. Era semelhante à escola que Lena frequentou quando criança, embora ela tivesse internado, e Westview aceitava alunos internos e externos. Lena não conseguia imaginar Liam não voltando para casa à noite. Ele era seu pequeno milagre e significava tudo para ela.

Ela desligou o motor e recostou-se no banco.

Lena olhou para o grupo de pais que também esperava pelos filhos. Conversaram e riram, sem dúvida compartilhando histórias e dificuldades da vida familiar. Lena nunca se aproximou e se juntou ao grupo. Ela sempre ficou na periferia, tentando passar despercebida. Não que ela fosse tímida ou inibida, mas aprendera com a experiência que proteger seu anonimato significava nunca fazer amigos e nunca deixar ninguém entrar.

Ela fechou os olhos e inesperadamente uma imagem de Kara de joelhos, sentindo a bebê chutar, flutuou em sua mente, junto com uma sensação de calor.

Seus olhos se abriram. Esse momento se repetiu inúmeras vezes em sua mente desde que aconteceu.

Lena não tinha ideia de por que agiu tão espontaneamente e deixou Kara experimentar como era sentir a bebê. Ela nunca permitiu que alguém se aproximasse tanto, muito menos alguém potencialmente perigosa para sua família. No entanto, ela permitiu, e sempre que ela tinha um momento de silêncio, a ternura que elas compartilhavam quando Kara olhava nos olhos dela com genuína admiração era algo que ela não conseguia esquecer.

Lena continuou tentando se lembrar de que não podia confiar em Kara, por mais genuína que parecesse. Alguém já havia escapado de suas defesas antes e destruído os últimos vestígios de sua família.

Anjo, confie em mim com seu coração. Eu te amo e cuidarei de você...

Lena foi perturbada por uma batida em sua janela e pulou de susto, mas virou a cabeça e viu o rosto sorridente de uma das professoras. Ela abaixou a janela e disse: "Boa tarde, Sra. Chester. Está tudo bem?"

"Sim, nada com que se preocupar. Eu só queria saber se poderíamos ter uma conversa rápida?

Lena seguiu a professora até uma das secretarias da escola.

"Sente-se, Sra. Luthor. Minha assistente de sala de aula está preparando as crianças, então pensei em aproveitar a oportunidade para conversar rapidamente com você sobre Liam."

Lena ficou imediatamente em alerta. "Por que? Aconteceu alguma coisa?"

"Não, não se preocupe. Eu simplesmente queria discutir seu comportamento. Já falamos antes sobre Liam ser um pouco afastado das outras crianças, gostando de trabalhar sozinho em projetos e outras atividades de classe. Bem, está piorando, infelizmente. Entendo que Liam esteja trabalhando em um nível muito mais alto do que qualquer outra pessoa, mas aprender a trabalhar juntos é importante."