01' prólogo

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NICOLE MENEZES

Ser uma cantora bem sucedida sempre foi meu sonho, desde os meus onze anos eu sonho com a música

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Ser uma cantora bem sucedida sempre foi meu sonho, desde os meus onze anos eu sonho com a música.

E como toda ação tem sua reação, para realizar meu sonho eu tive que fazer alguns sacrifícios.

Eu nasci e cresci em Guarulhos cidade do estado de São Paulo, e eu fiz muitos laços importantes na quebrada' aonde eu costumava morar.

Minha mãe aos meus sete anos, juntou todas as economias possíveis para conseguir pagar um curso de inglês para mim, na época ela me disse:

— Deus me mandou fazer isso, seu futuro tem um propósito grande.

Mas eu nunca fui uma pessoa religiosa, então só ignorei e aceitei.

Mas ela estava certa, aos meus dez anos eu comecei a cantar, a minha voz era bonita de se ouvir e qualquer pessoa que escutava elogiava, apesar de alguns desafinos, eu nasci com o talento.

Aos onze anos, meus pais começaram a brigar, meu pai tinha uma amante. Aquele ano foi extremamente torturante para mim, sempre fui filha única, e não tinha ninguém com quem eu pudesse desabafar.

E foi em uma dessas brigas que eu conheci o João Pedro, o menino que costumava ser meu melhor amigo. Meus pais estavam brigando e era assustador para uma criança como eu, então eu pulei a janela do meu quarto e sai andando pela rua.

Claro que era perigoso, uma menina sozinha andando pelas ruas da periferia? Podia dar muito ruim, mas não deu, por que o Jotapê apareceu.

Eu estava andando sem rumo quando um homem de meia idade que cheirava a bebida me abordou, começou a tentar a passar a mão em mim e querer me levar para casa, e eu negava desesperadamente.

João Pedro apareceu, e pelo visto ele conhecia o homem, o assustou falando da polícia - que parecia já estar atrás dele - e disse que iria contar tudo para a esposa do homem.

E assim o João Pedro de doze anos pegou na mão da Nicole de onze, sorriu e disse:

— Fica de boa, esse cara tá sendo procurado, é só dar um apavoro nele que ele para, você tá bem? Qual é seu nome?

Ele me levou para a casa dele e me apresentou aos seus pais e a sua irmã mais velha, e eles me acolheram naquele momento.

Não só naquele, até os meus dezesseis anos, toda vez que eu precisava de alguém eu ia até aquela casa.

João Pedro começou a crescer na vida, começou a rimar e estava ganhando um bom destaque, eu estava feliz por ele, e sempre o dizia que nós iríamos crescer juntos, éramos melhores amigos.

No meu aniversário de dezesseis anos, eu recebi uma proposta.

Eu já falava inglês fluentemente e era famosinha nas redes sociais, por postar vídeos cantando.

Uma gravadora, DTA Records entrou em contato comigo, querendo fechar um contrato, mas para isso eu teria que sair do Brasil, e assim eu fiz.

Eles fizeram tudo, pagaram minha viagem e eu fiquei em um hotel com eles bancando até conseguir grana o suficiente para alugar um apartamento.

Mas antes de ir, eu tive que dar a notícia para Jotapê.

Estávamos na praça, nosso lugar de paz como ele costumava a dizer, era um dia depois do meu aniversário.

O silêncio estava confortável mas eu precisei quebra - lo.

— Eu vou embora. — eu murmurei.

— Já Nini? São quatro da tarde ainda. — ele reclamou.

— Não Jota, eu vou embora daqui. — eu disse o olhando triste.

— Vai mudar de casa? Não tô entendendo. — ele disse já se levantando estressado.

— João senta aí por favor, preciso conversar com você sem neurose. — eu disse angustiada.

— Ontem eu recebi uma mensagem, de uma gravadora que quer fechar contrato comigo. — eu sorri leve.

— Sério? Que legal! — ele se animou.

— João...

— O que tem de ruim pra me falar, fala logo Nicole por favor.

— A gravadora é de Los Angeles, eu vou sair do país. — eu murmurei.

— 'Ce tá louca Nicole? Vai largar tudo? Você nem terminou a escola porra! E eu? E a sua mãe? E a minha mãe? A Carol? Nada disso importa pra você?

— João Pedro me escuta! Claro que me importa, eu amo você, amo sua família, vocês me resgataram, mas isso é uma oportunidade inegável, é uma chance que eu só vou ter uma vez na vida. — a esse ponto nós dois já derrubávamos lágrimas.

— Nini, que dia você vai? — ele perguntou com a voz embargada.

— Segunda. — eu sussurrei.

— Hoje é sexta! Eu vou fazer você ter o melhor fim de semana da vida. — ele disse sorrindo.

— Te amo Jota. — eu disse o abraçando.

— Eu também te amo, não falo tanto disso por que 'ce sabe que eu sou chucro, mas eu te amo. — ele sussurrou beijando meus cabelos.

E ali passamos o resto do dia, conversando sobre tudo.

No sábado, João Pedro me levou para um parque de diversões, ficamos lá por horas, fomos os últimos a sair.

No domingo, ele preparou uma festa de despedida na casa dele, com churrasco e toda sua família, choramos muito.

Na segunda eu acordei sem acreditar que iria sair do país mesmo, Jotapê não tinha me respondido se iria ao aeroporto comigo.

Eram seis da manhã quando eu fui pegar minhas malas e achei uma carta em cima de uma delas.

"Leia quando já estiver longe, eu te amo, vê se não me esquece tá?
De: Seu Pedrinho :)"

Só eu o chamava assim.

E eu fui embora do Brasil sem nunca ter pisado em mais de um estado do país.

João Pedro não foi me ver no aeroporto, mas eu o entendia.

Despedidas sempre foram difíceis para ele.

Antes de ir eu fiz uma promessa a minha mãe.

"Eu vou ir para te deixar rica, e quando eu voltar você vai estar na melhor situação financeiramente possível."

E eu a cumpri.

𝐘𝐄𝐋𝐋𝐎𝐖, jotapê mcOnde histórias criam vida. Descubra agora