CAPÍTULO 16

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Naquela noite, mais alguém perdeu a vida.

Christopher odiava e amava aquilo em uma intensidade absurda, ele amava a sensação de poder, de sentir o ódio se esvair.

Mas odiava o quê sentia depois.

Culpa. Raiva. Ódio. Medo.

Medo de perder a mulher que amava, por conta dos seus erros. Erros aqueles, que ela jamais poderia saber.

No momento, ele se encontrava em uma poltrona da sua sala de estar, as luzes apagadas e uma garrafa de Whisky ao seu lado. O copo, agora vazio depois de tantas doses, estava no chão ao seu lado.

Sua mente vagava na pequena possibilidade de sua garota, estar com outro cara. E o quê lhe dava mais raiva, é imaginar que esse cara seria Soo Hyuk.

Ele não poderia se livrar dele como havia feito com os outros. Era um ator muito conhecido e isso acabaria com a sua reputação se fosse descoberto.

Mas, o quê se passava em sua mente, naquele exato momento, era o real motivo de Yu Rim ter terminado.

Era por conta de Soo Hyuk? Era por medo dele mesmo? Inseguranças?

Ele a amava, não tinha olhos para outra mulher que não fosse ela.

E ele, mesmo com raiva, jamais a machucaria, jamais machucaria sua garota de modo algum. Não importa as circunstâncias, o bem estar de sua garota era o quê mais lhe importava.

Então, só sobrava a primeira opção: Soo Hyuk.
Isso o deixava bravo. Queria explodir a cabeça do homem em mil pedaços, queria poder torturá-lo até que implorasse por misericórdia. Arrancar os lábios que um dia, já encostaram na garota.

Mas não podia fazer nada isso. Se fosse pego, seria ruim para sua reputação tanto humana, quando para os fãs, que o mesmo tanto amava.

E também, por sua garota, que tinha tanta admiração pelo ator.

Mas então, qual o real motivo? A pergunta vagou tanto em sua mente, que ele dormiu ali mesmo na poltrona.
Teve inúmeros pesadelos, onde todos, sua garota o deixava por descobrir a verdade sobre ele.

Acordou suado, no meio da noite. Sua respiração ofegante, pegou o celular ao lado de sua cômoda, fez apenas uma ligação.

- Por favor... Eu preciso de você. - Eram 2:36 da manhã - Por favor...

Dez minutos exatos depois, pode-se ouvir a campainha. Era ela. Sua garota estava lá, porque ele precisou. Seus braços rodearam a menor, puxando para perto.

- Nunca me deixe, eu preciso de você.

A garota apenas o abraçou, também precisando daquele abraço.

- O quê aconteceu? - Ela perguntou, tão baixinho que mal se ouviu -

Ele a olhou, tentando transmitir todas as coisas que sentia, o medo, o afeto, o carinho, o desejo. E então, a beijou, algo lento, necessitado.

A beijou como se fosse a última coisa que pudesse fazer, sua boca, explorando cada parte da boca da mais nova, aproveitando cada espaço, cada gosto novo que pudesse descobrir.

- Você está bêbado - Ela se afastou, olhando para ele. - Não vou brigar, porque você cheira a álcool de longe. Vá tomar um banho, você precisa.

Ele obedeceu, apreciando o carinho e o cuidado. A preocupação da menor, o fazendo sentir amado.

E ela ficou com ele até que dormisse, acariciando seus belos fios, admirando o semblante calmo que homem tinha ao dormir ao lado da mesma.

Ao acordar de manhã, Christopher pôde sentir o cheiro de panquecas. Yu Rim não estava ao seu lado e ele se levantou apressado. Chegou a cozinha e viu a menor cozinhando, enquanto uma música baixa tocava e ela dançava no ritmo da música, seu corpo se remexendo de forma lenta e ritmada.

O maior se encostou no batente da porta, observando a garota, que vestia uma camisa branca que tirara do guarda roupa, mais cedo.

Ela se vira e se assusta, vendo o homem a encarando.

- Bom dia... - Diz, envergonhada - Fiz café.

Ele observa o sorriso dela. Estavam brigados, mas ela esteve ali, presente para ele, quando ele precisou. Ele só havia precisado ligar.

Mas a pergunta surgiu em sua mente. Se Soo Hyuk também a chamasse, ela iria?

Seu sorriso saiu do rosto e ele se sentou na mesa com um semblante sério.

- Bom dia. - Respondeu simples - Obrigado.

A garota assente e volta para o quarto, vestindo sua calça e pegando a roupa de ontem.

- Já vou.

Chris se levanta e anda até ela, com uma expressão mais séria.

- Por que vai tão cedo? Fica mais.

Ela nega, e homem sente seu coração pular uma batida.

- Não posso, tenho que resolver umas coisas. - Ela diz, calçando seu tênis, indo até a porta - Até mais.

Ela nem o deixou responder, ele não teve a oportunidade de dizer "até mais" de volta.
Ele entrou no apartamento, fechou a porta com força, e socou a parede.

- Merda! - Gritou, seus olhos brilhando em fúria.

Seu corpo ansiava pelo toque dela, sua mente, deseja o seu rosto, seu carinho, sua voz. Suas mãos, precisavam tocá-la. Seu corpo, sua mente, sua alma, precisava dela inteiramente.
Ele não imaginava que tais coisas pudessem acontecer, como um término logo no começo do relacionamento. Ele imaginou que poderiam ficar juntos. Que ele a abraçaria, a beijaria, a tocaria e poderia foder com ela até não aguentar mais.

Mas nada disso veio a acontecer. Ele precisava se acalmar, mas não podia usar o mesmo de sempre, não poderia ser tão descuidado. Então, pegou suas chaves, saio de casa e foi até a academia de luta mais próxima.

A garota se sentia mal, mas não podia fazer mais do que já tinha feito. Precisava de tempo, de espaço, precisava organizar seus pensamentos e decidir o que fazer, ou se precisava fazer algo.

Amor Ou Posse?- Christopher Bangh Onde histórias criam vida. Descubra agora