Discussão entre a embriaguez

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29-07-2012

Virei-me para ver Murilo, seu rosto contorcido pela raiva, olhando para mim com fúria contida.

— Erica, o que você pensa que está fazendo? - Ele rosnou, sua voz dura e autoritária.

Tentei protestar, com o álcool me dando coragem, mas Murilo mal me deu a chance antes de arrastar-me para fora da balada e em direção ao carro. Ele praticamente me jogou no banco do carona, enquanto por um momento eu me sentia confusa e irritada com a atitude dele.

— Murilo, me solta! Eu sei me cuidar sozinha! - Retruquei, minha voz embargada pela mistura de emoções.

Murilo apertou os lábios, seu olhar ainda cheio de indignação.

— Você está agindo como uma criança irresponsável! Não posso acreditar que você se rebaixaria tanto!

Senti meu sangue ferver de frustração. Eu não ia deixar Murilo me repreender assim.

— Eu não sou sua propriedade, Murilo! Você não pode controlar cada passo que eu dou! -Rebati, minha voz elevou-se em desafio.

Murilo apertou os punhos com força, seus olhos faiscando com intensidade enquanto me encarava, mesmo dirigindo.

— Você não entende, Erica. Não é apenas uma questão de controle. É uma questão de segurança! Eu te disse para tomar cuidado, ou a sua irresponsabilidade cairia sobre mim.

Com o álcool turvando minha mente e dificultando minha capacidade de raciocinar com clareza.

— E eu estava fazendo algo de errado? Acha que só dançar com um homem em um lugar cheio de pessoas se compara a você? Se encontrando sozinho com....- Parei de falar quando senti uma onda de enjoo me tomar.

— Do que você está falando? - Murilo perguntou irritado, mas neste momento eu só estava tentando segurar o vômito.

Senti um nó apertar na minha garganta, a realidade da situação começando a penetrar minha névoa alcoólica.

— Nada. - Disse, virando o rosto para a janela do carro e deixando o vento bater em meu rosto enquanto respirava controladamente, tentando segurar a ânsia de vômito.

Tirei o celular da bolsa e digitei rapidamente uma mensagem para Adriely, contando o que aconteceu e que estava indo para casa. Mas pedi para ela se divertir com Lívia e que Carlos ficaria à disposição das duas. Em seguida, mandei uma mensagem para Carlos e enfim guardei o celular.

Enquanto aguardava uma resposta de Adriely, o cansaço me envolveu e eu acabei cochilando no banco do carro.

Fui despertada abruptamente pelo som da porta se abrindo e os braços fortes de Murilo me erguendo do assento.

Pisquei algumas vezes, ainda sonolenta, enquanto Murilo me carregava pelo hall de entrada e subia as escadas da mansão.

A sensação de ser carregada nos braços dele era estranhamente íntima e desconcertante, especialmente depois do confronto que tivemos momentos antes.

Me debati levemente, incerta sobre como reagir, mas acabei permitindo que Murilo me levasse até o quarto. Uma vez lá dentro, ele me colocou suavemente na cama, sua expressão ainda austera e distante.

Olhei para ele por um momento, o silêncio pesado entre nós. Então, sem dizer uma palavra, Murilo virou-se e saiu do quarto, deixando-me sozinha com meus pensamentos tumultuados e o eco das palavras não ditas que ainda pairavam no ar.

Mas não demorou muito para que o sono profundo me envolvesse.

Despertando, me contorci na cama, lutando contra a dor latejante em minha cabeça e a náusea que ameaçava dominar. Com esforço, me levantei e corri para o banheiro em meu quarto, mal conseguindo alcançar o vaso sanitário a tempo.

DEGUSTAÇÃO: O peso do contrato: Erica e MuriloOnde histórias criam vida. Descubra agora