Same mistake

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Capitulo XXXIII

"O amor verdadeiro tem dessas coisas: não se

Explica, não se controla, não se racionaliza

Simplesmente toma conta. É uma droga, um vício,

Uma viagem entre o céu e o inferno,

ida e volta, sem parar."

(Martha Medeiros)

O mesmo erro.

A noite chegou de mansinho, o quarto era iluminado apenas pela claridade da lua, que através da janela aberta invadia boa parte do local. Encolhida próxima a porta, Hinata permanecia perdida no cantinho escuro. Suas lágrimas já não mais existiam restando apenas suspiros longos e pesarosos.

Sua mente reproduzia a cena em que aquele homem condenado fora abraçado por sua família, em seguida, sua imaginação criará desfechos devastadores colocando um fim aquela vida.

O mundo era cruel, todavia, o clã Hyuuga a qual foi ensinada a honrar por toda sua vida conseguia superar de forma animalesca. Sem arrependimentos, sem compaixão. Perguntava-se o que aquelas pessoas tinham no lugar do coração. Era terrível e horrendo demais até mesmo para um ditador como seu pai.

─ Papai... - silabou em um fio de voz.

Seus olhos marejaram ao imaginar que ele em seu lugar não hesitaria, talvez até mesmo chegasse ao ponto de matar sem piedade alguma. Ela ofegou com a seguinte hipótese, as lágrimas voltaram a fluir e os soluços escaparem de sua boca.

Neji, seu pai e todo o restante do clã agiam da mesma maneira. Sua vida havia sido traçada a um caminho cheio de espinhos, obstáculos turbulentos.

Com Hanabi seria diferente, não deixaria que chegasse a tal ponto, jamais a colocaria naquele mundo. Não, preferiria tornar-se um deles do que cometer tal monstruosidade.

─ Hyuuga, abra porta - a voz rigorosa soou como um trovão.

Hinata levantou-se recobrando a consciência, girou a chave e antes mesmo que pudesse tocar a maçaneta, Kurenai entrou com uma expressão assustadora. Os olhos amendoados encararam a figura esguia amedrontada, a passos curtos aproximou-se mantendo contato visual.

─ O que pensa que está fazendo? - indagou neutra. Hinata afastou-se um pouco temendo pelo castigo.

─ E-eu só-so... não poderia acabar com a vida daquele homem...

─ E acabou fazendo pior - os olhos perolados estreitaram em confusão - Aquele homem traiu a confiança que lhe foi imposta. Ele sempre soube das consequências que ocorreriam.

─ Ma-mas é um ser humano, nem eu, nem você e ninguém tem direito de...

─ Hinata Hyuuga - esbravejou assustando a dona do nome - O que é mais importante para você, salvar sua irmã ou milhares de pessoas de um trem desgovernado? - Kurenai caminhou até a cômoda onde havia diversos porta-retratos com fotos de familiares e amigos.

─ E-eu não sei...

─ São pessoas desconhecidas que, você ao menos sabe o nome. Por que as salvaria? - disse distraída, pegou um dos quadros nas mãos onde Hinata abraçava a irmã menor, ambas com um grande sorriso.

─ São pessoas... seres humanos com sentimentos e emoções tanto quanto eu - argumentou sem ao menos pensar - Eu não poderia escolher...

─ Então deixaria todos morrerem? - indagou arqueado a sobrancelha.

Akai ItoOnde histórias criam vida. Descubra agora