Capítulo 5

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Connor não gostava de mentir para Maxine.

Os últimos três meses tinham mostrado que o recém-estabelecido relacionamento entre eles era sobre ser verdadeiro. Tudo era muito novo e vulnerável, mas para a surpresa de todos, estava dando tudo certo. Apesar das diferenças entre eles, logo perceberam que se encaixavam tão bem que se nunca se encontrassem, sempre faltaria algo no outro.

Mas naquele momento ele estava quebrando a promessa que fez para a namorada.

Depois do parto, Connor caminhou na neve até quase perder os dedos dos pés para chegar ao vizinho mais próximo, e uma ambulância foi mandada a tempo. Não houve nenhuma conversa complexa, Max iria ficar com ele e toda a família Reyes que, apesar do choque, amou a ideia.

O presente de Natal perfeito caiu no colo de todos, um bebê bonzinho para ser mimado e uma mulher doce para amar. Todos caíram de joelhos, apaixonados por Max, principalmente Luna, que monopolizava o bebê Connor quando a recém-mãe olhava chocada a estrela da música mimar seu mais novo sobrinho.

Foi por isso que ela ficou os últimos meses em Nova Iorque, porque apesar do amor, os Richard não pareciam tão entusiasmados em receber Maxine e um bebê, então Connor decidiu por ambos. Sua namorada, sua futura esposa e mãe do seu filho do coração, ficariam onde pudesse cuidar deles.

No entanto, havia chegado a hora de Jaqueline e Adam conhecerem o neto. Apesar de tudo em Connor gritar para ficar ao redor de Max e do bebê, sabia que tinha algo a resolver.

Maxine se abriu aos poucos, e Connor foi paciente, ouvindo os detalhes que ela confidenciou. Mesmo a escassa informação fez com que ele precisasse fazer algo contra o homem que ousou machucar a mulher que amava.

E era por isso que ele tinha mentido.

Connor deixou a namorada e seu neném na casa dos sogros, que pareciam mais felizes em vê-lo do que a própria filha. Max só tinha valor para eles se tivesse alguém do seu lado, por isso custou tudo dele sair sob a desculpa de precisar checar o apartamento que tinha alugado para eles. O que não era verdade, tudo sobre a nova moradia estava definido. A transferência para o esquadrão de Detroit, que seria até Maxine se formar, também já estava resolvida. Mesmo assim, ele mentiu. Porque tinha algo a acertar.

Foi fácil puxar as informações sobre o canalha. Uma rápida pesquisa deu a ele os horários em que o bastardo estaria no campus, provavelmente assediando e aliciando sua próxima vítima, mais uma garota indefesa que ele ia machucar e abandonar. Mas não se Connor pudesse impedir.

Passavam das sete da noite quando ele viu o homem franzino se despedir com um beijo rápido de uma garota jovem demais para ser a esposa traída. Bryan era alto e magro, usava um casaco e parecia curvado sobre si mesmo quando caminhou alheio à presença do seu mais novo inimigo.

Ele nem viu quando o primeiro soco de Connor o acertou.

Caiu no chão em choque, vendo uma sombra enorme aparecer em cima dele, e se encolheu quando a bota de couro acertou seu estômago.

— O que é isso? — perguntou sem fôlego. — Socorro! — Bryan gritou, mas ninguém podia ouvi-lo í. — Tem câmeras aqui. Se quiser... leve o carro, mas não me machuque mais. Eles vão te encontrar.

Connor se abaixou, deixando que o merdinha visse seu rosto.

— Eu cuidei das câmeras, professor — garantiu. — Não tem ninguém vendo nosso acerto de contas.

Os olhos se injetaram em medo, o sangue fluiu pelo nariz, pingando por sua blusa.

— Leve o que você quiser, por favor — implorou.

— Não vou levar nada — prometeu. Tinha tudo que precisava consigo. — Mas vim dar um recado e garantir que você esteja escutando. — Segurou a gola da blusa, levando o peso morto pelo chão, obrigando-o a enfrentá-lo como o homem que não era.

— Estou ouvindo, por favor, estou ouvindo — Bryan disse, se escolhendo ao toque do homem mais assustador que tinha visto em toda sua vida.

— Você vai deixar essas garotas em paz. Todas elas. Se eu souber que está tendo qualquer contato com suas alunas, eu pessoalmente vou vir resolver essa situação. — A ideia de que outra mulher pudesse passar pelo que Maxine tinha passado o enjoava.

— Elas são todas maiores de idade e... — Começou a se justificar, mas Connor não permitiu, desferiu mais um soco no rosto do idiota, fazendo com que ele caísse de novo, tonto.

— Não justifique suas merdas, faça o que eu estou mandando — rugiu, chutando seu queixo. — Nunca mais se aproxime delas. Nunca.

— Eu prometo, juro — Bryan chorou, sua dicção falhando pelo que devia ser a quebra de seu maxilar.

— E nunca mais toque em Maxine Richards — disse, e o homem o olhou de novo, sobressaltado.

— Aquela vadia mentiu para você sobre... — Connor não deixou que ele terminasse aquilo, chutou de novo o bastardo e desejou que dessa vez pudesse impedi-lo de falar para sempre.

— Está avisado — disse quando Bryan perdeu as forças e parou de se proteger. — Se encostar nela de novo, vai ser muito pior do que isso. — E ele dizia a verdade. Era um homem da lei, mas acima de tudo estava o bem-estar da mulher que amava e do bebê que ele não tinha gerado, mas considerava seu.

— Quem é você? — o professor sussurrou para si mesmo, muito mais como uma pergunta retórica do que uma verdadeira questão.

— Sou quem protege Maxine. E se você se aproximar dela, vai me ver de novo — jurou e se virou para ir embora, sabendo que teria que parar em algum lugar e tirar o sangue daquele infeliz de si, se limpar para voltar para sua família.

Para aqueles que amava.

Sua intenção era nunca se afastar.

FIM

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⏰ Última atualização: Mar 11 ⏰

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