cinco anos

23 1 0
                                    


5 anos que a minha vida mudou, 5 anos que eles me tiraram ela, eu sempre afastei as pessoas de mim mas ela era diferente pois ela tinha um brilho no olhar, o jeito dela era diferente, ela tinha um magnetismo e atraia todos ao seu redor. Eu a amei desde a nossa primeira conversa, me entreguei e dei o meu melhor. Minha conta estava no vermelho e eu não me via merecedora de está com uma pessoa tão especial como ela. Em dois anos de relacionamento eu a pedi em casamento e ela aceitou, iríamos nos casar. Ela estava tão feliz, ia ser uma cerimônia simples mas linda. Um dia antes do casamento ela sumiu e tudo o que me restou foram as filmagens da câmera de segurança daquele maldito estacionamento. Eu a procurei incansavelmente com a ajuda da equipe mas no final tudo o que achamos foram evidências que ela estava morta. Eles a mataram, eles tiraram tudo o que eu tinha. Me lembro de cada segundo do áudio deixado, os gritos dela sendo torturada e no final um tiro. Com o passar dos anos eu me fechei, nem meus amigos tinham acesso a mim. Eu me afastei e aos poucos parei de ir em missões. Quando eu finalmente aceitei e vi que a vida dela acabou mas a minha não e que ela não gostaria de me ver daquela forma, eu resolvi voltar para o grupo.
Hoje Fury me colocou em uma missão solo em que eu teria que coletar informações de uma máfia que estava possivelmente ameaçando o governo americano. Após eu terminar minha missão e tudo ter ocorrido bem eu resolvo voltar para Nova York, porém na frente do hotel em que eu estava hospedada tinha uma cafeteria. Eu já havia visitado esse país algumas vezes, na maioria por causa de missões. Entrei na cafeteria e fiz meu pedido, sentei em uma mesa afastada para aguardar, me perdi em meus pensamentos até que uma risada familiar me tirou dos meus pensamentos, de início eu resolvi ignorar pois achava que estava ficando louca, isso não podia ser real. O pedido estava demorando bastante e me levantei para ir ao banheiro quando um rosto muito familiar chamou minha atenção, de início eu fiquei paralisada até que sai do transe e a única coisa que passou em minha mente foi sentar na mesa que eu teria melhor acesso ao seu rosto, aquilo estava realmente acontecendo? Ela estava viva? O amor da minha vida bem na minha frente e eu ainda não tinha ido em sua direção, eram tantas perguntas que estavam invadindo a minha mente naquele momento até que um homem sentou em seu lado e deixou um beijo em seu rosto, uma lágrima lutou para escorrer no meu rosto e eu imediatamente reconheci aquele homem, ele era um dos que estavam nas câmeras de gravação do estacionamento em que ela foi levada, porque ele estava com ela? Ela foi ao banheiro e tudo o que eu consegui fazer foi segui-la, minha mente mandava eu ficar no local mas meu corpo não estava obedecendo.
Ela entrou na cabine e eu lavei minhas mãos esperando ansiosamente ela sair, ela não tinha me visto. Quando ela saiu da cabine eu tinha meus olhos presos em seu rosto, mas tudo que recebi foi um sorriso gentil, o mesmo sorriso que ganhei sete anos atrás quando nós duas nos vimos pela primeira vez. Ela não me reconhecia
"Bom dia, gostei do seu cabelo" eu estava com um penteado que ela sempre costumava fazer em mim, ela realmente não lembrava de mim e isso me corroeu.
"Obrigada" foi tudo o que eu consegui responder com a voz trêmula
"Está tudo bem? Você parece nervosa" ela pergunta com uma expressão preocupada no rosto
"Estou bem, obrigada"
"Meu nome é s/n, qual o seu" ela dizia tudo isso enquanto lavava as mãos
"Natasha"
"Natasha, desculpe, mas eu conheço você de algum lugar? Você me parece tão familiar" uma expressão confusa moldou sua face e eu só consegui balançar minha cabeça negando sua pergunta, eu ainda estava sem reação e tentando me adaptar ao momento.
"Nome bonito e familiar, desculpa a pressa mas eu tenho que ir, estou de férias com meu esposo e estamos voltando para Paris em alguns minutos, prazer em conhecer você Natasha"
Ela saiu do banheiro me deixando com o choro preso em minha garganta e milhares de perguntas, ela não se lembrava de mim. Eu não tinha tempo para chorar e sai do banheiro, vi ela saindo do café com aquele homem e entrando em um carro, eu imediatamente peguei o carro que estava usando nessas semanas e comecei a segui-los, o destino final foi o aeroporto, quando eles desceram do carro eu desci do meu e o homem me viu, seus olhos arregalaram, ela estava de costas para mim e ele a pegou pelo pulso, ela se assustou e tentou quebrar o contato mas ele começou a correr com ela. Eu imediatamente comecei a correr atrás deles, eles estavam um pouco longe mas eu não desisti, me escondi pelo meio da multidão de pessoas na entrada do aeroporto até que ele parou de correr pensado que eu o tinha perdido de vista, eles entraram em um carro e eu os segui roubando um táxi. Eles chegaram a uma casa e quando desceram do carro eu não perdi tempo e corri em sua direção. Uma luta começou entre mim e ele mas era os gritos dela que me chamavam atenção, ela gritava incansavelmente para eu parar de bater nele, ela não sabia lutar então não iria impedir nós dois. Quando ele estava desacordado ela olhou pra mim com os olhos cheios de lágrimas e foi na direção do homem deitado no chão com o rosto cheio de sangue
"Você vai ficar bem, acorda por favor, você não pode me deixar agora"
"S/a" eu disse para ela mas ela virou na minha direção e gritou comigo "Quem é você? Porque você fez isso? Eu vou chamar a polícia" meu coração doeu mais do que já doía "Você precisa me escutar, ele não é quem você pensa, por favor se acalma" eu me aproximei dela mas ela encolheu "Saia de perto de mim, você é louca" suas mãos estavam manchadas de sangue e trêmulas. "Sou a agente Romanoff, trabalho na S.H.I.E.L.D e você precisa vim comigo" eu coloquei a mão no meu bolso e tirei minha identificação, seu choro foi passando aos poucos enquanto ela ainda evitava chegar perto de mim, quando percebi que ela estava mais calma eu pedi para ela entrar no carro e esperar lá, ela obedeceu mas dava pra ver que ela ainda estava com medo e assustada. Quando ela entrou no carro eu liguei para Fury que em menos de duas horas já se encontrava no local com uma equipe, Steve estava lá e a acompanhou até Washington.
Como uma missão pode mudar minha vida, a esperança ainda estava no fundo do meu coração. O interrogatório iria acontecer em algumas horas assim que o homem saísse da ala hospitalar pois eu causei um pequeno dano o deixando desacordado por um tempo.
"Como você está?" Steve se aproxima de mim e coloca uma de suas mãos em meu ombro esquerdo "Estou bem, só quero respostas o mais rápido possível" eu o olhei e ele deu um pequeno suspiro "Ela sabia que eu era o Capitão América, mas não se lembrou que éramos próximos, ela sofreu lavagem cerebral e está mais confusa do que todos nós" minha garota estava em uma sala separada, recebendo os melhores cuidados possíveis e minha meus pensamentos em segundo algum haviam saído dela, eu precisava conversar com ela, esclarecer tudo isso mas Nick não me deu permissão para interrogar nenhum dos dois. Antes da interrogação as informações que tínhamos era que eles eram casados a mais de cinco anos e viviam na França a cinco anos, ela não trabalhava mas eles viviam bem. Aparentemente eram felizes. Eu caminhei com tranquilidade até a sala em que ela estava e vi que Barton já estavam a interrogando, seu rosto era uma mistura de confusão e medo, eu estava observando e ouvindo tudo pelo vidro, ela não me via mas eu podia vê-la.
"Então, me conte como você conheceu seu esposo" Barton perguntou dela e ela passou a mão pelos cabelos. Eu atentamente ouvi cada palavra que saiu de sua boca, meu coração estava acelerado, ela não se lembrava de nada, eles mudaram completamente suas memórias, tudo o que ela sabia era o eles tinham dito para ela. Ela falou que sofreu um acidente de carro cinco anos atrás que deixou danos cerebrais causando sua perca de memória, ela tinha tudo, fotos de casamento, falsas histórias românticas e o pior de tudo, a confiança no maldito homem. Barton teve que explicar tudo para ela, no começo ela começou a chorar e ele foi um ombro amigo, ela não acreditou em suas palavras e disse que queria ver o marido, ele teve que mostrar provas a ela, de que ela tinha uma vida e que essa vida foi tirada dela pela Hydra. Depois de uma hora de conversa eles saíram da sala e eu me soltei o ar que estava prendendo, ela ainda não sabia sobre nós duas, eu deveria contar a ela. Barton a levou para uma sala segura onde eu iria conversar com ela.
"Você está pronta?" Meu amigo disse se aproximando de mim "Sempre criei cenários imaginários na minha mente durante esses anos esperando que ela estivesse de volta em meus braços mas em nenhum deles ela estava sem memória" eu olhei para ele com os olhos marejamos "Qualquer coisa estou aqui fora" ele se aproximou e encerrou a distância entre nós com um abraço caloroso.
.
.
.
Estou preparando uma parte dois bem calorosa para vocês!!!

Estou aberta a pedidos

Natasha Romanoff One-Shots. Onde histórias criam vida. Descubra agora