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Capitulo I
"O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase" (Paulo Leminski)
Segurando e soltando
Acordou assim que os primeiros raios de sol tocaram sua pele, ao sentir o calor acolhedor não pode deixar de sorrir, ainda mais depois de lembrar que dia era. Havia esperado tanto pelo primeiro dia de aula, que não conseguia parar de pensar que talvez fosse um sonho.
Vestiu a roupa escolhida na noite anterior rapidamente e, logo desceu até a cozinha, com pressa engoliu o café da manhã de uma vez só, não se segurando de tanta ansiedade. Não importaria de chegar cedo a ponto que a faculdade ainda estivesse fechada, ela só queria ter certeza de que aquela era sua realidade.
Enquanto corria pela porta da frente em busca do seu carro, antes de dar partida no mesmo ainda pode ouvir seus pais gritarem "Tenha um bom dia, querida! Se cuida meu algodão doce!", sabia que deveria tê-los cumprimentado melhor, mas a inquietação consumia seu ser, não dando espaço para espera, ela os recompensaria a noite, iria enche-los de beijos até que se cansassem.
A brisa primaveril brincava com seus cabelos esvoaçantes pela janela. Os olhos mantinham protegidos sob o óculos escuro.
Parou no farol vermelho, aproveitando para mandar uma mensagem a amiga, Ino, com o costume que a loira tinha de passar horas no espelho, se não avisasse com antecedência, acabaria perdendo
aula.Digitava no celular quando, ouviu barulho alto de buzina vindo de alguns carros próximos dali, mas não atentou a descobrir o motivo, prosseguiu respondendo a mensagem. Distraída, não percebeu que havia um carro desgovernado vindo em sua direção. Tudo ocorreu rápido demais. O som dos carros ao redor intensificou, tornando irritante, chamando a atenção dela pouco antes de ver o outro carro se aproximar em alta velocidade. Desespero e temor nublou a face, não restando mais nada a fazer do que receber o impacto. Com a colisão, no mesmo instante ela perdeu os sentidos.
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Levou uma das mãos à cabeça, sentindo latejar insistentemente, como se alguém estivesse dando marteladas no cérebro, provavelmente sintomas da noite de excesso, onde incluía muito álcool e belas garotas. Embora sentisse a exaustão, estava feliz. Seu pai havia finalmente reconhecido que o filho mais novo poderia seguir um caminho distinto do seu e, ainda sim, honrar o nome da família.
Apesar de não enxergar quase nada da estrada, a não ser os raios solares que acertam em cheio seus olhos, ele não conseguia parar de sorrir, sentia que a felicidade plena batia em sua porta e ele não a deixaria escapar. Pela primeira vez em anos ele poderia respirar com alívio, deixar o vento bagunçar seus fios negros enquanto curtia uma boa música no rádio.
Talvez, fosse a dor de cabeça ou a sensação de embriaguez, por um segundo viu algum animal atravessar a rua, na tentativa de desviar perdeu o controle, não sabendo mais para onde estava indo. A procura de fazer o retorno, acabou entrando na contramão. Muitos carros conseguiram desviar, ao passo que ele fazia manobras para voltar à pista oposta. Contudo o inevitável aconteceu, quando avistou um carro vermelho parado logo a sua frente no farol, soube, não teria mais como evitar. Tudo que pode ouvir foi o alto estrondo.
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Como se ainda vivenciasse um pesadelo, ela acordou, seus olhos quase saltaram da orbita. Sentou-se na cama passando as mãos entre os cabelos, estava suada e ainda tremia. Aos poucos acostumou-se com a escuridão, mas não reconhecia aquele quarto.
─ Onde estou? - balbuciou. Apalpou a cama procurando por apoio para se levantar, quando tocou em um braço, gritou assustada colocando uma de suas mãos sobre o peito - Meu Deus! O que é isso?
─ Volte a dormir - escutou a voz masculina, ainda sonolenta, ralhar.
