Beijos de boa noite

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Cecília


Toda mãe tem cuidado pelos seus filhos, roupas à sapatos, choros à vomitos, beijos a broncas.
Essa noite abafada de verão, meu coração pesa, logo lembra da minha terra de cavalos, das lamas que grudará em nossas botas, dos sorriso bobos aos voltar daquela chuva que nos pegou de pelo caminho e principalmente das xícaras de café e beijinhos de boa noite.
Minha roupa que colava em minha pele pela suadeira, meus cabelos presos a um coque sujo e dessarumado pela minha pressa, pego um copo de leite e um livro clássico e corro para janela.

A cidade era como um daqueles rituais estereótipados de dança da chuva indígena, e implorava por uma resposta celestial, a Senhora Chuva. Não sei porque ainda insistia em olhar o céu estrelado e ler livros em um calor nada divino, na verdade sabia sim, as opiniões sobre esta estrangeira que vós narra esta noite de sofrimento, ouço críticas sobre meus cabelos à meus belíssimo quadris, ouço xingamentos sobre meu país, ouço ódio na minha porta bater e vejo meu coração se entristecer e pesar.

Sim, faço por aparência, nesse momento volto a desejar os beijos carinhosos dos meus pais e procuro engolir as lágrimas. Se eu pudesse eu voltaria naquele tempo em que a única coisa que me tirava o sono era a falta dos meus queridos beijos de boa noite.

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