"Se a timidez por fim fechar meus olhos, pra tentar dizer o quanto eu quero"𝙍𝙮𝙖𝙣
O dia mais esperado chegou! A grande final do Campeonato Nacional de Handebol.
Estou tentando me convencer de que tudo dará certo hoje. Tudo que eu preciso fazer é manter a calma e não estragar tudo como da última vez, quando acabei jogando suco no rosto de Luiz, o maior babaca do mundo. Eu tenho motivos para fazer isso, ok? Ele que começou implicando comigo sobre a morte do meu pai, ele sabe muito bem que esse ainda é um assunto delicada pra mim. Prefiro não dizer sobre.
[...]
Eu nunca estive tão nervoso com algo, como eu estou agora. Parece que não começa nunca! Ainda estamos no vestiário, e o treinador está falando alguma coisa que eu não estou entendo, por conta do meu nervosismo. Eu só quero ganhar essa porra e acabar logo com isso.
Olha como palavras tem poder, o treinador já nos chamou para entrar na quadra. Estou rezando pra que tudo dê certo.
Não vou enrolar sobre nada, não. Nós apenas cumprimentamos os adversários, e como sempre, ficou aquele clima estranho entre mim e o Luiz, prefiro ignorar, não vai mudar nada mesmo, é só ele não encher o saco.
O jogo começou, nós estamos indo bem, mas o placar ainda não mudou.
Assim que percebo que o Luiz está prestes a fazer gol corro em sua direção para impedi-lo, mas acabo tropeçando e derrubando ele, só que esse idiota segurou a minha camisa me derrubando no chão junto com ele.
Não seria um problema se tivéssemos só caído no chão normalmente, porém eu cai em cima dele. Eu conseguia sentir o olhar de todos sobre nós. Nossos rostos estavam tão próximos que eu sentia sua respiração se alinhando perfeitamente com a minha. Nossos olhares se Intrelaçavam. Aquilo parecia durar uma eternid qtade, mas tinha se passado apenas 3 segundos, tempo suficiente para Luiz me empurrar rapidamente, para que eu saía de cima, e ele começa a reclamar de dor na perna.
Com o susto me levanto do chão, olho em volta e vejo que todos estão em choque com o que aconteceu.
Rapidamente chegam uns paramédicos com uma maca. Será que eu o machuquei seriamente? Eu posso até odiá-lo, mas a minha intenção era apenas impedi-lo de fazer gol. Droga, eu estraguei tudo! Com certeza seria falta. Meu time batalhou tanto para chegar à final, e eu consegui estragar tudo.
[...]
Ainda estou na quadra, mas todos os torcedores foram embora, estão só alguns jogadores e uns amigos próximos da galera.
O juiz decidiu remarcar o jogo, ele viu que foi apenas um acidente. Mas a Talita, amiga do Luiz, jura que eu queria matar o garoto. E falando nela, lá vem a praga.
- você pode dizer o que quiser, eu sei que o que eu fiz foi sem querer, então me poupe. - digo rapidamente já saindo do local.
- espera aí, o Luiz quer falar com você. Mesmo que eu ache que é melhor não, até porque não sabemos do que você é capaz. - ela diz segurando meu braço, com muita força, vai ficar vermelho mais tarde
- eu que não vou, vai saber o que ele vai fazer comigo. - digo soltando meu braço e passando a mão no local, tá doendo um pouco. Puta que pariu, guria forte da porra.
- como se ele pudesse fazer algo, ele tá com o pé machucado, mal consegue andar. Idiota. - uau, dessa eu não sabia. Por que ninguém me disse nada?
- ah... Tudo bem então, onde ele está? - pergunto meio sem jeito, merda, será que ele vai poder jogar no próximo jogo? Querendo ou não sem ele não tem graça jogar. Infelizmente.
- na enfermaria. - ela diz friamente. Ela tá bem puta comigo, mas eu não fiz por que eu quis!
-tá. - saio do de lá em direção a enfermaria.
Confesso que estou com medo do que pode acontecer, não sei se posso dizer medo, acho que estou receoso.