Black Bird II

Hope

3º Capítulo 

As minhas lágrimas assombrosamente pararam e numa das minhas imensas veias, corria esperança.

Os meus sentidos não estavam nada assentes no meu corpo, mas no que me restava, tentei puxar o meu corpo para mais longe da repugnante pessoa que se encontrava á minha frente

Eu via no seu olhar receio de quem por aquelas escadas pudesse descer, e isso reconfortava-me de certa forma

-Aparece ou vai ser pior para ti! –a voz grita outra vez, e eu não reconheço tal som

Algo me diz que o meu raptor sabia quem era, e que definitivamente, não lhe agrava nada

De repente o seu olhar pousa sobre a minha fraca figura, agora encostada á parede e agora quem teme seja o que for, sou eu

-Nem uma palavra! –ele sussurra imperativamente

Tenho a confirmação que seja quem for, ele não a quer aqui de maneira alguma

Mas em vão

O som de passos nas escadas começa a ser ouvido e a esperança sobe por todo o meu corpo

As forças voltam tão rápido como a luz pequena existente num dos cantos desta cave que é a minha companhia durante as semanas que aqui me têm mantido

As suas pernas tremem, o que me faz quase rir, se tivesse forças para tal

Na grande porta (que não tivera sido fechada depois do terrível acontecimento passado á alguns segundos atrás) aparece finalmente um corpo esculturado, masculino no qual depositei enorme esperança

O espanto é claro na minha cara e não percebo que ligação haveriam de ter tais pessoas

-Thomas?! –confusão é notória no meu pequeno sussurro

A primeira pessoa para quem este olha, é para mim e nisso, um enorme sorriso cresce nos seus lábios, mas não da maneira que eu esperava

-Surpreendida?! –vejo malicia no seu olhar, o que faz com que olhe para ele, não da mesma maneira que olhei pela primeira vez, mas de uma maneira carregada de receio- Tanta coisa para a matares e ainda a mantes aqui fechada seu merdas?! –já não se dirige a mim

O quê?

Não estou acreditar no que ouço

-O que é que queres Thomas? -Robert muda de conversa, começando assim um diálogo entre os mesmos

E com isto apercebo-me que digo pela primeira vez o nome deste nojento, em pensamento

Nome, que para mim, é considerado um enorme palavrão

Palavra proibida

-O dinheiro que me deves! –Thomas dirigisse ao outro corpo masculino com grande fúria, que me faz encolher sobre o meu próprio corpo fracassado

Questiono-me de qual pagamento estará ele a falar

Mas por outro lado, tenho medo de saber e me magoar mais do que já me encontro

-Eu não tenho o teu dinheiro –as suas costas embatem contra a parede fria

-Deverias ter! Já a tens aqui á um mês! –a sua sobrancelha está levantada o que faz salientar uma ruga na sua testa, mostrando que está bastante furioso

Ele ajudou-o a meter-me aqui fechada?

Durante um mês?

Como é que ele pôde....

Traidor!

Será que Richard também se encontra metido nisto?!

Será que só me queria conhecer para depois me mandar para este inferno?!