Capítulo 4.

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" Árvores me cercavam por todos os lados... Naquela época do ano, não era comum as folhas das árvores começarem a cair, mas aquela floresta que eu estava não era comum, longe disso, era sombria, muito sombria, antiga e perversa, eram poucos que se encorajavam a ir até esse lugar, o lugar era tão silêncioso, era como se até os pássaros não ousasse cantar suas doces melodias.

E apesar de tentar com todo o meu esforço ficar quieta no meio daquela floresta assustadora, bastou pisar numa folha seca, para meu preserguidor me achar.

Corri... Como nunca tinha corrido, mas ele era mais rápido, ele sabia onde eu estava, desde que entrei nessa floresta, ele sabia. Ele só não tinha me pegado ainda, porque não queria, ele estava brincando comigo...

Quando senti que ele não estava mais atrás de mim, me escondi atrás de uma árvore, a respiração tão acelerada, quando meu coração, eu estava apavorada.

Me sentei no chão, o mais devagar que consegui, tentando ao máximo controlar a respiração acelereada, me apromixei mais da árvore, tentando não fazer barulho.

Olhei em redor, olhei o chão coberto pelas folhas secas, então olhei para as árvores e para o céu acinzentado acima de mim, eu observava rapidamente, igual a um animal assustado, enquanto tentava acalmar a respiração e meu coração.

Eu não conseguiria fugir dele, ele sentia meu cheiro, sentia o cheiro do sangue que molhava minha mão, meu próprio sangue, pois na minha fuga, acabei tropeçando e minha mão acabou sendo perfurada por um graveto.

Eu o ouvi, suas botas esmagavam as folhas secas, ele sabia que eu o escutava, seus passos se aproximavam cada vez mais.

- Porque se esconde, coizinha linda? Cansou de fugir ?. - uma risada rouca saiu dele. - Está ferida, querida?

Os passos chegaram até a árvore onde eu estava, e quando me levantei pra correr, ele me agarrou! "

Acordei com o meu pai me chacoalhando e chamando pelo meu nome.

- Felicity?

Eu sentia aquelas mãos fortes de meu preseguidor em minha cintura, sua risada, quando me arrastou de onde eu estava. Te peguei, foi o que ele disse.

- Felicity?

Quando abri os olhos, me sobressaltei, meu pai me segurou com força.

- Foi só um pesadelo, querida.

Meus cabelos se agarravam ao meu rosto suado.

Consegui encarar meu pai, seu rosto estava tenso, pelo susto, supôs. Eu não era uma passoa que sofria com pesadelos, ou até mesmo que me debatia por causa deles, pude ver pela cama bagunçada e pelo meu estado que eu tinha me debatido.

- Felicity, você está bem?

- E..eu estou bem, foi só um p...pesadelo. - Minha voz era estranha aos meus lábios, minha voz estava rouca.

Meu pai estremeceu de alívio.

- Felicity, fiquei muito preocupado. - ele soltou um suspiro trêmulo. - Quando cheguei ao seu quarto você estava se debatendo e gritando.

- Me perdoe, não era minha intenção te assustar. - Falei.

Ele soltou mais um suspiro trêmulo e sentou na beira da minha cama.

Então passou a mão pelo seu cabelo.

- Com o que estava sonhando? - perguntou ele encarando o quadro de fotos que tinha em cima de uma parteleira na parede mais afastada de meu quarto.

O príncipe Sombrio.Onde histórias criam vida. Descubra agora