─ Quem está aí? Quem é você? Eu fui raptada, é isso? Eu quero sair daqui - as luzes foram acesas revelando o belo moreno de ar impotente e cara amassada.
─ Ainda não existe alguém louco o bastante para raptar uma criatura sem serventia e enquanto não receber alta a resposta para a última pergunta será não, também - respondeu a deixando confusa - Agora volte a dormir.
─ Que lugar é esse? - endireitou-se na cabeceira.
─ Garota irritante - murmurou entre dentes - Olhe a sua volta, paredes brancas, silêncio, tédio e o aroma delicioso de medicamentos, não te lembra algo? - foi irônico.
─ Por que estou no hospital? - perguntou confusa - Não me lembro de ter passado mal ou nada parecido.
─ Você sofreu um acidente. Mais alguma pergunta, princesa? - odiava estar morrendo de sono e haver empecilhos para finalmente fechar os olhos e relaxar. Odiava responder perguntas e pior ainda quando se sentia sonolento, detestava e amaldiçoava o ser que o acordasse no meio da noite sem que ao menos esteja realmente morrendo e aquela garota estava pisando e sapateando sobre sua paciência.
─ O-o que disse? - o desespero nublou seus olhos, nada mais compreendia, agora além de estar acompanhada de um estranho havia um acidente, que ao menos lembrava.
─ Irritante - grunhiu, estava cansado e com sono - Vá dormir, garota! - se estressou - Estou trancado nessa porra de quarto dês das seis, agora que consegui dormir você acorda me enchendo o saco. Mas que caralho! - despejou, quando seus olhos voltaram a ela, ele se segurou para não cometer um homicídio - Nem pense nisso! Engula esse choro. Não faz isso, não. Porra, tudo culpa sua Itachi.
Ela ameaçou chorar, seus olhos se enchiam de lagrimas, ao passo que, ele lutava contra a vontade de abrir a janela e pular, talvez sobrevivesse a vinte andares ou restasse algum resquício da sua existência.
─ Ninguém nunca falou comigo assim, nem meus pais. Você é um grosso, idiota e estupido! - protestou chorosa - Será que é tão difícil se colocar no meu lugar? Afinal, quem é você?
─ Tudo bem - suspirou com pesar - Se eu responder você vai fechar essa boca e dormir?
─ Você é um babaca, sabia!
─ Acho que isso foi um sim - cruzou os braços sob o peito, durante alguns segundos tentou pensar em uma maneira suave e não muito traumatizante para responde-la - Eu bebi e bati no seu carro, causando um leve acidente a três dias. Por ordem de uma força maior, vou ser sua babá até que melhore. Deu pra compreender agora?
Ela assentiu automaticamente enquanto absorvia as informações.
─ Ótimo! Sou Sasuke. Agora durma - apagou a luz deixando-a em choque. Alguns minutos se passaram, quando realmente acreditou que sua paz havia retornado, foi desperto por um grito estridente.
─ ALGUÉM ME TIRA DAQUI TEM UM DOIDO NO MEU QUARTO! ALGU-
Sua boca foi coberta pela mão de Sasuke. Ela se debatia freneticamente na tentativa de se soltar.
─ Mas que inferno! - praguejou quando ela o mordeu.
─ Me solta seu lunático eu vou.... vou... Uau quantas estrelinhas Há há... - de repente suas palavras tornaram-se desconexas e logo caiu em um sono profundo. Sasuke a olhava assustado, não tinha ideia do que a deixou tão grogue, mas agradeceu com louvor, agora sim poderia dormir sem ser interrompido por aquela garota estranha.
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Akai Ito
FanfictionIndependente do tempo, lugar ou circunstâncias, o destino providenciou o encontro, uniu aqueles que foram destinados a se conhecer, mas não seria responsável pelas consequências da luta árdua em busca do amor. Redescobrindo os valores através das...