Flor momentânea

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Flor momentânea.

Um cheiro invade essa noite serena,
de flores frescas, presumo que pequenas.
Imagino suas cores, certeza: É vermelho.
Observo meu reflexo no espelho.

Pergunto-me: Por que tudo é passageiro?
Por que o tempo é ligeiro?
Logo, o refrescante aroma e as flores
se desfarão como antigos amores.

Mesmo que sejam belas,
o tempo não pondera.
Logo percebo: O cheiro está em mim,
não há nenhuma flor no jardim.

Entretanto, imaginei-as detalhadamente,
no meu mundo interno chamado mente,
logo após algumas horas de meus olhos choverem,
logo após a terra umidecerem.

Essa noite que logo será levada
com a finitude, ainda será lembrada?
Indago-me: De quem serei a flor do tempo,
que se esquecerá ou se lembrará no pêndulo?

De quem serei a flor momentânea
que para na imaginação, espontânea?
Que se visualiza e se sente,
mas que logo se esquece misteriosamente,
nostalgicamente no instante,
como um sonho distante.

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