comfort - Agatha Volkomenn

Partying

- Sabe gata, as vezes eu fico pensando em como seria se eu te encontrasse fora do sonho. - Diz Agatha descansando a cabeça nas pernas de Elisa, essa que lia 'Os sete maridos de Evelyn Hugo' enquanto acariciava os cabelos da morena.

- Tipo, na vida real? - Elisa vira a folha para a próxima página.

- Ahan. Tipo, eu não sei o que faria se te visse na minha frente. - A tatuada fala enquanto brincado com uma borboleta que voava sobre si.

- Também não sei o que eu faria, mas você com certeza ficaria toda bobona e travada. - Elisa solta uma risada alta só de imaginar.

- Aí vá toma no cu, Lisa! Nada haver.. - Agatha se levanta e fica sentada ao seu lado fingindo estar brava, mas no fundo a mesma sabia que seria desse jeito mesmo. Se ela já fica toda besta perto de Elisabeth nos sonhos imagina na vida real.

- Não fica brava, tô só zoando contigo. - Elisa larga o livro e puxa com delicadeza o rosto da morena para perto, com uma mão faz carinho em sua bochecha e lhe dá um beijo nos lábios com ternura e sem malícia, Agatha por sua vez coloca uma mão apoiada a grama fofa e a outra puxa a nuca de Elisa. O beijo, para a infelicidade da duas, teve que para por falta de ar, a azulada, ainda com a mão sobre a bochecha de Agatha, a encara carinhosamente mas ao mesmo tempo cabisbaixa. - Mas de qualquer forma, nós nunca vamos saber o que aconteceria.

As duas se encaram com olhares tristonhos e cheios de vontades. A ocultista se joga nos braços de Elisa e a abraça com força quase a deixando sem ar, Agatha já cansou de contar quantas vezes implorou a Lua para que Elisa aparecesse e acalmasse sua mente, todas as vezes que surtava por algo que aconteceu em sua vida ela se trancava em seu quarto e se forçava a dormir só para poder ver a cacheada, o que na maioria das vezes não funcionava. Todas as vezes que chorava em sua cama com medo de perder mais alguém importante a garota pensava em Elisa e a imaginava fazendo carinho em seus cabelos, dizendo que tudo ficará bem e que ela estaria sempre ao seu lado. Agatha se sentia uma idiota toda vez que isso acontecia, pois naquela época a tatuada tinha certeza de que isso nunca aconteceria e que Elisabeth não existia.

Mas lá estava Agatha, sentada em sofá desconhecido ao lado de seu amigo, batendo o pé ansiosamente e encarando a porta de entrada daquela maldita festa que ela tanto relutou em ir esperando o momento em que Elisa entrará e acabará com todo o resto de sanidade que sobrou na morena.

Hugo sentado ao lado de Agatha estava concentrado demais em procurar o motivo de ter vindo nessa festa. A uns dias atrás o loiro encontrou o que acha ser o amor de sua vida (uma garota que comprava HQ's na livraria) e quando soube que ela iria vir ele quase surtou de vez, mas sua concentração estava sendo interrompida por uma perna batente freneticamente na sua.

- Porra, Agatha, aquieta' o pé aí caralho!! - Agatha apenas ignorou a reclamação do garoto e continuou a encarar a porta de entrada. - Ei! Tu ta' me ouvindo?? Aloooo!! Agatha! Agatha? Agathaaa!

- OH BUCETA! O QUE FOI??? - A tatuada quase voa no pescoço de Hugo por atrapalhar sua atenção. - Não tá vendo que eu tô ocupada??

- Oxi, ocupada com o que?? - Hugo olha ao redor procurando por algo que chamasse a atenção da morena.
- Ocupada encarando a porta? - Perguntou confuso.

- É.

- Tá esperando alguém? - O loiro também encara a porta.

- ... - Agatha pensa um pouco antes de responder. - Não.

- UE? - Se antes o garoto estava confuso, agora piorou.

- Quer dizer... tô. Mas não é da sua conta. - A morena tira sua visão da porta e se levanta para pegar alguma bebida ou qualquer coisa que a faça se  distrair, Hugo apenas a segue sem contestar o que a mais alta iria fazer, o coitado já estava cansado de esperar pela garota da livraria aparecer e a situação da ocultista não era diferente. Os dois vão até a mesa de bebidas e Agatha enche o copo dela até o talo.