𝐒𝐮𝐫 𝐥𝐚 𝐓𝐫𝐚𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐥'𝐀𝐦𝐨𝐮𝐫 - Charles Leclerc

Safe & Sound

Monte Carlo, Monaco - Janvier 2023

O ar pesado da tensão pairava na sala após a saída de Friedrich, deixando um rastro de ansiedade e incerteza. Eu estava sozinha agora, lutando para conter as emoções tumultuadas que ameaçavam me consumir. Minha mente estava em turbilhão, tentando processar tudo o que acabara de acontecer e antecipando o que ainda estava por vir.

O som suave de passos ecoou no andar de cima, trazendo-me de volta à realidade. Amélie estava lá em cima, alheia ao caos que se desenrolava abaixo. Uma mistura de tristeza se apoderou de mim enquanto eu me forçava a encontrar forças para enfrentar o desafio que se aproximava.

Ele me destruiu tanto ao partir e me destruiu mais ainda ao voltar.

Levantei-me do sofá com uma determinação renovada, enxugando as lágrimas do rosto enquanto me preparava para enfrentar o que quer que viesse pela frente. Eu tinha que ser forte, não apenas por mim, mas por Amélie. Ela merecia uma mãe que fosse como uma rocha inabalável em meio à tempestade.

Subi as escadas com passos firmes, deixando para trás o tumulto emocional que ainda rugia dentro de mim. Quando alcancei o topo, encontrei Amélie brincando tranquilamente em seu quarto, completamente alheia ao drama que havia se desenrolado abaixo.

Um sorriso trêmulo se formou em meus lábios ao vê-la, uma onda de amor e gratidão me inundando enquanto eu observava sua inocência infantil. Ela era minha razão de ser, minha fonte de força em meio ao caos.

— Mamãe, o que aconteceu? Você está chorando? — A voz doce de Amélie quebrou o silêncio, sua expressão preocupada enquanto ela olhava para mim com seus grandes olhos verdes.

Meu coração se apertou diante da preocupação em sua voz, mas eu sabia que não podia deixá-la ver o quão abalada eu estava.

— Está tudo bem, meu amor. Mamãe só teve um dia difícil. Mas agora estou aqui com você, e é isso que importa. — Eu disse com um sorriso forçado, tentando transmitir uma sensação de tranquilidade que eu mesma não sentia.

Amélie me estudou por um momento, sua expressão ainda tingida de preocupação, mas depois assentiu com um sorriso reconfortante.

— Eu te amo, mamãe. — Ela disse com ternura, estendendo os braços para um abraço.

Eu me aproximei dela com gratidão, envolvendo-a em meus braços com um amor tão profundo que doía. Ela era minha âncora em um mar de incerteza, minha luz em meio à escuridão.

— Eu também te amo, Amélie. Mais do que você jamais saberá. — Eu sussurrei, pressionando um beijo em seus cachos dourados enquanto eu me agarrava a ela.

Enquanto eu segurava minha filha nos braços, uma promessa silenciosa ecoava em meu coração. Eu faria tudo ao meu alcance para protegê-la, para mantê-la segura e feliz, custasse o que custasse. Friedrich podia ter ameaçado entrar em nossas vidas com força total, mas eu não deixaria que ele destruísse tudo o que construímos. Amélie era minha prioridade, minha razão de ser, e eu faria qualquer coisa para mantê-la segura.

...

Enquanto eu caminhava pelo parque, segurando a mãozinha pequena e delicada da minha filhinha, a suave brisa da tarde acariciava nossos rostos, trazendo consigo o aroma fresco da grama molhada pela chuva recente. O parque, normalmente um refúgio de tranquilidade, estava agora envolto em uma atmosfera serena e reconfortante.

Amélie, determinada a correr cada canto do parquinho, segurava sua boneca favorita enquanto tentava acompanhar meus passos com suas perninhas ágeis. Apesar da pouca idade, ela já demonstrava uma curiosidade sem fim pelo mundo ao seu redor, absorvendo cada detalhe com olhos cheios de maravilha.