[11 anos atrás. Passado]
Eu estava deitada no meu quarto, enquanto lá em baixo estava minha mãe na cozinha. A chegada do meu pai no trabalho era sempre uma incerteza; ele podia voltar à noite ou de madrugada. Ele se dedicava muito ao trabalho mesmo que isso significasse passar menos tempo em casa do que gostaria.
Papai tava demorando mais do que o normal pra chegar em casa, já era 2hrs da madrugada e eu me via deitada na cama mechendo no celular pra tentar tirar todos os pensamentos negativos da minha cabeça. Por mais que meu pai chegar em casa tarde fosse mais do que normal por conta do trabalho, dessa vez senti algo diferente.
Decido fazer algo, desço as escadas e vejo que minha mãe também estava preocupada. Sentada no sofá esperando.
- Mãe ? Ainda acordada ? - Pergunto enquanto deço as escadas
- Sim, mais era eu que devia te perguntar isso, não é mesmo, mocinha? - ela ri, mas o sorriso desaparece rapidamente do rosto dela quando ela percebe que estou preocupada
- Papai está demorando muito, não é? - pergunto, tentando disfarçar o medo na minha voz.
Minha mãe suspira, preocupada, enquanto olha para a porta como se esperasse que meu pai aparecesse a qualquer momento.
- Sim, querida. Estou começando a ficar preocupada também.
Decidimos esperar mais um pouco, mas quando os minutos se transformam em horas e ainda não há sinal do meu pai, a ansiedade se transforma em puro pânico. Eu sabia que algo estava errado, e a angústia apertava meu coração como um punho de ferro.
Decido tomar uma atitude e vou até a porta, abrindo-a devagar para espiar lá fora. A rua estava escura e silenciosa, exceto pelo som distante de carros passando ao longe. Mas então, algo chama minha atenção no final da rua.
Um carro luxuoso e elegante estava estacionado em frente à nossa casa, de quem será? Daqui não é, pois aqui todo mundo é rico de pobre, Mas o que mais me assustou foram os gritos e os barulhos vindos de perto do carro. Corro até lá e me escondo num beco escuro mais dava pra ver um pouco.
Vi um homem, musculoso, alto e bonito, com um terno preto. Seus traços eram esculpidos perfeitamente. Mais tinha outro...
Papai??
vejo meu pai no chão, com o rosto contorcido de dor e alguns hematomas como socos, enquanto aquele homem segura uma arma apontada para ele. seu rosto sombrio e seus olhos eram cruéis.
- Onde está o dinheiro que você me deve, Choi? - o homem rosna, sua voz cheia de raiva e impaciência.
- Eu ainda não tenho em mãos, mais eu irei conseguir, eu juro. - Vi meu pai implorar desesperadamente.
- Eu já te dei tempo demais seu velhote, mais tudo bem, eu já esperava que você não teria o meu 1 milhão em mãos - ele carrega a arma e parece mais determinado a atirar - por isso você vai pagar com a vida.
Tiro?!...
Um estrondo ecoou na noite, seguido pelo silêncio mortal. Percebi que meu pai tinha sido atingido por um tiro certeiro. Corri desesperadamente até ele, mas era tarde demais. Ele já estava morto, e o chefe da máfia observava a cena, percebendo quem eu era. O ódio fervilhava dentro de mim, e eu jurava fazer ele pagar.