03' o bom filho a casa retona

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Nicole acordou no dia 9 de dezembro se perguntando se era aquilo que ela queria para si mesma, ela se perguntava se estava regredindo inconsequentemente.

Voltar para o começo nem sempre é bom, principalmente para um artista, a nostalgia os consome e eles sentem vontade de ficar lá para sempre. Nicole tinha medo de se sentir assim quando pisasse em terra Brasileira.

Mas ela não iria se torturar desse jeito, ela iria pisar lá de cabeça erguida, e só ia se sentir bem e aproveitar a nostalgia.

Era isso que ela pensava pelo menos.

A ondulada chegou no Brasil dia 10 de dezembro, e no aeroporto ela teve a visão de sua mãe com um cartaz bem engraçado.

"MINHA FILHA VEIO PRO BRASIL E EU ESTOU FELIZ, NÃO ENCHA MEU SACO!!!!"

Nicole foi correndo até a sua mãe gargalhando, o que a causou uma grande falta de ar.

— Mãe! Que saudade! — sorriu com os olhos cheio d'água a abraçando.

— Que saudade minha princesa! Como você está grande, e toda tatuada! — sua mãe separou o abraço para a girar.

— Gostou? Você está linda como sempre.

— Minha filha você sabe que eu amo tudo em você. — sua mãe já derramava lágrimas.

— Eu te amo mamãe. — ela sorriu a abraçando novamente.

— Eu te amo minha filha, vem vamos para casa.

As mulheres passaram o caminho todo conversando sobre tudo, enquanto a mãe de Nicole colocava todas as músicas da filha pra tocar.

Chegaram no bairro periférico que costumavam morar juntas e Nicole começou a rir.

— Tá rindo do que menina? Tá boba é? — sua mãe a questionou a olhando estranho.

— É que eu ainda não acredito que 'ce mandou construirem uma casa super chique aqui só por que não queria sair do bairro. — a garota disse gargalhando.

— Você me respeita! Aqui é a nossa casa, não importa quanto dinheiro a gente ganhe.

— Eu sei mamãe, eu sei. — ela disse sorrindo fraco observando as ruas.

Tudo grafitado, crianças brincando na rua sem medo algum, pessoas em rodas de freestyle, aquilo era seu lar.

— Sentiu falta não foi? — a mais velha disse pegando na mão da filha, a tirando de seu transe.

— Não tem nada mais prazeroso do que ver que esse lugar continua o mesmo. — a ondulada disse emocionada.

— Só o que não continua o mesmo é a nossa casa! — a mais velha disse gargalhando.

— E chegamos! — sua mãe desceu do carro apontando para a única casa considerada luxuosa do local.

— Ainda bem, preciso dormir umas vinte horas. — a morena murmurou.

— Dorme, mas amanhã você vai sair e aproveitar o dia! Não é todo dia que um bom filho a casa retorna.

— Tá bom mamãe, te amo muito tá?

Nicole subiu suas malas para o cômodo que costumava ser seu quarto, antes de sua antiga casa ser destruída e essa ser construída.

A garota o observou com nostalgia, antes era pequeno, com grafites e desenhos pela parede, cheio de pôsteres de bandas e fotos dela com Jotapê coladas em cada cantinho, e agora era só um quarto com a parede branca e uma cama grande no meio dele.

A Menezes mais nova se jogou na cama - que seria dela por algum tempo - e soltou um grande suspiro de alívio, ela tinha certeza que aquilo era muito melhor do que passar horas em vários aviões sem conseguir dormir.

A garota abriu uma de suas malas e tirou de lá sua necessaire e um de seus pijamas, pegando seu celular e indo em direção ao banheiro.

A garota colocou seu pijama e colocou seu celular para gravar, logo começando a falar.

— Oi gente tudo bem? Tô sumida desde ontem né. — soltou uma risadinha enquanto prendia seu cabelo.

— Eu tô no Brasil, como disse minha mãe "um bom filho a casa retorna", vou passar uns dias aqui.

— Eu vou tentar ser ativa aqui, então enquanto eu faço minha skincare eu vou deixar uma caixinha de perguntas, que amanhã eu vou responder, por que eu tô morrendo de sono agora. — disse espalhando o sabonete pelo seu rosto.

— Enfim, é só isso mesmo, e não se esqueçam de fazer o pré save de "Yellow" que foi disponibilizado ontem! Beijos. — ela mandou um beijo para a câmera após enxaguar o rosto.

A garota terminou seus cuidados com a pele e publicou os stories, colocou seu celular para carregar e caiu no sono.

𝐘𝐄𝐋𝐋𝐎𝐖, jotapê mcOnde histórias criam vida. Descubra agora