O alarme tocou, tirando-me de um sono profundo.
Apesar da preguiça que queria tomar conta do meu corpo, levantei e tomei um banho quente.
Eu tinha que trabalhar!
Quando passei pela cozinha, meu pai já estava lá, me esperando com uma xícara de café na mão.
Apesar de estar um pouco atrasada, por causa do banho demorado que tomei, conversei com ele. Uma conversa rápida e casual e em poucos minutos eu já estava caminhando para meu trabalho.
Estava caminhando com as mãos no bolso de minha calça de moletom, ignorando os poucos carros que passavam, por ser uma cidade pequena, não é de costume ver muitos carros ou pessoas perambulando pela cidade.
Faltava um quarteirão para chegar ao meu local de trabalho, quando senti um cutucão nas costelas.
Me sobresaltei com o susto e logo xinguei meu amigo que gargalhava atrás de mim.
Cruzei os braços e o encarei, enquanto ele ria, olhei com raiva para ele, e ele começou a secar as lágrimas.
Ele se aproximou ainda rindo e entrelaçou os braços de ambos.
- Não fique brava, linda. - era assim que ele me chamava, os olhos azuis de meu amigo de voltaram para meu rosto. - Sabe que meu passatempo preferido e te perturbar.
Fiz uma careta para ele e continuamos a andar.
Meu amigo trabalha no mesmo local que eu, seu nome é Felipe. Uns dos meus poucos amigos, na verdade meu amigo mais antigo.
Observei aqueles lindos olhos azuis e quase suspirei.
- Seu engraçadinho. - respondi ele depois de alguns segundos o que me rendeu um sorriso torto dele.
- Você não vive sem mim. - ele disse com um sorriso convencido no rosto.
Eu ri.
Andamos mais alguns passos, Felipe falava de sua vida para mim, e eu ouvia e observava cada detalhe dele.
Felipe meu amigo de infância, sempre teve esse jeito de brincalhão, fofo e sedutor, e eu não podia negar que ele é muito bonito, então não foi surpresa quando me apaixonei por ele, mesmo sabendo que amava outra.
Não demorou muito para estarmos na porta do nosso trabalho.
Observei o lugar antes de entrar, ele era modesto e mal pintado, não era atraente de se olhar, mas era conhecida pela melhor comida da nossa pequena cidade.
Entramos no local e comprimentamos nossos colegas de trabalho, Felipe se colocou atrás do balcão onde trabalhava e eu vesti o avental para poder exercer minha profissão de garçonete, enquanto Felipe ficava com a parte de receber o dinheiro das comidas.
Comecei a atender os clientes que chegavam, tinha uma garota que me ajudava, uma garota esguia de cabelos andulados, o nome dela é Ana.
Nós duas passávamos de mesa em mesa, anotando os pedidos. Não consegui evitar de notar o olhar que Felipe lançava a Ana, eu sabia que ele era apaixonado por ela.
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Com o expediente acabado, segui para minha casa, observando o lindo por do sol que manchava os céus em tons laranjados, meu amigo seguia ao meu lado, ambos em silêncio.
Até que tomei coragem para falar.
- Talvez não fosse pra ser.
Ele não respondeu, não que eu quisesse uma resposta.
O silêncio se estendeu mais um pouco, até que ouvi seu suspiro.
- Linda, seja sincera comigo. - pediu ele. - Me acha feio ou sem graça?
Senti meu coração salta do peito, Aah se eu dissesse tudo o que penso, como o acho lindo, atraente...
- Da onde tirou isso? Você é incrível e muito lindo.
- Então porque Ana não acha isso?
Fiquei em silêncio alguns segundos, revivendo a cena que eu e meu amigo tínhamos presenciado...
Ana estava aos amassos no final do expediente com outro colega de trabalho.
Quando me deparei com aquela cena, logo olhei para Felipe, que estava paralisado.
Depois de alguns segundos ele voltou a si e seguiu andando, e eu fui logo atrás em seu encalço.
Ana sabia da paixão de Felipe por ela, ela tinha o rejeitado, alegando que não possuía o mesmo sentimento, me senti culpada por isso, pois eu o tinha encorajado a se declarar a ela, mesmo o amando.
- Felipe, pare com isso. - respondi, continuei a caminhar e o deixei para trás.
- Eu não consigo! - ele respondeu com um suspiro. - Você já amou alguém? As vezes acho que vou ficar louco.
Ignorei a pergunta dele, e continuei a caminhar, desta vez mais devagar.
- Eu só queria entender. - murmurou ele atrás de mim, ele seguia logo atrás a passos lentos. - Talvez... Talvez se eu fingisse não me importar, talvez se eu figinse que ignoro isso...
Parei de caminhar e me virei para meu amigo, pela cara dele, eu já sabia que coisa boa não era.
- O que tem em mente?
Os olhos dele brilharam com algum tipo de desafio, que fez minha curiosidade atisar.
- Não sei se posso te pedir isso.
Ele passou a mão pelos cabelos sedosos e sorriu exitante.
- Me pedir o que?
- Linda... - ele suspirou e passou a mão pelo cabelo novamente, como se estivesse nervoso com algo, aquilo estava me deixando preocupada, o que ele queria me pedir que o deixava tão nervoso.
- Se não falar logo, vou deixar você sozinho aí e vou para casa. - Respondi na esperança de ele me responder logo.
Mas sem sombras de dúvida, eu não estava preparada pelas palavras que Inha sair de sua boca, talvez se eu tivesse de fato o deixado ali sozinho e tivesse ido embora...
Felipe me olhou com aqueles lindos olhos azuis, meu amigo deu um sorriso de canto exitante e disse:
- Aceita ser minha falsa namorada?
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O príncipe Sombrio.
FantasyFelicity é uma menina com uma vida comum, que mora em uma cidade pequena, apaixonada pelo seu melhor amigo, um amor que não é correspondido pelo mesmo. Mais certa noite tudo muda para Felicity, ela descobre que o sobrenatural existe. Um homem de arm...