"Eu vou beijar a sua boca, eu vou cair na sua lábia, eu vou tirar a sua roupa, cê vai abrir a minha calça"
𝙇𝙪𝙞𝙯
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Eu não sei o motivo de ter dito que seria uma boa ideia ir para essa festa com o Ryan lá. Devo estar enlouquecendo, só pode.
Não está nem perto do horário da festa e a Gysllane está me enchendo de mensagens do tipo "não esquece que é uma festa, se divirta!!!" ou "leva camisinha, não quero ser titia tão cedo"
Estressante? Talvez, mas eu aguento pois ela é legal.
Era uma noite quente de verão, e a música ecoava do interior da casa onde a festa que a Gysllane me convidou acontecia. Eu estava em frente ao espelho do meu quarto, tentando decidir se o meu cabelo estava bom o suficiente para impressionar. A verdade é que eu estava mais nervoso do que deveria. Não era apenas uma festa comum; Ryan, meu maior inimigo e primeiro amor, também estava convidado.
— Vai ser só uma festa. — eu repetia para mim mesmo, mas não conseguia ignorar a ansiedade que se acumulava no meu peito. O pé enfaixado me lembrava de como Ryan me machucou "sem querer" durante um treino mais agitado. A ironia era que eu ainda tinha sentimentos por ele, mesmo depois de todas as nossas brigas.
Depois de me arrumar, coloquei uma camiseta preta e um jeans que deixava minhas pernas mais longas. Olhei mais uma vez para o espelho e respirei fundo.
— Vamos lá, Luiz! Você consegue!
E assim que saí de casa, a adrenalina começou a fluir.
Ao chegar na festa, fui recebido por um mar de rostos conhecidos e desconhecidos. A casa da Ana estava cheia de luzes coloridas e a música alta fazia o chão vibrar. No andar de cima, pude ouvir risadas e gritos animados. Encontrei meus amigos do time de handebol logo na entrada: João Victor, mais conhecido como Japa, Emanuel Palla, Gustavo e Matheus.
— Luiz! Finalmente você chegou! — gritou Japa com um sorriso largo no rosto. Ele sempre foi o mais extrovertido do grupo.
— É claro! Não ia perder a chance de ver você se atrapalhar com a Lara novamente! — eu ri, lembrando das últimas festas em que Japa sempre acabava tropeçando na namorada.
— Ela não tá aqui ainda, mas quando chegar... — ele piscou para mim.
Fomos até o bar improvisado no canto da sala. Os copos cheios de bebidas coloridas estavam sendo servidos por Ana, que parecia estar se divertindo bastante com a festa.
— Vamos beber como loucos! — disse Palla enquanto pegava um copo cheio.
E assim fizemos. A música tocava uma batida contagiante enquanto brindávamos e ríamos juntos. Matheus rapidamente começou a conversar com Kaline, sua atual ficante, enquanto Gustavo e Palla decidiram explorar o andar de cima em busca de mais bebidas.
Depois de algumas rodadas de drinks e boas risadas, percebi que precisava encontrar Gysllane. Ela era quem havia me convidado e eu queria saber onde ela estava. Foi então que Maria Luisa e Lucas se aproximaram.
— Oi Luiz! Você viu a Gysllane? — perguntou Lucas.
— Não vi ainda... Onde ela está? — Eu estava ansioso para encontrá-la, mas também fiquei inquieto por causa da presença de Ryan.
— Ela está com o Ryan no andar de cima. — disse Maria Luisa casualmente.
Meu coração disparou.
— Ah... então é lá que eu vou. — Respirei fundo antes de subir as escadas em direção ao andar superior da casa.
Quando cheguei lá em cima, avistei Gysllane rindo ao lado de Ryan em um sofá bastante espaçoso. Ele tinha aquele sorriso provocador que sempre me deixava atordoado. Meu estômago revirou enquanto tentava agir naturalmente.
— Oi Gys! Oi Ryan. — disse eu forçando um tom despreocupado na minha voz.
Gysllane sorriu para mim enquanto Ryan me olhava com um olhar desafiador.
— Oi Luiz! Veio se divertir? — perguntou ela com um brilho nos olhos.
— Claro! Eu nem fui obrigado a vir não... — brinco — Só não posso ficar muito tempo aqui em cima ou vou acabar torcendo o pé novamente. — respondi sarcasticamente enquanto olhava para meu pé enfaixado.
Ryan deu uma risadinha baixa e ignorante
— Acho que você deveria tomar mais cuidado na próxima vez.
A tensão era palpável entre nós dois; havia algo no ar que tornava tudo ainda mais complicado. Gysllane então decidiu nos levar para a desgraça de um quarto escuro com apenas uma luz vermelha fraca em uma cama gigantesca.
— Vou buscar mais bebidas! Fiquem à vontade. — disse ela piscando antes de sair do quarto.
Ficamos ali os dois, quase como dois boxeadores prontos para entrar no ringue.
— Então, — comecei tentando ser ousado. — você está se divertindo?
— Mais do que você imagina. — respondeu Ryan com um sorriso malicioso nos lábios. O que deu nele? Usou algo, ou apenas está muito bêbado?
A conversa continuou cheia de provocações até que algo inesperado aconteceu, graças ao Ryan: nossos olhares se encontraram intensamente e em um momento impulsivo – talvez influenciado pelas bebidas – nossos lábios se tocaram acidentalmente.
O beijo foi breve mas intenso; ambos hesitamos por apenas um instante antes de aprofundá-lo novamente. Era como se todo o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido; só existíamos nós dois naquele momento confuso e cheio de sentimentos reprimidos.
Quando nos afastamos ofegantes, não sabíamos bem o que dizer ou fazer a seguir. O silêncio foi quebrado pelo som da música que ecoava lá embaixo e pelas vozes dos nossos amigos voltando do bar.
— Então… isso foi inesperado. — murmurei ainda tentando processar tudo aquilo enquanto olhava nos olhos dele.
— Talvez não tão inesperado assim. — Ryan respondeu com um sorriso enigmático nos lábios.
A tensão entre nós agora tinha uma nova camada; não éramos apenas inimigos ou amigos; éramos algo bem mais complicado – algo que poderia mudar tudo dali pra frente.
A música pulsante "Red Lights" do Stray Kids ecoa suavemente debaixo, adicionando um ritmo excitante ao ambiente. Nossos corpos estão cheios de desejo, atraídos um pelo outro como ímãs.
Eu, com um olhar cheio de intensidade, me aproximo de Ryan lentamente. Eu coloco as mãos nos ombros de Ryan, empurrando-o gentilmente contra a parede, ainda sentado na cama, apenas as costas encostadas no concreto frio. Os nossos lábios se encontram em um beijo forte e cheio de paixão, nossas línguas se entrelaçam em um ritmo frenético.
Enquanto nos beijamos, eu deslizo minhas mãos pelo corpo de Ryan, explorando cada centímetro de sua pele.
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