Cartas à Maria

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Querida Maria,

Há pouquíssimas palavras que saem de mim, gostaria que dessas poucas alcançassem pessoas e que delas pudessem sair outras palavras também.
Talvez por medo de escrever para pessoas, acabo retendo essas e outras diversas, gostaria de um espaço (meu) para escrever, onde eu não necessariamente precisaria de pessoas ouvintes, mas só eu, uma mesa, caderno, caneta e bastante silêncio.
Às vezes, não me sinto confortável em casa como se houvesse atas à mim, mas me sinto confortável aqui, tenho livros, chás e meu jardim, mas não é bem assim.
Às vezes não sei, dou razão à Sócrates, também só sei que nada sei, queria ter poucas certezas mas acho que nem isso deveríamos ter porque somos falhos e fazemos suposições, o que fazer então? Acho que só dormir é uma boa certeza.

Com todo meu carinho,

Maria.

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