Dois Garotos (BakuKiri/KiriBaku * My Hero Academia | Boku no Hero)

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Ele até podia não estar com raiva antes, mas agora ele está. Estamos no intervalo e nada dele vir falar comigo, eu até tentei chegar no Kats e andar com ele de mãos dadas como de costume, mas não, já que de acordo com ele "Não seguro a mão de quem eu não tenho nada", ele literalmente disse isso! E depois mandou eu ir ficar com a Mina, Denki e Sero, no final a Jirou veio ficar com a gente também, resultado? O pikachu e a menina das músicas ficaram de fone o tempo todo enquanto eu e os outros conversamos.

–Você devia falar com ele, Kiri. —Mina fala.

–Não é por falta de tentativa, pode acreditar. —Eu digo.

–Isso aconteceu hoje ainda, menino. Daqui para mais tarde o Bakugou esfria a cabeça. –Sero.

–Vocês esqueceram de quem estamos falando? Ele não esfria a cabeça rápido assim.

–Então daqui para amanhã! Fica tranquilo, Eiji! Tenho certeza que ele está assim por causa que você não pareceu corresponder ele.

–Ashido, o Kats nem está segurando minha mão! E... –Sinto uma coisa molhada e gelada na minha cabeça, haviam derramado suco de alguma coisa na minha cabeça, logo ouço as risadas. – Merda.

Foi o suficiente para Kaminari e Jirou tirarem o fone.

–Não sei quem são vocês, mas saiam daqui! –O moreno fala.

–Vai fazer o que, Hanta? Você é mais fraco que o ruivo viado.

–Não chama ele assim! –Diz Denki.

–Quer levar suco na cabeça também? –Diz outro menino que antes estava rindo também.

–Tenta! –Jirou.

Em vez deles irem embora, derramaram outro suco, em mim de novo.

Quando eu ia reclamar o Bakugou aparece atrás deles e entra em uma briga nem mesmo um pouco pacífica, mas está estranhamente muito fácil para o loiro, os outros começam a ficar com medo dele e saem.

–Bakubro! –Falo sorrindo.

–Vem cá, idiota. –Ele me pega pela mão e me leva novamente ao banheiro.

–Kats? –Digo quando chegamos lá e o vejo pegar umas toalhas, nem sabia que em banheiro escolar tinha toalha.

–Quieto.

Katsuki me posiciona de frente a pia e molha meu rosto e cabelo numa tentativa de "lavar" e depois os seca.

–Obrigado. –Tento sorrir.

–Eu disse que o Monoma pode estragar a vida de alguém se ele quiser. –Não olha nos meus olhos uma vez sequer.

–Foi só suco, eu estou bem.

–Cala a boca.

–Eu sei que você está bravo comigo, mas podemos conversar?

–Não estou bravo e estamos conversando.

–Se não está bravo então me explica o motivo de não ter segurado minha mão? Você literalmente me beijou varias vezes!

–Foram vários erros.

Dor, é tudo que eu sinto ao ouvir aquelas palavras.

–Você não gostou deles?

–Calado, Eijiro.

–Ah. –Abaixo minha cabeça,

Por que aquilo está doendo tanto? Esse aperto no coração, eu estou morrendo?

–Vai para casa, sua farda está toda suja e você ainda tem que lavar o binder para evitar que ele fique pura suco de uva.

–O cheiro é bom! –Digo tentando ver o lado positivo.

–Você é doido, cabelo de merda. Enfim, vou indo para a sala, vê se vai para sua casa.

–Bakubro, por favor, fala o que eu posso fazer para te compensar! Sei que está com raiva, pelo menos me explica o motivo.

–Vai se lascar. –Ele diz e sai do banheiro, me deixando novamente lá, sozinho e confuso.

Suspiro e vou na coordenação pedir para ir embora, tudo dá certo e só volto na sala para pegar minha mochila, ai o Bakugou agarra meu pulso.

–Tudo certo? –Pergunto baixinho.

–Você realmente não faz ideia do motivo para eu ter te beijado algumas vezes?

–Não. –Respondo.

–Porra, Eijiro. –Ele solta meu pulso e eu continuo meu caminho.

Vou para fora do colégio e vou a pé até a escola, esbarro em uma criancinha e tento dar um oi... Não deu certo, os pais apareceram e sussurraram entre si algo como "o garoto da postagem!" E tiraram a criança dali, acho que essa é a única coisa que a postagem realmente me incomodou, vou denunciar aquele post o mais rápido possível! Entro em uma cafeteria e vou até o balcão pedir um café. O barman era moreno e não era muito mais velho, deve trabalhar aqui de meio período.

–Bom dia, moço, poderia me ver um café?

–Claro, senhor, e desculpa ser intrometido mas... O que houve com suas roupas? Estão com umas manchas roxas.

–Derramaram propositalmente suco de uva em mim, mas 'tô tranquilo.

–Meu Deus! Sinto muito! Tem muita gente idiota nesse mundo mesmo!

–Acredite em mim, eu concordo totalmente. –Suspiro. – Quanto é o café?

–Seis reais.

–Certo.

O homem serve o café para mim em uma xícara e eu entro nas redes sociais pelo celular, clico na postagem idiota do Monoma e denuncio.

O moço entrega meu café e enquanto eu o tomo, fico pensando em que raios o Katsuki quis dizer, paguei o café e fui para casa, meu irmão pode ser bem chato as vezes, mas ele entende as pessoas mais do que eu. Quando chego em casa e vejo ele no sofá já me sento ao seu lado.

–Ei, pode me ajudar com um negócio? –Pergunto.

–Fala aí.

–Sabe aquele garoto que você viu me beijando, certo? –Ele faz que sim com a cabeça, e eu suspiro.– Enfim, eu perguntei para ele o motivo dele ter me beijado tantas vezes ontem e ele ficou irritado só por causa que eu não sei! Ele está agindo como se fosse óbvio! E depois ainda disse "Eu nunca beijaria alguém sem sentir alguma coisa, seu sem noção" e... Merda. –Digo finalmente me tocando.

–Nem precisei ajudar, não foi?

–Merda! O que eu faço agora? Você é meu irmão! Tem que me ajudar!

–Você sabe o que sente por ele, pelo menos?

–Eu... Não sei bem.

–Me diz o nome dele, ficar se referindo a ele como "ele" é bem chato.

–Katsuki Bakugou.

–Nome de gente estressada. –Meu irmão diz me arrancando um sorriso.

–Ele é.

–Então ótimo, vou te ajudar com o Katsuki. –Ele sorri.

–Não sei como me desculpar com o Kats, não faço ideia! Não seria estranho eu gostar dele em uma semana depois de conhecer?

–Pessoas beijam as outras sem nunca nem ter visto, sem contar que para uma paixão, é até que normal, mas para o amor, esse sim ainda é muito cedo, mas com o tempo ele vem, pode confiar em mim.

–Obrigado, Tetsutetsu. –O abraço.

Então começamos a fazer o plano de voltar a falar com o Katsuki.