Motorcycle Ride

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Entro na minha sala e bato a porta com força. Que merda meu coração tá parecendo uma banda de rock tocando um heavy metal muito foda de tanto que ele bate! Não achei que a nossa primeira "conversa" fosse no banheiro um tanto questionável da ordem...

Sinto meu celular vibrar em meu bolso traseiro, é o Arthur.

>Cê vai dormi na Ivete hj??

vo si<

>entt desce logo aí que tamo esperando 😁

to infoo deixa so eu pegar meus bgl<

>🤘👍

*Figurinha do cachorro pipipipi*<

Desligo o celular e termino de guardar as minhas coisas na bolsa e saio da sala, assim que fecho a porta e vou em direção às escadas vejo Elisa subindo às com pressa.

- Aonde ela vai cheia de sangue desse jeito? - penso em voz alta.

Espero ate ela subir as escadas para que eu suba também. Empurrando a geladeira consigo ouvir sua conversa com Arthur e Ivete.

- Ivete!! Não, ela ainda é menor de idade! Não pode oferecer bebida assim..

Fico atrás da geladeira apenas ouvindo a conversa. Não me julguem! Sou uma pessoa curiosa...

- Eta' porra esqueci! Foi mal aí. Mas falando sério agora, foi tudo bem no teu treino com o Rubens?

- Ah foi sim, não se preocupe!

É meio difícil não se preocupar nessa situação né guria tu tá toda ensanguentada!

- Que isso você tá com sangue pela roupa toda, até um pouco na cara também. - E no cabelo.

...

Não que eu tenha reparado...

- Aí que merda, como vou pegar um uber assim?? Vão achar que matei alguém ou sei lá.

Pera, não matou?

- Toma, tenta tirar pelo menos essa mancha com esse paninho.

- Valeu..

Por que caralhos eu tô atrás da geladeira ainda mano?? É só ir lá falar com eles. Agatha sua idiota.

- Eu até te deixaria em casa, mas eu bebi e o Dante não deixa eu pilotar a princesa bêbado.

Fecho a geladeira com cuidado, também não quero assustar eles né.

- Princesa?

- Minha moto.

Uma moto foda pa' cacete, nossa era só uma moto daquelas e eu já poderia morrer feliz, mas não troco minha moto linda por nada! Tenho apego emocional, ganhei ela de pessoas importantes para mim...

- Ata. Não tem problema! Eu me viro.

Não posso deixar ela sair na rua assim, não dá pra pegar um uber muito menos ir de ônibus, e duvido muito que ela tenha alguem para buscá-la. Não querendo ser fofoqueira nem nada mas eu ouvir sobre os pais dela já terem ido a uma missão.

E conhecendo Elisa como eu acho que conheço, ela também não tem amigos, principalmente aqui em São Paulo. Isso vai contra a todo o meu orgulho e timidez...

- Eu levo.

Talvez eu me arrependa? Com certeza. Mas não quero que ela corra perigo com alguém a essas horas na rua.

comfort - Agatha Volkomenn Onde histórias criam vida. Descubra agora