Amor Ou Posse?- Christopher Bangh

CAPÍTULO 6

Quando Christopher saiu, me senti estranha. Ele estava mal humorado e agindo de forma estranha desde que Soo-Hyuk chegou.

- Vamos? - Soo-Hyuk me pergunta, me fazendo sair do transe - O seu amigo é sempre assim? Arrogante?

- Não, acho que deve ter acontecido algo, ele é sempre muito gentil e educado com todo mundo. Não sei o que aconteceu.

- Acho que... - Ele dá uma pausa enquanto saímos do elevador e nos direcionamos a saída - ele pode gostar de você. Ele me encarou a tarde toda, toda vez que fiquei próximo a você, parecia que ele queria me matar.

- O QUÊ? - Acabo gritando sem perceber, e me sinto envergonhada por isso - Christopher não sente nada por mim! E muito menos seria capaz de machucar você, ele é um amor de pessoa, não faria mal nem a uma mosca!

O de cabelos medianos me encara, para ao meu lado na calçada e dá uma tosse bem falsa.

- Gosta dele? - Ele me pergunta sem ao menos se importar se é invasivo, eu não gosto de Christopher, né? - Veio de carro? Eu vim com meu motorista, se tiver vindo, podemos ir juntos?

- Podemos sim, sem problemas. - Começo a andar em direção a garagem - Espere aqui, vou buscá-lo.

Após buscar o carro e nós dois entrarmos nele, começo a dirigir em direção aos restaurante. Estávamos em um silêncio confortável, até que Soo-Hyuk o quebra.

- Podíamos fazer isso mais vezes? - O olho rapidamente, ele quer mesmo sair comigo mais vezes? Achei que por ser sua fã, ele iria querer manter certa distância. - Você é minha fã, mas por algum motivo isso não me incomoda. Me deixa feliz na verdade, você não me pede para tirar foto a cada minuto e não força uma intimidade que ainda não temos.

Oh, agora faz sentido. Por mais que ele seja meu ídolo, ele é um ser humano, sei como é ser parada para tirar fotos durante um dia que você apenas quer passar despercebida. É legal ter o amor dos fãs e o carinho, é uma sensação de conforto mas às vezes, gostaria de apenas não ser vista.

- Eu entendo que às vezes pode ser desconfortável. Não iria querer causar isso a alguém que tanto gosto.

Puta merda, eu disse isso mesmo? Não deveria dizer que gosto dele, e se ele achar que é algo no sentido romântico? É gostar de ídolo, gostar no sentido de idolatrá-lo e admirá-lo. Não amor romântico.

Ele sorri.

Seu sorriso é muito lindo, talvez eu realmente goste muito dele, mas não acho que passe de amor de fã para ídolo.

- Gosta de mim, senhorita Kim Yu-rim? - Ele solta outra risada - Me sinto honrado e muito feliz, eu deveria?

- Não é no sentido romântico, ok? - Olho pra ele rapidamente, que agora, me encara de modo sério e volto a olhar para a estrada - É só sentimento de fã para ídolo.

- Mas quase todas as fãs amam seus ídolos no modo romântico, não é assim para você?

- Hum, não.

- Não? - Ele dá um leve resmungo, o qual não entendo. Mas continuo prestando atenção na estrada, se parar para admirá-lo sinto que não pararei e poderei até bater o carro, matando nós dois - Estou desapontado e um pouco envergonhado agora.

- Não fique. - Sorrio de leve - Chegamos.

Deixo o carro com o manobrista e entramos no restaurante, deixo Soo-Hyuk escolher a mesa e me direciono ao banheiro. Ao entrar, mando mensagem a Christopher.

"Você está bem? Parecia estranho no ensaio."
"Sabe que pode conversar comigo, não sabe?"

Saio do banheiro e ando em direção a Soo-Hyuk, que está em uma mesa mais afastada, de frente a janela.

- O quê gostaria de pedir? - Ele me pergunta e então analiso o cardápio, decido pedir um Kimchi, pois a muito tempo não comia - Gostaria de um Kimchi bem apimentado, e você?

- Vou querer o mesmo, e para beber?

- Um vinho? - O perguntei - Honestamente não sou muito de beber, apenas soju e olhe lá.

- Vamos ficar com o vinho então.

Fizemos nossos pedidos, e logo trouxeram a comida. Comemos, rimos, e conversamos bastante, ele era uma ótima companhia. Mas ainda estava preocupada com Christopher. E assim que penso nele, chega uma mensagem do mesmo.

- Me dê só um momento, se incomoda?
- Pergunto a Soo-Hyuk -

- Não, claro que não.

"Estou bem, não se preocupe. Só estava me sentindo nervoso."
"Está jantando com o Soo-Hyuk?"

Fico aliviada por ser apenas nervosismo, respondo sua pergunta, mandando uma foto minha e de Soo-Hyuk comendo Kimchi.

"Estou. Você podia estar aqui também."

Ele apenas visualizou. Estranho.

Nós saímos do restaurante, o manobrista pegou o meu carro e me deu as chaves.

- Onde você mora? - Pergunto a Soo-Hyuk - Vou deixá-lo em casa.

- Não há necessidade, posso chamar meu motorista.

- Não, eu te trouxe, eu irei te levar. - Digo entrando no carro - Anda logo Soo-Hyuk, ou vou te levar para um hotel.

- Ok. - Ele diz entrando no carro e colocando o GPS, rumo a casa dele - Pode não me chamar de Soo-Hyuk? Ainda acho muito formal.

- Como devo chamá-lo, então? De Soo?

Digo logo rindo, era para ser apenas uma piada. Mas vejo que o mesmo não ri.

- Eu gostei, pode me chamar assim? - Ele pergunta me olhando. O encaro de volta e volto minha atenção a estrada, começando a dirigir seguindo o GPS - Está evitando a pergunta, ou eu?

- Talvez os dois, mas tudo bem, posso chamá-lo assim, se gosta tanto.

Chegamos no endereço, nós nos despedimos e ele entra, começo a dirigir em direção a minha casa. Logo chego, entro, todo um banho e me deito para dormir. Mas antes, mando mensagem a Christopher.

"Realmente não aconteceu nada? Parece que está com raiva de mim."

Não espero sua resposta, apenas vou dormir.

Christopher sentia tanto ódio, já havia encarado aquela foto tantas vezes, desejando que o teto caísse em cima de Soo-Hyuk, mas sem machucar sua garota, é claro.
Ele queria ter ido, mas não suportaria vê-la tão próxima do homem de cabelos medianos, cujo Christopher notou desde o primeiro momento, a atração que o mais velho mostrou sentir pela garota, quase instantaneamente.
Mas um pouco de sua raiva sumiu, ao ver a mensagem da moça, logo notando a preocupação que a mesma tinha com o homem de cabelos curtos e negros. Ele sorriu e pôde dormir com mais tranquilidade.