Uma nova amizae

11 0 0
                                    


14-07-2022

Passei esses três dias nessa casa enorme e minha mente estava me deixando depressiva. Sempre me pegava em profunda tristeza, pensando em como a minha vida era antes do meu pai morrer e como se tornou depois daquele dia terrível.

Forçando-me a levantar da cama, tomei um banho e desci para almoçar. Maria cozinhava muito bem e eu descobri que ela não dormia nessa casa, seu turno começava às 07hrs da manhã e finaliza às 19hrs da noite. Ou seja, depois disso, eu teria que me virar sozinha na presença de Murilo.

Esses dias têm sido fáceis, até porque ele não estava em casa, mas Maria já me informou que Murilo retornaria na sexta-feira e eu estava me sentindo ansiosa desde agora.

— O seu remédio, senhora. - Maria estendeu dessa vez uma pílula gelatina com uma cor dourada. Eu tinha pesquisado sobre esses remédios e realmente eram para ajudar na fertilidade.

Suspirei, pegando o remédio e bebendo antes de me levantar. Olhei pela grande parede de vidro da sala de estar e vi que o dia de hoje estava bonito.

— Maria, Murilo falou alguma coisa sobre eu sair? - Ela, que estava recolhendo a louça da mesa, parou e me olhou.

— Não, senhora. O Sr. Lombardi me disse que se quisesse algo, poderia pedir ao motorista para buscar, ou levá-la até o seu destino.

— Motorista? - Perguntei confusa e Maria assentiu, pegando o próprio celular e discando um número.

— Carlos? Sim... a Sra. Lombardi quer os seus serviços agora... certo, irei informá-la.

Maria desligou o aparelho e me olhou com um sorriso gentil.

— Ele está vindo. Carlos ficará a sua disposição.

A olhei em choque enquanto Maria voltava aos seus afazeres. Eu até tentei ajudá-la, mas ela me garantiu que Murilo não gostaria e que ele pudesse puni-la caso aceitasse.

Não querendo que ela tenha punições por minha causa, decidi ficar quieta, o que eu não estava acostumada. Na casa de Stenio, eu cozinhava para eles e também cuidava de arrumar o meu quarto e a cozinha, tudo isso quando eu não estava trabalhando na agência de Adriely.

Não demorou para que Carlos chegasse e me surpreendi com sua beleza. Ele tinha a pele negra, mas um físico bastante bonito e olhos castanhos meio esverdeados. Olhei para a sua mão, vendo a aliança e logo tratei de não encará-lo mais. Deus me livre ser motivo de briga entre um casal.

ー Senhora Lombardi, sou Carlos Gomes, seu motorista. Estarei à disposição da senhora para ir onde quiser e a qualquer hora. - O olhei um pouco surpresa. Realmente não estava acostumada com isso.

ーObrigada, tentarei não abusar muito. - Disse timidamente antes de entrar no carro.

Carlos tomou seu lugar no volante e dirigiu com cuidado, seguindo o destino que eu havia pedido. Tinha olhado no gps e a praia não estava muito longe do condomínio onde morava e como nunca tinha visto uma praia em toda a minha vida, decidi que essa seria a primeira coisa que eu faria.

ーPode parar aqui, quero caminhar um pouco pela areia. - Disse pronta para abrir a porta.

ーA senhora quer que eu a acompanhe?

ーNão precisa. Pode se refrescar tomando uma água de coco e eu voltarei para esse mesmo lugar. - Carlos assentiu e nós dois descemos. Ele seguiu para um quiosque que havia ali perto e eu segui pela praia. Tirei minhas sandálias e toquei os pés na areia, sorrindo involuntariamente com a boa sensação.

DEGUSTAÇÃO: O peso do contrato: Erica e MuriloOnde histórias criam vida. Descubra agora