Diz Que Sim

Capítulo 8 - Diz que sim

Hyunjin

Lee Know segurou minha mão com a sua, por baixo do cobertor, e ficou me fitando com certo pesar no olhar, então tentei reforçar o que eu havia dito antes.

- Você não precisa viver sem mim, você sabe.

- Você diz isso, porém não quer voltar...

- Eu precisaria voltar? Eu te amo e vou continuar querendo ficar com você, sempre que me quiser por perto.

- Só não quando o Yongbok te solicitar.

Por mais que a fala dele tivesse certa margem de erro, ela não era totalmente equivocada. Não era como se Felix fosse ter preferência, pois se eu pudesse realmente manter minhas relações com ambos, seria justo em compartilhar meu tempo com cada um de maneira equilibrada, mas haveriam sim os momentos em que eu não poderia estar com algum deles, por já estar fazendo companhia para o outro.

- Você teria que aprender a dividir mais - falei.

Lee Know puxou com leveza a minha mão para fora da coberta, virando a minha palma para si e encaixando a sua própria mão sobre ela, como se medisse distraidamente o comprimento dos nossos dedos, sem nenhum motivo aparente para isso.

- Você vai ter que me ensinar - comentou, olhando das nossas mãos aos meus olhos e entrelaçando seus dedos aos meus logo em seguida.

- Isso quer dizer que você me aceita como eu sou? Eu não vou deixar de te amar, mas você vai estar ciente de que também amo o Felix, assim como se acostumou com o meu amor pelo Han.

- Que outra escolha eu tenho?

- Essa não é uma resposta válida para a minha pergunta. Você me aceita como sou, sim ou não?

As pessoas sempre diziam que o não era uma resposta que todos já tínhamos, como se isso tornasse a busca pelo sim mais fácil e menos dolorosa em certos casos, mas este não era um desses casos. Eu só queria um único sinal positivo, pois um "não" seria forte demais para processar.

- Só diz que sim - pedi, quase encarecidamente, olhando receoso em seus olhos, uma vez que a minha mente já tinha antecipado a sua negativa para aquela pergunta.

Lee Know tinha uma expressão semelhante em seu rosto, mas assentiu com a cabeça, mesmo que sem modificar suas feições.

- Isso é um sim, certo? - questionei.

- Sim, eu te amo muito e nunca estive pronto para te deixar partir - falou Minho. - Tentei ser altruísta pelo bem do Yongbok, mas a verdade é que eu não estava pronto nem para ser benevolente assim.

- Você estava sim e foi incrível naquele dia, tudo que me disse foi muito maduro, apesar de um tanto precipitado.

- Eu não fui maduro, já que uma parte da minha motivação para rompermos, foi o medo do ciúmes que eu sentiria se continuássemos juntos e você dedicasse mais atenção a ele, mesmo que nem fosse uma atenção romântica.

- A gente pode trabalhar isso, para você não ter mais que encarar esse tipo de sentimento com frequência. E eu jamais vou tentar te fazer ciúmes, eu nunca tentei.

- Eu sei, isso é uma coisa minha e é bem irritante.

- Meio irritante - corrigi -, meio lisonjeira também - completei e finalmente sorri de leve para ele.

Minho me concedeu um sorriso meia-lua de volta, ainda fraco, mas já era alguma coisa.

- E o Han? - perguntou-me.

- Ele faz parte do seu pacote, não faz? Se estou te reavendo, esse chaveirinho vem de brinde.

Após eu ter brincado, Lee Know soltou uma risada baixa, que finalmente colocou um sorriso real nos seus lábios, e aquilo me aqueceu por dentro, porque aquela não era uma conversa destinada a pesar a noite.