Scarlatts e Noturnos

Álbuns de Fotografias 1;Julietha

Julietha estava em seu quarto,lendo como o de costume,seus olhos se concentravam nas palavras mas sua mente nas conversas,teria que reler todas as páginas que já havia lido depois,não havia absorvido nada da história. Decidiu que seria melhor guardar o livro e se concentrar em algo que não exigisse tanto de sua mente embaralhada pelas conversas que teve nos últimos dias,estava na hora de um pouco de música.A garota foi até a pratilheira aonde guardava seus tão preciosos discos de vinil,e começou sua seletiva,demorou um pouco para conseguir decidir todas as músicas que escutaria no dia,mas decidiu,porém percebeu que uma de suas músicas preferidas não estava na prateleira;

------ Que estranho...Humm,deve estar com minha mãe.

Julietha saiu de seu quarto e desceu um lance de escadas até o terceiro andar,andou um pouco pelos corredores e assim que se aproximou da porta do quarto de Dona Tereza ela pode ouvir,baixinho,as notas da música percorrendo o ar e a letra invadindo seus ouvidos. Bateu na porta de leve três vezes,era o que fazia desde de criança,apenas três vezes,sua mãe de dentro do quarto respondeu :

------ Quem é?
------ Sou eu,mãe.Posso entrar?
------ Sim querida,entre por favor.

Julietha abriu a porta,e vio sua mãe sentada ao lado de fora do quarto,em sua varanda.Ela estava sentada em sua mesinha de chá,o toca discos,que era como uma mala pequena de viagens,se encontrava em cima da cama tocando"Ele e Ela"de forma nítida.
Julietha se juntou a mãe.

------ O que acha,minha filinha?

Tereza mostrou para Julietha um desenho,ainda inacabado,de um colar de rubis belíssimo,feito a lápis.

------ É belíssimo,mãe.

Dona Tereza sorriu.

------ Sei que não preciso criar designs de joias,outros artistas fazem isso por mim,mas amo cria-lós.

Julietha sorriu,era verdade,sua mãe jamais precisou criar designs.
A marca Scarlet era grande e imponente,tinham muitas lojas espalhadas pelo país e fora dele,e muitos ateliês onde vários artistas,assim como Dona Tereza deixará claro,criavam modelos de peças de joalharia pra ela,mas ela adorava criar,simplesmente adorava.

------ A senhora é muito telentosa mãe,uma grande artista.

Julietha disse com admiração

------ E você também querida,ou não é a minha futura primeira bailarina?---Tereza acariciou as bochechas da filha,que sorriu---Seu pai e seu irmão devem estar orgulhosos de você.

Falar de seu pai,para Julietha doía mais na quele momento,pois,a música que estava tocando era a preferida do homem.

------ Eles também devem estar orgulhosos de você mãe.
------ Eu duvido,no momento que você mais precisava de mim,eu fui negligente,você também estava sofrendo e eu...ah...deixei você sozinha.

Julietha se levantou do lugar onde se encontrava,e abraçou a mãe pelo pescoço;

------ Está tudo bem mamãe.--- fazia muito tempo que Julietha não chamava a mãe desta forma--- Eu não fiquei sozinha,acredite nisso.--- Julietha se lembrou de Víctor,de seu cabelo,de seu sorriso,de como o garoto lhe fazia bem.--- E você é uma mãe fantástica que assim como outras pessoas fantásticas,cometeu erros,mas se corrigio.Não á motivos para não superar isso,mamãe.

Julietha soltou Dona Tereza e a deu um beijinho na bochecha da mãe.

------ Você é uma pessoa adorável minha filha.
------ Apenas prático o que me ensinaram.

Nossa protagonista sorri para a mãe que de repente parecia ter tido um dejvu:

------ Julietha acho que tenho algo que seu pai a ir adorar que veja.
------ O que seria?

Julietha perguntou com curiosidade.

------ O seu pai e eu tínhamos um pequeno segredo que acho que tanto você quanto seu irmão adoraria ver.

Dona Tereza disse levantando e voltado ao quarto,então se dirigio até seu closet,adentrando na quele mundo de vestidos de galã,ou simples,casacos lindos,camisetas elegantes e saias refinadas,também haviam calças mas não muitas.

------ Eu e seu pai começamos a trabalhar neles antes mesmo de termos a idade apropriada para nos casarmos --- Dona Tereza disse abrindo uma gaveta,onde Julietha pode observar alguns fichários meio estuvados,aparentemente pesados --- São álbuns de foto,os Scarletts sempre tiveram,desde de não sei qual geração,os seus álbuns de fotografias que são guardados,desde de que essa tradição se iníciou,pela pessoa mais velha da família,atualmente seu avô.

Nossa protagonista estremeceu ao ouvir isso,pensou na conversa que tiveram no dia anterior com seu avô,sobre sua tia-avó,se perguntou se sua mãe sabia sobre essa verdade,a verdade de que seu avô não era a pessoa mais velha da família,presumio que não.Sua mãe falava com muita convecção no que dizia,e era difícil acreditar que ela pudesse estár mentido,mesmo que Julietha soubesse que sua mãe tivesse capacidade pra isso,já que a mesma vazia isso o tempo todo.

------ Mas seu pai, --- continuou Tereza --- ah...ele queria um álbum ou vários--- dizie a mesma mostrando os álbuns e sorrindo --- que fosse nosso,dele e eu e futuramente,de nossos filhos. Nós começamos a trabalhar neles quando tínhamos a sua idade,aqui esse é o primeiro que criamos.

Julietha pegou o álbum e se sentou no chão do closet,Dona Tereza tirou os outros álbuns de dentro de gaveta e se sentou do lado da filha.

------ Quer mesmo que eu faça isso,mãe?
------ O que querida?
------ Descubra como você e papai eram na adolescência.
------ Minha filha,veja as fotos e leia as descrições,só isso,tudo bem?

Julietha sorri e abrio o álbum.....