II. Could've predicted it

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Estava tudo muito quieto.

O silêncio parecia matar qualquer partícula de dióxido de carbono que se atrevesse a sair da boca de alguém, principalmente da bela e majestosa boca de Hyunjin.

Pelo menos era sobre isso que Minho pensava naquele momento. A visão que tinha do lado contrário da mesa, diretamente aos lábios vermelhos de Hyunjin, que permanecia mais quieto que o normal procurando conforto em qualquer uma das pessoas que se encontrava na sala à quase uma hora, era pouco digna de um mundo tão merda como este.

A reunião estava uma merda, mais merda do que a grande merda e boa parte das reuniões sobre " a segurança dos artistas " já costumava ser.

O tema? O Hyunjin. 

Hyunjin este que se encontrava encolhido sobre uma cadeira de plástico com rodas de maneira extremamente desconfortável, não apenas por tais cadeiras serem desconfortáveis mas porque o tema era especificamente e unicamente sobre ele, e sobre todos os emails que tinham entupido a caixa de emails dos staffs da JYP nos últimos dias e as trends do Twitter, deixando vários órgãos de comunicação social interessados não apenas nos tweets furiosos de fans por todo o lado, mas também por todos os camiões que carregavam mensagens de caracter quase (e totalmente) ameaçador na perspetiva de várias pessoas presentes. Incluindo na de Minho que já teria tirado o artista dali se pudesse e acabado com maior parte de todas aquelas malucas à porrada, assim como todas as suas idiotas carrinhas de puro assédio moral.

Mas porque?

Porque ele?

Porque com ele?

E porque tudo outra vez?

Se ele nunca fez nada porque é que tudo acontecia novamente?

Seria inveja das pessoas que o rodeavam? Seria algum tipo de conspiração contra o seu artista?

Diversas destas perguntas balbuciavam na cabeça de Minho, algumas mais que uma vez para ser exato. Normalmente, Minho tentava ignorar todos os comentários maldosos contra ele, maior parte deles pelo menos. E mais ainda todos aqueles que eram feitos por pessoas sem qualquer noção nas suas pobres vidas e que tomavam o trabalho dos outros ou ainda a sua família para os assediar em um estúpido "livre arbítrio".

— Minho, precisamos da tua opinião sobre a situação, preferia que tomasses atenção ao que dizemos em vez de pensares sobre seja lá o que vocês artistas pensam.

— Hm?

O silêncio tinha acabado de ser cortado e todos os olhares incluindo o de Hyunjin estavam sobre o último a quem o staff se dirigia (Minho), aquele semi-velho que com certeza era um dos responsáveis por aquela típica confusão de domingo á tarde (recorrente), que arrastou todo um grupo para uma sala de reuniões em vez de fazer o seu trabalho e cuidar da segurança dos seus artistas que eram o que todos contavam em ter a partir do momento em que assinaram com uma empresa que lhes consumia quase a alma em vários momentos do dia e muito provavelmente para o resto da vida. E Minho não conseguia parecer menos revoltado ao encarar a cara do velho que se dirigia para ele com bastante desprezo.

— Eu acho que são todos malucos. Todos. Vocês que não fazem nada para resolver a situação e todas as pessoas que acham ter uma gota de informação sobre nós e amam difamar-nos quase todos os dias seja em aeroportos ou mesmo na empresa que trabalhamos, ATÉ NA RUA, e não me deixem falar das redes sociais. Nós trabalhamos todos os dias para conseguirmos retribuir á nossa família os sacrifícios que fizeram para todos estejamos aqui e enchemos a vossa empresa de dinheiro enquanto grupo. 

A minha opinião é, ninguém precisa de fazer um novo hiatus porra nenhuma e muito menos sair da sua própria família por palavras que nem sequer se comprovam.

— Senhor Lee, acredito que não seja correto dizer isso sobre as pessoas.

— Não é? Mas é correto o que estão a fazer sempre que o Hyunjin sai do país? É correto ele ter que se esconder em elevadores ou casas de banho (banheiros)  para fugir de tarados? 

— Minho...

Chan foi quem o interrompeu antes que pudesse sair um grande erro daqueles lábios desbocados. Minho não tinha qualquer problema em defender aqueles que amava mas sabia que Chan não o chamava atenção com a intenção de pará-lo mas sim porque aquilo podia piorar a reação que teriam contra Hyunjin mesmo que a intenção de Minho na verdade fosse o total oposto, e por acréscimo, todas as lágrimas que teve de segurar perante várias situações escorriam agora da cara de Hyunjin o que deixou o coração alheio bastante magoado (machucado). 

— Bem, senhor Lee, nós tínhamos alguma noção de que se iria exaltar perante esta situação, afinal estamos a falar a quem o senhor se refere muitas vezes como "o meu namorado" em outro tipo de reuniões e embora não tenha qualquer tipo de noção da realidade e do erro que comete ao chamar o senhor Hwang dessa forma, nós questionámo-lo com o único propósito de obter a sua opinião enquanto membro deste grupo e para que o senhor Hwang possa deixar de parecer uma confusão (bagunça, refere-se ao facto dele estar a chorar novamente) no corrente estado em que se encontra.

— D-Desculpe?

— Senhor Hwang já lhe ocorreu questionar-se sobre o quanto a empresa desceu em ações nos últimos dias por aparentemente não conseguiu ser competente o suficiente para reforçar aos seus queridos e mimados fãs que está bem e que não se passa nada de grave consigo?

— Talvez se o vosso trabalho não fosse uma merda, toda a gente teria acreditado, mas nunca conseguimos esconder merda por muito tempo. Começa a feder Senhor Song. Eu posso ter um contrato, um sonho, uma família, vocês podem querer controlar-me, aceito que me tratem abaixo da dignidade mas se nem publicamente vocês conseguem disfarçar a merda que fazem quem sou eu para tentar encobrir a vossa mentira? Tenho a certeza que não me pagam o suficiente para isso ou para estar nesta reunião estúpida, então peço desculpa se sou um incompetente por ter emoções e não querer escondê-las do mundo. Não vou abandonar a minha verdadeira família outra vez. 

Eu fiz uma promessa e eles também.

Goddess - HyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora