Captivity

174 17 1
                                    

1º Capítulo 

A minha cabeça parece que vai rebentar. Os meus olhos doem. A minha boca está seca. Os meus braços estão feridos. As minhas pernas estão estáticas. O meu peito dói de saudade. O meu corpo não tem vida.

Sei que ainda estou viva porque ainda penso.

Penso no grande ódio que alguém pode sentir por outro alguém, ao ponto do desejo de matar ser tão ensurdecedor.

Olho em volta para confirmar se é simplesmente um pesadelo

Mas em vão

Ainda me encontro num pequeno espaço, deitada num colchão quase que destruído, com as paredes riscadas com a contagem dos dias que me mantém aqui fechada.

Os meus pensamentos são interrompidos por o barulho enferrujado da famosa porta que já oiço, ao que parece, duas semanas.

-Bom dia alegria! Ou devo dizer... Bem-Vinda a mais um dia no inferno?! –não me dou ao trabalho de olhar para a figura repugnante que me visita todos os miseráveis dias

Uma visita que eu dispensava verdadeiramente

-Acaba comigo... -pedi misericordiosamente

Não percebo o porquê de ele me manter trancada neste cubículo, se todo este tempo me quis ver de baixo de terra

-Eu sei que era o querias, mas tenho planos melhores

-Estou aqui á duas semanas, o que queres de mim? –as poucas forças que tinha subiram-me até á garganta

-Não vou só acabar contigo cabra de merda... Vou acabar também com todos aqueles que te acolheram! –ele grita na minha cara

O seu corpo baixa-se, ficando agachado á minha frente

Sinto-me tão fraca

A sua mão toca na minha cara o que me faz tentar desviar do seu toque, mas foi pior

Uma dor ardente e constante, encontra-se na minha bochecha com o golpe de nojo que ele me haveria dado na face

Ele força a minha cara para o olhar nos olhos

Os olhos sem vida, sem sentimento, sem brilho, sem pudor.

Nojento de merda

-Acaba comigo... -peço-lhe mais uma vez, desesperadamente

Ele nada me responde

Limita-se a rir na minha cara, deixando-me a pensar que o meu pedido é tão absurdo assim

Levanta-se, deixa um tabuleiro com uma garrafa de água e uma carcaça, o meu conhecido pequeno almoço deste conjunto tempo perlongado, e sai por onde entrou.

Estou tão cansada

Porque é que ele ainda não me veio buscar?!

Ele sempre o fez, o que há de errado desta vez?!

A minha esperança ainda é alguma, mas a cada dia que passa vai desaparecendo, tal como a minha vontade de viver.

Tenho saudades dos seus lábios perfeitamente encaixados nos meus, dos seus braços á minha volta quando o medo era parte de mim, das suas pernas entrelaçadas com as minhas quando o sono caia sobre os nossos olhos, dos seus enormes oceanos revoltados fixos no meu corpo, da sua forma esculpida e tão bem desenhada satisfazendo as minhas preces.

Tenho saudades dele.

E não há nada maior do que o amor que sinto por ele

Na minha cabeça faz todo o sentido, mas o meu corpo não colabora.

Colaborou nos primeiros dias, que de tudo tentei, para sair daqui, mas o que recebi em troca foram chapadas, pontapés e uma tentativa de sexo forçado.

Agonizante.

Repugnante.

Nojento.

#POV Harry#

-Como é que é possível?! –levanto-me rapidamente do sofá e ando ás voltas por todo o espaço onde existe chão

-Harry... Ele escondeu-a muito bem, não temos localização de lado algum... -oiço o rapaz loiro de olhos azuis, génio dos computadores, e que se não tivesse tão passado, lhe iria agradecer tudo o que ele tem feito nestas duas semanas

A minha cabeça parece querer explodir

Não durmo nada desde que aquele cabrão me a levou

E quando finalmente o sono vem e os meus olhos se fecham a primeira imagem que me vem á cabeça é...

É a minha menina mal tratada e torturada

Até parece que sinto vontade de chorar... E sinto, mas a raiva é maior que a tristeza

-Harry, filho... –sinto a sua mão reconfortante a passar no meu ombro, mas não me dou ao trabalho de me voltar para o seu corpo e encarar os seus olhos cheios de preocupação- Nós vamos encontrá-la...

-Estamos á semanas a procurar, já invadimos todos os sítios que pudessem ser o local certo, mas não... Ela não está em nenhum deles! –a minha voz aumenta, a minha respiração acelera e se não sair desta casa imediatamente, vou partir algo ou magoar alguém e não quero isso

Saiu porta fora e começo a caminhar sem destino

Porque é que ele simplesmente não nos podia deixar em paz?!

Deixar-nos ser-mos felizes um com o outro

Eu devia tê-la tirado daqui enquanto podia, não devia ter deixado tão a exposta a perigos...

Estou cansado e desesperado...

Eu quero espancar, torturar, matar... Aquele monstro de merda

Mas também a quero encontrar, e beijá-la, e amá-la...

Quero a minha Bella!

Sento-me na berma da estrada, sendo que não me importo com os carros que passam tão perto de mim

Por momentos vejo-me a desejar que me passem em cima para que esta dor se vá embora de uma vez

Iria ser egoísta e deixar a mulher que amei em toda a minha merda de vida, sofrer nas mãos daquele canalha

Mas uma parte de mim tinha esperança que nos pudéssemos encontrar e se calhar ser feliz em paz, um com o outro

Sem sofrimento

Sem nada nem ninguém

Só eu e ela


-------------------------------------------------------------------------------#-----------------------------------------------


PEÇO IMENSA DESCULPA PELA DEMORA! 

Sabem que as aulas e assim não colidem lá muito bem, mas eu juro-vos que estas férias irei me dedicar á Black Bird II em todos os tempos livres que tiver!!!!!!!

Portanto, estou de volta, com uma nova temporada muito dramática, hot e bastante misteriosa.

Os segredos vão ser todos desvendados... 

Ansiosas por mais?!

Espero que gostem e que comentem as vossas opiniões :*

Com amor...

MeninaPequenina 

Black Bird IIOnde histórias criam vida. Descubra agora