Mais um dia onde ele pode alcançar ou falhar. Lucas seguiu para o ponto de ônibus apressado e desviando das pessoas onde as vezes tocava seus ombros, mas se desculpava logo em seguida. Quando enfim chegou, junto a ele o seu motorista particular. O carro parou em frente ao ponto e buzinou para o garoto que já se abaixou para enxergar quem estava dentro do automóvel.
— Vem, eu te dou carona! — Ele disse apertando o botão de sua chave e assim abrindo as portas para que Lucas entrasse.
Então ele entrou e se acomodou no banco da frente. Pousou sua pasta e seu notebook em seu colo e recebeu ajuda para ajeitar o banco em que sentava. Colocou o cinto de segurança e seu motorista deu então partida no carro. O som do carro tocava uma música calma, tão lenta e tranquila que era capaz de limpar a mente de uma pessoa ansiosa.
— Não precisava me dar carona! — Lucas reclamou olhando para o outro rapaz ao seu lado. Ele se aconchegou mais no banco ficando então assim deitado e relaxado.
— Não precisava, mas queria. — Afirmou o rapaz que não tirava os olhos do trânsito.
— Por que?... — Disse Lucas.
Um suspiro breve e inexpressivo soltou o rapaz.
— Não lhe devo satisfações! — Ele respondeu e em seguida soltou um sorriso. Lucas ao seu lado o deu um leve soco no braço e riu junto a ele.
Em seu banco ele se alongou como faz todos os dias quando acorda pela manhã. Ao seu lado, o rapaz abre os vidros do carro fazendo uma brisa agitada entrar até que apoiou um dos braços na porta com a janela aberta. Lucas olhou para ele depois de um curto tempo olhando o lado de fora após sua janela ser aberta.
— Deve sim! — Lucas o retrucou. Ainda olhando para ele, mas com um leve sorriso nos olhos e lábios. Sua expressão era como se estivesse com sono, mas somente era a forte luz do sol que surrava seus olhos o deixando entreabertos.
— E você pode me dizer o porquê? — O rapaz o perguntou sem tirar os olhos da rua. O sinal para e os carros ficam parados em fileira enquanto os pássaros voavam sobre eles e os pedestres agora pareciam andar mais rápido que os automóveis.
O rapaz educado e brincalhão, olhou para Lucas que estava recostado no banco com os olhos fechados e respirando fundo como se dormisse. Enquanto o sinal estava parado, ele observava o garoto que relaxava em seu banco, sorriu ao perceber que ele também estava sorrindo grandemente, isso os fizeram soltar uma risada mais alta.
— Porque você me ama! — Ele o respondeu e em seguida olhou para o rapaz, que sorria calado após ouvir uma verdade e por conta de sua ausência, segurou a fila no trânsito por alguns segundos.
Ambos se tocaram e se desesperaram para andar enfim, mais um motivo para que rissem juntos. Não era uma viajem longa, mas foi o suficiente para que eles tivessem um momento a sós. A mão do rapaz planou sobre o ar do carro e pousou em cima da mão de Lucas que se sentava ao seu lado. Ele a acariciou com o seu polegar e as cruzou em seguida. Quando o garoto se deu conta, ao olhar para o rapaz gentil que lhe acariciava docemente, seu rosto estava fechado, sua respiração mais pesada. Seu ar gentil e delicado havia ido embora.
De repente o sol já não iluminava mais o carro nem os longos fios de cabelo de Lucas. O carro descia por uma ladeira em formato caracol, até que eles chegaram no terceiro andar no subsolo. Estacionaram. Desceram. Se encontraram e deram as mãos. Uma caminhada rápida e curta até o elevador mais próximo, lá eles se soltaram e se posicionaram ao lado um do outro no elevador. Subindo os andares, eles compartilharam espaço com outras pessoas que se espremiam lá dentro.
Passaram pelo térreo e chegaram no segundo andar do enorme prédio. Ainda que juntos e pelo mesmo caminho, neste espaço claro, limpo e moderno, eles não podiam se amar como fizeram durante a vinda, seguindo a ética e a etiqueta. Seus sapatos faziam sons como "toc-toc e tec-tec". O azulejo era azul claro e acinzentado como os olhos de seu motorista particular. estava tão limpo que sua feição era espelhada. A porta de vidro se abriu e Lucas deixou seus pertences sobre a sua mesa, em seguida saiu para um espaço onde os funcionários descansavam e comiam um lanche leve. Um balcão de um café teria; um não, vários.
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My Little Boy
RomansaEntre milhares de paredes seus olhos ainda podiam enxerga-lo, sua mente podia contatá-lo e seu toque poderia enfim faze-lo sentir tudo aquilo que ambos desejavam de si. Uma aventura, um drama, uma comédia era a vida de um casal que intrigava a todo...