comfort - Agatha Volkomenn

Reliving the Past

Até algumas semanas atrás a minha única motivação era encontrar Agatha em meus sonhos, poder beijá-la e abraçá-la, poder falar sobre o meu dia, passear pelo campo de rosas, se aventurar por aí ou apenas ficar ao seu lado. Mas isso mudou no momento em que pisei na ordem, a eu de semanas atrás nunca pensaria na possibilidade da Agatha existir, muito menos que ela me desse carona até minha casa. Tudo isso está me deixando louca da cabeça, mas seria mentira se dissesse que não estou feliz, muito pelo contrário, me sinto menos solitária agora sabendo que ela existe.

Agatha é a pessoa que eu mais confio e amo, mas isso é a Agatha do sonhos, não sei como a Agatha realmente é, e isso me assusta. Não sei que tipo de pessoa ela é, eu tenho certeza de que ela não é uma má pessoal mas mesmo assim. E se ela tiver namorada? Ou pior, não gostar de mulheres!?!?!

...

Não.

Ela é tudo menos hetero.

Como irei agir depois dessa noite com ela?? Como puxo assunto sem parecer uma estranha obcecada? São tantas perguntas...

Estou ficando com dor de cabeça, hoje foi um dia e tanto com a missão, a escola e esse lance da Agatha, eu só preciso descansar, pena que amanhã é quinta e tem escola, o "bom" é que não preciso ir para a ordem e meus pais não vão estar aqui. Talvez eu até saia por aí turistando, não tive tempo nem pra isso.

Estou deitada com meus fones de ouvido desde que saí do banho e troquei de roupa, estou com muita preguiça de levantar agora. Ainda consigo sentir o cheiro do shampoo dela, e meu deus que cabelo lindo e cheiroso!

Minha barriga ronca, e muito, ate parece uma moto! Levanto devagar da cama com uma preguiça enorme, mas preciso comer, desço até a cozinha e preparo uma janta para mim enquanto vejo vídeos do tiktok e YouTube. Não consigo fazer nada sem alguma coisa de fundo para me entreter, odeio o silêncio, principalmente agora que não tenho nem a minha Mama como companhia. Termino de comer e subo para o meu quarto, tudo que eu preciso agora é de um bom sono profundo. Coloco ruído branco para tocar e deito na cama olhando para o teto e eventualmente caio no sono.

☆

Assim que abro a porta de entrada da casa de Ivete sinto três pares de olhos me olhando ladino, tentando disfarçar que estão me encarando. Eu já deveria esperar por isso...

Fecho a porta atrás de mim e vou até a cozinha, os três estão fazendo o jantar, um ajudando o outro. Não sei o que esperar deles então só os cumprimento , que me respondem "normalmente" e começo a ajudá-los a fazer o jantar também, pegando os pratos e colocando sobre a mesa. Eles estão muito calados e me encarando, esse silencio tá estranho então resolvo quebrá-lo.

- O que que foi hein?? Vocês não param de me encarar! - com meus braços cruzados e cara fechada, pergunto.

- Encarando?? Nãooooo - Arthur ri sem graça.

- Fala sério.. - falo isso revirando os olhos, eita povinho esquisito viu, namoral. Volto a arrumar a mesa.

- Então, Agatha. Pensei que não conhecia a do cabelo azul. - Ivete fala sem parar de mexer a panela. Arthur e Dante se olhando e voltam a cortar alguns legumes.

- Mas eu não conheço, quer dizer, conheci agora né. - Agatha diz indiferente.

- Ah! Agora eu entendi! Bom faz sentido você agir estranho, afinal você é adolescente ne - Arthur diz com um sorriso fofo no rosto.

- Que? Do que ce tá falando doido? - Agatha termina de arrumar a mesa e senta na cadeira, não tem muito o que ajudar no momento.

- Você achou ela bonita ué. Por isso fica toda estranha perto dela. - Dante diz com uma expressão serena.