What am I to you?

3. Favour

Voltei rapidinho pra mais uma att no mês! \o/

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— KIM SEOKJIN, SEU ALFA DESGRAÇADO DE UMA FIGA! ONDE QUE VOCÊ TÁ?

A voz do ômega ecoou por todo o décimo terceiro andar daquele prédio. As várias pessoas que estavam de pé foram dando espaço para que ele passasse, e as que estavam sentadas pararam o que faziam para o ver andando. Costumava ser assim quando Jungkook demonstrava não estar no melhor dos seus humores, o que talvez fosse mais frequente do que o desejado. Não que Jungkook fosse um chefe abusivo, mas, às vezes, podia ser um tanto complicado de lidar. Daquela vez, porém, sua irritação tinha uma boa explicação. Uma reunião muito importante estava prestes a acontecer, e ao julgar pelo grito e pisadas fortes do ômega, um dos principais elementos da tal reunião estava ausente. Sendo isso, não só todos os funcionários compreendiam, como evitavam se colocar na linha de visão de Jungkook, para que não sobrasse para eles.

— Exatamente aqui, chefinho!

A voz do alfa, tranquila e encantadora como sempre, soou de algum ponto do enorme escritório. Alguns tentaram achar a fonte do som; outros, preferiram retomar seus trabalhos como se nada tivesse acontecido. A maioria, contudo, já nem prestava atenção em nada, a fim de ficar de fora daquela jogada.

— Onde o senhor estava, hein? — Jungkook ainda estava enervado, mas a voz tinha baixado bastante. — Era pra tá comigo na minha sala faz quinze minutos!

— Perdão, chefinho... — disse com um falso ar delicado e inocente. — Eu fui atrás disso. — Mostrou uma barra grande chocolate ao leite com pistache.

— Ah, é? — Dessa vez, a voz de Jungkook não só baixou de vez, como ficou levemente manhosa.

— Uh-hum. E também fui atrás disso aqui. — Mostrou outra barra de chocolate, dessa vez meio amargo com amêndoas.

— Foi mesmo? — O olhar do ômega parou na outra barra.

— Sim. E não vai acreditar no que eu achei também... — Pôs as duas barras numa mão e levou a outra ao bolso. — Olha só! — Colocou um espetinho de jujubas em frente a Jungkook. — Verdes e roxas, suas preferidas!

— Que delícia... — O ômega, que sorria, de repente voltou a ficar sério. — Quer dizer, que bobagem! — O tom retomou a energia de antes, sem se elevar. — Acha mesmo que eu vou cair nesse seu golpe! Anda, diz logo por que se atrasou!

— Não vai querer? — Ergueu as sobrancelhas, ficando terrivelmente fofo ao fazê-lo. — Tá bom. Sempre posso arrumar quem queira.

Ia guardando os doces no bolso interno do sobretudo, porém Jungkook foi mais rápido e conseguiu confiscar os três antes disso.

— Me dá essas merdas aqui! — Enfiou tudo no bolso da calça, ficando as pontas para fora. — Mas não vai pensando que por ter comprado meus chocolates e jujubas favoritos que eu vou passar a mão nessa sua cabeça! Acho bom ter uma ótima desculpa pra ter me deixado plantado te esperando!

— Jamais ousaria.

— E sem deboche, cacete! — Arfou, se virando de costas para o maior. — Me segue se ainda quiser manter esse emprego!

Sorrindo, Seokjin foi andando logo atrás do ômega, acenando cordialmente para os que o cumprimentavam. Aquela era uma cena comum. Não o atraso de Seokjin, mas o jeito como ele sempre dobrava Jungkook nos piores momentos. Todo mundo conhecia bem essa dinâmica, incluindo o superior maior daquele andar. Com o alfa, Jungkook tinha dois trabalhos: ficar com raiva, e em seguida deixar de ficar. Seokjin era o melhor designer que a empresa já tinha tido. Era criativo, muito competente, entregava os trabalhos em dia e comandava a equipe como ninguém. Atrasos como aquele eram realmente pontuais, quase nunca aconteciam. Ele era uma joia para um empreendimento não tão grande quanto aquele. Jungkook jamais o colocaria a perder, e o alfa sabia disso. Ele não abusava, entretanto. Podia ser bom, mas não era insubstituível. Gostava de trabalhar ali. Desde que se formara estava naquele lugar, já tinha se habituado ao serviço e ao ritmo da companhia. Fora isso, seu salário era muito bom. Não iria ficar rico, mas podia investir e garantir uma renda mais que suficiente para quando se aposentasse. Aos trinta e dois anos de idade, tinha preguiça de pensar em buscar um novo emprego. Por isso, valorizava seu passe, mas sabia seu lugar. Entendia bem até onde era possível puxar a corda sem arrebentar.