Estrelinha Fujona

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Naquela noite de lua crescente, quase madrugada, Stolas achou que teria um treco. Primeiro, devido ao sonho que tivera, no qual ele e seu amado I.M.P., seu Blitzø, dançavam juntos numa perfeita sintonia sob a luz do luar e das estrelas no piso de mármore do pátio do jardim, ambos trajando branco e mais felizes que nunca. Em seguida, Stolas era pressionado contra a pilastra fria e se abaixava - devido a diferença de altura encantadora e gritante entre eles - para ser beijado com desejo e paixão pelo amor de sua vida, os dois num abraço tão apertado e terno que pensou que jamais poderiam se soltar.

Quer dizer, isso até o relógio lá no alto do templo bater meia noite. Na terceira badalada, Blitzø se desfazia em poeira cósmica com lágrimas nos olhos e uma expressão de desespero, implorando por ajuda.

O sonho era tão real e palpável que Stolas acordou chorando, esforçando-se para se acalmar. Então, como sempre costumava fazer para manter a cabeça no lugar, foi checar sua querida. No entanto, ao chegar ao quarto da preciosa estrelinha, qual não foi a surpresa quando encontrou apenas uma cama bagunçada vazia e as janelas escancaradas?

Porra, Octavia podia ser uma adolescente rebelde e mal humorada, mas era antissocial! Fugir na calada da noite não fazia nenhum pouco do seu feitio, então pra onde diabos ela teria ido?

Por precaução, verificou se seu grimório continuava na biblioteca, porém o espaço dele estava igualmente vazio, o que só podia significar que...

— Ah não, passarinha... de novo não... — suspirou profundamente consigo mesmo, já juntando as peças sobre onde a mesma podia estar: no mundo humano.

Da última vez que Octavia fugira para aquele lugar, era para contemplar a chuva de meteoros sozinha, afinal o príncipe dos Goethia estava ocupado demais com o divórcio da megera insuportável que era sua esposa para lembrar da promessa que fizera a filha, falhando dolorosamente como pai.

Sabia que ela não era mais uma criança, todavia tão pouco podia confiar que a segurança e bem-estar de sua princesa estariam garantidos num lugar cheio de seres duvidosos e caóticos - não que o seu reino fosse melhor. Porra, ele vivia no inferno, mas já estava acostumado com a selvageria de seu povo.

Portanto, com um movimento de dedos coordenado, Stolas teletransportou-se para o mundo dos vivos e conjurou seu lindo disfarce, em seguida começou a rastrear Octavia pelas ruas de Los Angeles, seguindo seu rastro de magia real antes de parar finalmente em uma grande e luminosa balada, os tons de rosa escuro, vinho e preto neon mais vibrantes que tudo abaixo das estrelas cintilantes.

Puta merda, a ideia de sua filha indo ao mundo humano novamente já era impensável, quem dirá num lugar como aquele! Mas o que diabos ela estaria fazendo?!

Foi o que pensou ao estar prestes a atravessar a entrada quando foi barrado pelo segurança

— Identificação — exigiu o segurança grandalhão e carrancudo que barrou sua passagem assim que Stolas tentou entrar de fininho.

— Ora, veja bem, meu caro homem...

— Sem desculpinhas, ô emplumadinho.

O Goethia não resistiu em arquear a sobrancelha e cruzar os braços devagar, a postura elegante e imponente, como o príncipe de linhagem sagrada que ele era. Com quem aquele puto pensa que estava falando? Só havia uma pessoa que podia chamá-lo daquele jeito.

— Sabe, eu... acho que você poderia dar um descontinho pro emplumadinho aqui, não acha? Talvez eu cante bem gostoso pra você se me deixar passar... — era apenas um teste quando sua mão repousou sobre o peitoral do homem e seus olhos carmesim brilharam propositalmente atraentes, se inclinando para ele de maneira convidativa como uma ave sedutora, o decote elegante deixando seu busto farto e macio propositalmente à mostra

Midnight Owl | StolitzWhere stories live. Discover now