ONE-SHOT | CONCLUÍDO.
SOB AS ESTRELAS | MAZE RUNNER.
❛❛Mantenha os olhos nas estrelas e os pés no chão.❜❜
Sob a luminosidade das estrelas que envolvem a Clareira, você e Newt nutrem a ideia de compartilhar o restante de suas vidas juntos, mesmo que...
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“E mesmo que o céu desmorone sobre nossas cabeças, ainda estaremos em meio às estrelas.”
— SOB AS ESTRELAS
— O que você acha que existe além das paredes desse labirinto?
ENQUANTO AS ESTRELAS SE PENDEM sobre suas cabeças e a noite os rodeia, sentados no gramado e encostados em um tronco caído que serve de apoio às costas, você e Newt compartilham um momento parcialmente tranquilo. A escuridão da noite envolve a clareira, e o crepitar da fogueira a poucos metros de vocês se mistura à sinfonia das vozes altas e curiosas dos outros Clareanos. Todos eles, como você, chegaram misteriosamente a esse lugar, com suas memórias apagadas e confusos como o inferno.
A tradição da grande fogueira de comemoração para os recém-chegados persiste, e vocês, os veteranos, assumem o papel de anfitriões, explicando as regras que compõem a vida na Clareira. No entanto, mesmo entre os que já estão aqui há algum tempo, a incerteza permanece. O que existe além dessas paredes de árvores altas e do labirinto impenetrável?
Newt, com seu pequeno pote de vidro cheio de moonshine – ou, como apelidado – a bebida especial de Gally, dá de ombros. A bebida forte, feita de algo que nenhum de vocês sabe ao certo, é um consolo em meio à incerteza. O gosto amargo em sua língua é insignificante diante das perguntas que assombram a todos.
— Além do labirinto? — ele repete sua pergunta, como se buscasse uma resposta nas estrelas acima.
Você acena em afirmação, seu olhar distante no céu escuro. Inclina o pescoço para trás, abraçando seus joelhos ao peito e suspira. Você nunca foi de se questionar muito do porquê um dia acordou aqui ou qual seria a finalidade de sua vida, mas todas as vezes que um novo garoto subia pela Caixa, o desconforto que crescia em seu peito só aumentava a cada dia.
— O que você acha?
— Sinceramente? — Newt também inclina sua cabeça para trás, contemplando o céu estrelado. Seus ombros se tocam levemente, como se a proximidade física fosse um segredo compartilhado entre vocês. Na frente dos outros meninos, essa era a intimidade máxima permitida. Eles não precisavam testemunhar os toques gentis e carinhosos que vocês preferiam trocar às escondidas.
Afinal, todos vocês se consideravam família, mas havia algo mais profundo entre vocês dois.
Era a sensação de ter você só para si que fazia Newt se contentar com os olhares furtivos e a ansiedade pela noite. Quando todos iam dormir e a clareira mergulhava no silêncio, ele finalmente podia tê-lo em seus braços, na privacidade da própria cabana.
— Eu não faço ideia, (Nome). — completou o loiro, deixando seu pote de moonshine de lado para se virar e encará-lo. Seu cotovelo apoiado no tronco ao seu lado, enquanto usava a palma da mão como suporte para o queixo. Seu olhar fixo em seu rosto, expressão distante.
Ele nunca soube ao certo quando seus sentimentos por você começaram a florescer. Talvez porque você fosse uma das poucas pessoas, depois de Minho, que conseguiam enxergar seu lado vulnerável. Em uma vida cercada por mistérios e perigos, essa habilidade era considerada dispensável. Você era alguém sempre disposto a cuidar dele, depois que ele terminava de cuidar de todos. Como o segundo no comando na Clareira, logo após Alby, você sabia da seriedade por trás das consequências de ter ficado manco. Isso aconteceu depois de saltar das paredes do labirinto, apenas algumas semanas após chegar àquele lugar.
Era como se você fosse o sol em sua escuridão, a calmaria em meio à tempestade. Ele se perguntava se você também sentia a mesma conexão, se via nele algo além do líder forte e destemido. Talvez, em seus olhos, ele fosse mais do que isso. Talvez, para você, ele fosse alguém digno de cuidado e proteção.
— Acredito que, desde que eu tenha você ao meu lado. — você responde, encarando-o com firmeza. Seus olhos fixos nos dele, que já estavam voltados para você. — Acredito que tudo ficará bem. Seja aqui ou lá fora, caso um dia consigamos escapar deste lugar.
A menção de um possível futuro além das paredes daquele lugar chama a atenção de Newt e aquece seu coração. A esperança, que há tempos vivia morna em seu peito, agora parece ganhar vida. Todos sabiam que sonhar com o que existia além era uma utopia, uma visão idealizada de um mundo perfeito, distante da desconfiança e do medo que os cercava. No entanto, ouvir você expressar essa possibilidade com tanta tranquilidade, mesmo diante das incertezas, faz com que ele se incline em sua direção. Sua testa encosta em seu ombro, como se buscasse ancoragem.
— Viver neste buraco já não parece tão sufocante.. — confessa Newt, um sorriso tímido surgindo em seu rosto. — Estar com você aqui já é o bastante para mim. — uma risada suave escapa de seus lábios quando ele sente sua mão subir pelo cabelo dele, como se quisesse segurar aquele momento no tempo. — Você quer ser piegas comigo agora?
— É você quem está sendo piegas comigo. — retruca você, desviando o olhar discretamente para se certificar de que ninguém os observava. Quando percebe que todos estavam ocupados demais com suas próprias vidas para se importarem com a de vocês, você rouba um beijo rápido e gentil assim que Newt levanta o rosto, retribuindo o sorriso que ele lhe lançou.
Você geralmente não era tão ousado, especialmente do lado de fora da cabana. No entanto, algo lhe diz que um beijo é apenas um beijo, e Newt está irresistível sob a luz suave da fogueira. Você não pôde deixar escapar a oportunidade de beijar aquele rosto bonito.
— Então continue vivo, Newt. Assim poderá haver um futuro para nós, lá na frente.
— Eu vou tentar. — responde Newt, rindo baixinho. Um rubor leve sobe por suas bochechas, apesar de adorar sentir seus lábios nos dele. Estar perto de você sempre é melhor do que qualquer coisa, um conforto que ele valoriza em um mundo onde pensava estar sozinho. — Por você. Por todos nós.
— Não tente. — você sussurra, afastando alguns fios soltos do cabelo loiro escuro do rosto dele. — Apenas viva. Porque eu vou continuar gostando de você enquanto ainda estivermos sob as estrelas. Apesar de tudo o que vier daqui para frente.
A vida é uma caixa de surpresas, e logo, quanto mais o tempo passa, todos têm a certeza de que não permanecerão presos atrás dos muros desse labirinto. Todos vocês anseiam por respostas.
— Eu vou viver. — Newt acena em compreensão, concordando com você. Suas palavras gentis ecoam em sua direção. — Então viva por mim também.
Pois a vida na Clareira é uma busca constante por respostas, mas talvez a verdade esteja além das paredes, além do labirinto. Talvez haja um propósito maior, uma razão para tudo isso.
Ou talvez, como as estrelas acima, a resposta esteja simplesmente em existir, em compartilhar esse momento com Newt e os outros, enquanto o mundo lá fora permanece um mistério.