IV. Don't tell my boyfriend, it's not what he was made for

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Não era um quadro grande, mas não era propriamente um pequeno quadrado no meio do estúdio.

Um artista pode escolher levar os seus sentimentos consigo, pode escolher saber se vale a pena tentar, terminar ou acrescentar a sua obra ao seus grande espólio de Boémias.

Para Hyunjin isso não era opção.

Ele pintava o que sentia e também o que via, o que o fazia sofrer seja por amor ou não

Era assim que as pessoas viam e se lembravam da arte dele, e ele gostava.

Era genuíno e genuíno era algo que Hyunjin não conseguia ser muitas vezes.

Para ele, mais que a importância da cor, técnica e perfeição era a franqueza com que criava as suas obras de arte.

Experimentou vendar-se e arriscar pintar com as próprias mãos. Era uma sensação que dificilmente esqueceria, a liberdade de seus dedos sobre a paleta cega de cores, e a frieza da tinta que se entranhava na sua pele e quase no seu sangue. 

Muito provavelmente no seu sangue.

O verdadeiro problema foi o que sucedeu depois disso.

Porque a liberdade que sentia ao pintar com as suas próprias mãos, foi a liberdade que lhe foi tirada em todas as fotos, em todos os toques, correrias e esconderijos que a sua mente distorcia em todas as lágrimas que não derramou, para não ser nenhum incompetente e desesperado num aeroporto

Hyunjin abraçava a sua dor através da tinta. Abraçava-se através da tela e deixava que o seu corpo fizesse o mesmo entre pinceladas e cor, tal como quando dançava e se deixava levar por cada nota que fazia a sua pele arrepiar e seus pulmões se encherem do ar mais puro que alguma vez tinha respirado.

Goddess - HyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora